Pela Primeira Vez o 'Telescópio Espacial James Webb' Realizou Observações do Planeta Marte
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo agora uma notícia publicada ontem (19/09) no
site “Canaltech”, destacando que o Telescópio Espacial James Webb realizou
dia 05/09 as suas primeiras observações do Planeta Marte, capturando imagens e dados espectrais do Planeta Vermelho.
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James Webb Observa Marte Pela Primeira Vez
Por Danielle
Cassita
Editado por Patrícia
Gnipper
19 de Setembro de
2022 às 12h31
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI and Mars JWST/GTO team
O telescópio
James Webb fez suas primeiras observações de Marte, capturando imagens e
dados espectrais do Planeta Vermelho no dia 5 de setembro. A novidade foi
anunciada pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA)
nesta segunda-feira (19), e mostra nosso planeta vizinho com uma perspectiva
única proporcionada pela alta sensibilidade do telescópio à luz infravermelha.
As primeiras imagens de Marte foram capturadas pelo
instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), e mostram parte do hemisfério leste
do planeta em menores e maiores comprimentos de onda, com 2,1 mícrons e 4,3
mícrons, respectivamente. As imagens aparecem acompanhadas a uma imagem de
Marte simulada com base em dados da NASA e do instrumento Mars Orbiter Laser
Altimeter (MOLA), na sonda Mars Global Surveyor.
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI and Mars JWST/GTO
team)
Na parte superior, Marte aparece com a luz solar refletida; na inferior, o destaque é das emissões térmicas do planeta. |
A imagem com menores comprimentos de onda aparece na
parte superior, dominada pela luz solar refletida e revelando detalhes da
superfície de Marte parecidos com aqueles das fotos em luz visível, como a do
MOLA. Já a imagem da parte inferior foi produzida com comprimentos de onda mais
longos, e mostra a luz vinda do planeta, conforme perde calor.
A região mais brilhante em Marte é onde o Sol incide
quase diretamente e, por isso, ali é mais quente — perceba também que o brilho
cai em direção às regiões polares, que recebem menos luz, e que o hemisfério
norte emite menos luz porque está no inverno. Conforme a luz emitida por Marte
atravessa a atmosfera, parte dela é absorvida pelas moléculas
de dióxido de carbono.
Este efeito fica ainda mais claro em Hellas Basin, uma
grande estrutura de impacto em Marte. "Hellas Basin está a uma altitude
menor, e tem maior pressão atmosférica", explicou Geronimo Villanueva, do
Goddard Space Flight Center, na NASA. "Esta maior pressão leva a uma
supressão da emissão térmica neste intervalo de comprimentos de onda [4,1 a 4,4
mícrons] devido a um efeito chamado 'ampliação de pressão'", acrescentou
ele. "Será muito interessante diferenciar estes efeitos competindo nos
dados".
Espectro de Marte Pelo James Webb
Marte está tão próximo que é um dos objetos mais
brilhantes na luz visível e infravermelha (aquela para a qual o Webb foi
projetado para detectar). Por isso, as observações foram realizadas com
exposições extremamente breves, que mediram apenas um pouco do forte brilho do
planeta. As observações realizadas por meio do programa Cycle 1 Guaranteed Time
Observation (GTO).
Enquanto as fotos de Marte mostram diferenças de brilho
relacionadas a diferentes comprimentos de onda em determinados dias e horários,
os dados espectrais trazem outra perspectiva do planeta: neles, há pequenas
variações de brilho entre centenas de diferentes comprimentos de onda, que
representam Marte de forma completa.
Veja abaixo:
(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/CSA/STScI and Mars JWST/GTO
team)
Os dados do espectro foram capturados pelo instrumento
Near-Infrared Spectrograph (NIRSpec), e mostram que a luz solar refletida em
comprimentos de onda menores com menos de 3 mícrons domina o espectro, mas vem
junto de emissões térmicas em comprimentos de onda maiores. Análises
preliminares dos indicam uma grande variação de características espectrais com
informações sobre nuvens geladas de poeira, os tipos de rochas presentes na
superfície marciana e até a composição da atmosfera.
Com os dados do imageamento e espectroscopia, os
astrônomos podem usar os dados de imageamento e de espectroscopia para explorar
as diferenças regionais no planeta, tentando entender melhor a superfície e a atmosfera marcianas e procurando traços de determinados gases nela. No
momento, os pesquisadores estão analisando os dados espectrais e estão
preparando um artigo, que será enviado a uma revista científica para passar
pela análise de pares, seguindo para publicação posteriormente.
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