NASA e SpaceX Assinam Acordo Para Estudar a Viabilidade de Realizar Uma 'Missão de Serviço' Para o 'Telescópio Espacial Hubble'
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue uma interessante notícia publicada hoje 30/09 no blog
‘Homem do Espaço’, informando que na
quinta-feira, 22/09, a NASA e a SpaceX assinaram um acordo sem financiamento,
para estudar a viabilidade de fazer uma missão de serviço para o Telescópio
Espacial Hubble.
Sensacional amigos, e tomara mesmo que esse estudo venha
se tornar uma Missão concreta, pois além de dar uma sobre vida a esse
espetacular e histórico equipamento espacial astronômico, irá estimular também novas
iniciativas e desdobramentos abrindo uma nova e enorme janela para este tipo de
serviço do espaço, como é descrito na matéria abaixo.
Brazilian Space
NASA Recebe Propostas Para ‘Renovar’ o Hubble
Empresas privadas poderão fazer serviços básicos de
manutenção em satélites; SpaceX é a primeira a oferecer projeto
Por Júnior Miranda
Publicado em 30/09/2022
Fonte: Blog Homem do Espaço - https://homemdoespacobrasil.wordpress.com
Lançado por um ônibus espacial, o telescópio espacial Hubble foi servido por varias missões tripuladas e depois foi deixado em órbita |
A NASA e a SpaceX assinaram um acordo sem financiamento
na quinta-feira, 22 de setembro de 2022, para estudar a viabilidade de fazer
uma missão de serviço para o telescópio espacial Hubble (HST
– Hubble Space Telescope) usando naves espaciais tripuladas comerciais. A
agência espacial americana havia aberto uma pré-chamada para empresas
interessadas em fazer serviços de manutenção ou saída de órbita para satélites
defeituosos ou em processo de decaimento orbital não-controlado.
A primeira opção apresentada foi das empresas SpaceX e Polaris (esta
uma empreitada particular de Jared Isaacman, empresario e empreendedor espacial
responsavel pela missão
Inspiration4 e atualmente planejando outras missões turisticas) para
impulsionar o Hubble para uma órbita mais alta com a espaçonave Crew Dragon,
sem nenhum custo para o governo. Não se sabe se a iniciativa de recepção de
propostas foi originada na própria NASA ou se isso ocorreu após o contato da
SpaceX/Polaris. A ideia de fazer manutenção orbital no telescópio após a aposentadoria
dos ônibus espaciais não é nova, já tendo sido proposta no início dos anos 2000
dentro de uma extensão de possibilidades para o Projeto Constellation, usando a
nave espacial Orion para acoplar com o Hubble e fazer nele serviços simples. O
Constellation acabou sendo engavetado e a espaçonave passou ser o centro do
programa Artemis atualmente em curso.
Um exemplo deste tipo de iniciativa já está em andamento
sob a forma do projeto OSAM-1 (abreviação de On-orbit Servicing, Assembly,
and Manufacturing 1): uma espaçonave robótica equipada com as ferramentas,
tecnologias e técnicas para prolongar a vida útil de satélites, mesmo que não
tenham sido projetados para serem servidos em órbita. Até abril de 2020, o
OSAM-1 era chamado de Restore-L para destacar como os recursos de manutenção
podem retornar um satélite à sua capacidade original. Com a adição do Space
Infrastructure Dexterous Robot (SPIDER), a NASA decidiu mudar o nome da missão
para englobar o escopo expandido. Durante sua missão, o robô OSAM-1 irá
encontrar, capturar, reabastecer e realocar um satélite de propriedade do
governo para prolongar sua vida útil. Os recursos do OSAM-1 podem oferecer aos
operadores de satélite novas maneiras de gerenciar suas frotas com mais
eficiência e ganhar mais com o investimento inicial. Esses recursos podem
ajudar a mitigar o problema de detritos orbitais. A OSAM-1 deveria ter sido
testada em 2020 mas foi adiada para 2025.
O SPIDER inclui um braço robótico leve de 5 metros que
vai atuar com outros três manipuladores já previstos na nave. Anteriormente
conhecido como Dragonfly durante a fase de demonstração o SPIDER reunirá sete
elementos para formar uma antena de comunicação funcional de 3 metros. A antena
montada roboticamente demonstrará a transmissão em banda Ka com uma estação
terrestre. A carga útil também fabricará uma viga composta leve de 10 metros
usando tecnologia desenvolvida pela Tethers Unlimited de Bothell, Washington. O
elemento de montagem e fabricação da demonstração verificará a capacidade de
construir grandes estruturas de espaçonaves em órbita.
Sem financiamento
“Não há planos para a NASA conduzir ou financiar uma
missão de serviço ou competir nesta oportunidade; o estudo visa ajudar a
agência a entender as possibilidades comerciais. A SpaceX – em parceria com o
Programa Polaris – propôs este estudo para entender melhor os desafios técnicos
associados às missões de serviço. Este estudo não é exclusivo, e outras
empresas podem propor estudos semelhantes com diferentes foguetes ou naves
espaciais como modelo. As equipes esperam que o estudo leve até seis meses,
coletando dados técnicos do Hubble e da espaçonave Crew Dragon. Esses dados
ajudarão a determinar se seria possível encontrar, acoplar e mover o telescópio
com segurança para uma órbita mais estável.” – anunciou a agência.
Proposta antiga de usar a nave espacial Orion para acoplar com o Hubble e fazer nele serviços simples. |
“Este estudo é um exemplo empolgante das abordagens
inovadoras que a NASA está explorando por meio de parcerias público-privadas”,
disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões
Científicas na sede em Washington. “À medida que nossa frota cresce, queremos
explorar uma ampla gama de oportunidades para apoiar as missões científicas
mais robustas e superlativas possíveis. Embora o Hubble e a Crew Dragon sirvam
como modelos de teste para este estudo, partes do conceito da missão podem ser
aplicáveis a outras naves espaciais, particularmente aquelas em órbita
próxima à Terra, como o Hubble.”“Quero ser absolutamente claro, não estamos
fazendo um anúncio hoje de que definitivamente vamos seguir em frente com um
plano como esse”, disse Zurbuchen em uma ligação com repórteres na quinta-feira
(7 de setembro). “Queremos fazer um estudo para ver realmente o que será
viável.”
O Hubble está operando desde 1990, atualmente em uma
órbita de 539,13 km que está decaindo lentamente. Recolocá-lo em uma órbita
mais alta e mais estável (de cerca de 600 km) pode adicionar uns vinte anos de
operações. No final de sua vida útil, a NASA planeja tirá-lo de órbita com
segurança. “A SpaceX e o Programa Polaris querem expandir os limites da
tecnologia atual e explorar como as parcerias comerciais podem resolver
problemas complexos e desafiadores de forma criativa”, disse Jessica Jensen,
vice-presidente de operações e integração de clientes da SpaceX. “Missões como
a manutenção do Hubble nos ajudariam a expandir as capacidades espaciais para,
em última análise, ajudar todos a alcançar nossos objetivos de nos tornarmos uma
civilização multiplanetária e espacial.”
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