UnB Desenvolve Equipamento para Ser Usado Via Satélite


Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria esclarecedora postada hoje (08/04) no site do jornal “Correio Braziliense” destacando que pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolvem o primeiro equipamento de transferencia de dados via satélite com tecnologia nacional.

Duda Falcão

CIÊNCIA E SAUDE

Pesquisadores da UnB Produzem o Primeiro
Equipamento de Transferência de Dados
Via Satélite com Tecnologia Nacional

Silvia Pacheco
Publicação: 08/04/2009 - 07:00


A comunicação relacionada à transferência de dados é fundamental para qualquer país, sendo fundamental nas áreas comercial, empresarial, industrial ou militar. Para o Brasil, que tem 23.086km de fronteiras — sendo 7.367km de divisas marítimas e 15.719km terrestres — a comunicação desse tipo, que se desenvolveu muito com o uso dos satélites, é imprescindível. No entanto, o maior problema enfrentado pelo país é o custo dos aparelhos, que precisam ser importados. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com uma empresa privada, desenvolveram o primeiro aparelho nacional que transmite dados via satélite. O produto apresenta a vantagem de ser mais seguro do que os equipamentos usados atualmente no país.

O projeto nasceu de uma demanda do governo federal, que, segundo Raimundo Saraiva, engenheiro elétrico e um dos diretores da ZTec (empresa privada parceira do projeto), utiliza um aparelho importado e defasado. “Não havia nenhum transmissor de dados via satélite com tecnologia nacional sendo usado pelo governo. O que tinha era importado e muito oneroso. Foi então que eles nos pediram para desenvolver um nacional”, conta. Chamado de ModemSat, o equipamento foi desenvolvido em um período de cinco anos, entre pesquisa e testes, e chegou a ir além da demanda feita pelo governo, com a criação de uma tecnologia que aumenta a segurança de rede e fornece maior capacidade de transmitir e receber dados via satélite.

O sistema usado atualmente codifica os dados e os envia e recebe por meio de um único canal de freqüência. Já o desenvolvido pelos pesquisadores brasileiros utiliza diversos canais de freqüência para a transmissão e recebimento dos dados codificados. É o que os pesquisadores chamam de tecnologia de espalhamento espectral (1), na qual a informação é transferida de forma segmentada, distribuída em diversas freqüências.

“Com a tecnologia usada atualmente, se um simples rádio de pilhas estiver ligado na mesma freqüência em que a informação esteja sendo transmitida, ela pode sofrer uma interferência — um mascaramento, como é conhecido”, exemplifica José Camargo da Costa, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB e coordenador da pesquisa. Esse mascaramento é uma interferência na transmissão que faz com que a informação não chegue ao destinatário. O que seria, por exemplo, uma oportunidade para o narcotráfico atrapalhar as ações da Polícia Federal nas fronteiras.

“O espalhamento da informação torna isso muito mais difícil de acontecer. A pessoa teria de descobrir os canais e as diferentes freqüências em que esses dados estão sendo transferidos e depois decodificá-los. Não daria tempo”, explica Camargo. Por outro lado, se houver grampo em um dos canais de transmissão, também é mais difícil conseguir qualquer informação, pois ela é enviada de forma dividida.

Mais Espaço

O software do ModemSat também traz outra vantagem: o ganho de performance. De acordo com Camargo, o aparelho consegue transmitir um número maior de informações em menos tempo. “(Um acréscimo) de 256KB por segundo para 2MB por segundo”, diz o professor da UnB. Por transmitir um fluxo maior de dados em menos tempo, a invenção acaba diminuindo os encargos de aluguel dos canais de satélite. “A maioria dos canais utilizados para comunicação via satélite são alugados e isso não é nada barato”, esclarece Saraiva. Porém, o custo do aparelho ainda é mais alto que o do importado, mas os benefícios se sobrepõem. “Cada ModemSat custa US$ 30 mil (eles são usados em pares). Um custo pequeno diante das vantagens que ele pode trazer para uma empresa”, afirma o diretor da ZTec.

A tecnologia do espalhamento espectral não é novidade no mundo. Alguns países a utilizam principalmente na área militar. Contudo, ela pode ser aplicada também na área comercial — na transmissão de dados bancários, por exemplo — ou para proteger segredos industriais, como a segurança na comunicação entre plataformas de exploração de petróleo e a empresa. “Hoje, há uma preocupação constante com a proteção do conhecimento. Quem tem patrimônio precisa tomar cuidado”, observa Saraiva.

1 - Modulação

Espalhar a informação é uma técnica de modulação em que a largura de banda usada para transmissão é muito maior que a banda mínima necessária. Dessa forma, a energia do sinal transmitido passa a ocupar um espaço muito maior do que a da informação. O conceito de usar espalhamento espectral para comunicações teve origem no começo do século 20, no livro Wireless Telegraphy, do engenheiro naval Johannes Zenneck, lançado em 1908, na Alemanha.


Fonte: Site do Jornal do Correio Braziliense - 08-04-2010

Comentário: É impressionante a má vontade dos “Cabecinhas de Panetone” do Congresso Nacional e de alguns órgãos do governo e da própria Presidência da Republica com as atividades espaciais do país. Mesmo com notícias como esta, publicadas nos melhores jornais e revistas do país e nesse caso no próprio jornal da capital federal os congressistas não entendem a extrema necessidade de se investir pesado no Programa Espacial Brasileiro. O Resultado disso? São inúmeros, e um deles é a calamidade que está passando a cidade do Rio de Janeiro com perdas de vidas humanas. Um programa espacial senhores políticos é de suma importância para um país com as dimensões territoriais do Brasil, não só para prevenir calamidades como esta do Rio de Janeiro e monitorar fronteiras, mas também para o desenvolvimento socioeconômico da nação em todos os níveis. É inadmissível que nossos representantes continuem usufruir em seu dia-a-dia de tecnologias como o telefone celular, o computador, a internet e tantas outras e neguem por omissão a origem das mesmas. Estamos no século 21 e se o Brasil quiser realmente se tornar uma potência respeitada e admirada não podemos deixar de investir nas atividades espaciais. É uma burrada histórica que certamente refletirá negativamente na sociedade brasileiro do futuro. Por outro lado, essa matéria demonstra mais uma vez a qualificação técnica e profissional atingida pelas universidades brasileiras no setor espacial. Parabéns a UnB pelo feito e o blog torce para que vocês possam continuar em sua trajetória de sucesso. O Brasil agradece.

Comentários

  1. Com os ultimos acontecimentos em Niteroi relativo as alterações climáticas, causando centenas de mortes, já ta na hora do brasil, atraves da sua população, exigir do seu governo os investimentos necessários para termos nosso veículo lançador de satelites.

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  2. Pois é Benito,

    Estamos muito atrasados e certamente isto resultará em um alto preço a ser pago. E quanto mais se espera o valor aumenta na mesma proporção que o estrago causado às gerações futuras de nossa sociedade. Lamentável.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Mas pelo menos nosso próprio satélite meterológico!
    Podia ser feito com ajuda dos russos e lançado pela ACS mesmo.

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  4. Poderia sim Ramir, mas temos dois problemas com isso. O primeiro é que o governo precisaria demonstrar interesse em se mexer nesta direção, coisa que não faz, e o segundo é que por enquanto a ACS é fruto de um sonho megalomaníaco de um político incompetente que tem poucas chances de se sair do papel. E mesmo que saia, causando um enorme prejuízo ao erário público, duvido muito que algum foguete Cyclone-4 venha algum dia a ser lançado de Alcântara a não ser que seja modificado o tipo combustível altamente tóxico do seu sistema de propulsão.

    Abs

    Duda Falcão

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  5. olá bom dia. Sou Willon Simoes, e sou aprendiz do senai-am, e um dos meus módulos e o projeto de curso. então, nós pensamos em fazer um curso interativo, sabe como uma faculdade que utiliza a Ead . e um dos nossos tópicos e falar um pouco sobre os equipamentos usados numa transmição. e se voce puder me ajudar a responder essas minhas dúvidas ficaria muito grato.
    Se puder responder, responda para o meu email.
    willon__x3@hotmail.com

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  6. Olá Wilson!

    Já lhe respondi, veja na caixa de seu e-mail, tá ok?

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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