Descoberto Novo Candidato a Buraco Negro Orbitado Pela Estrela 'Gaia BH1' Que fica a Apenas '1.570 Anos-Luz' da Terra
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo agora uma notícia publicada ontem (20/09) no
site “Canaltech”, destacando que uma
equipe de astrônomos do Centro
Harvard-Smithsonian de Astrofísica, encontrou um novo candidato a buraco
negro próximo da Terra, orbitado por uma estrela que está a apenas 1.570 anos-luz de nós.
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Este
é o Novo Candidato a Buraco Negro Mais Próximo da Terra
Por Danielle
Cassita
Editado por Patrícia
Gnipper
20 de Setembro de
2022 às 11h42
Fonte: arXiv; Via: Universe Today, Bad Astronomy
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: Salvatore Orlando/Sketchfab
Uma equipe de astrônomos liderada por Kareem El-Badry,
astrofísico do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, encontrou um novo
candidato a buraco negro próximo da Terra, orbitado por uma estrela a apenas
1.570 anos-luz de nós. Ele é dez vezes mais massivo que o Sol e foi encontrado
graças aos dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), que
mostraram a estrela com movimento orbital “suspeito”.
Provavelmente existem cem milhões de buracos negros em
nossa galáxia, mas pouquíssimos deles são conhecidos. O jeito mais fácil de
encontrá-los é em sistemas binários com estrelas: se estiverem próximos o
suficiente, eles “arrancam” matéria da estrela, que é aquecida e emite radiação
altamente energética. Só que, se o buraco negro for solitário ou for orbitado por uma estrela
distante demais, ele terá que ser encontrado por meio dos efeitos de sua forte
gravidade.
(Imagem: Reprodução/ESA/Hubble, M. Kornmesser)
Representação de uma estrela sendo devorada por um buraco negro: a matéria da estrela é engolida, causando emissões de raios X e "dedurando" sua existência. |
Foi o que aconteceu com o objeto recém-descoberto.
El-Badr e seus colegas examinaram mais de 168 mil estrelas na terceira
publicação de dados da missão Gaia, e encontraram algo interessante na estrela
Gaia DR3 4373465352415301632 (ou apenas “Gaia BH1”, conforme a chamaram no
estudo), que fica na constelação Ophiuchus, o Serpentário. Ela é um pouco mais
fria e menos massiva que o Sol, e fica a 1.570-anos-luz da Terra.
Com telescópios em solo, a equipe conseguiu dados do
espectro da estrela, que permitiram medir as forças gravitacionais afetando a
órbita dela. Eles concluíram que ela se move a altíssima velocidade, o que
sugere que orbita um objeto bastante massivo. Segundo ele, os dados da Gaia
mostraram que a estrela segue uma trajetória elíptica no céu enquanto orbita o
buraco negro. “O tamanho da órbita e seu período nos permitem restringir a
massa de sua companhia invisível, com cerca de 10 massas solares”, disse.
O autor observa que este pode ser o primeiro buraco negro
já encontrado na Via Láctea sem ser por meio de emissões de raios X. “Os
modelos preveem que a Via Láctea contém cerca de 100 milhões de buracos negros,
mas só observamos cerca de 20 deles”, disse. “Todos os outros são ‘binários de
raios X’, ou seja, o buraco negro está se alimentando de uma estrela vizinha, e
brilha em raios X conforme a energia da matéria é transformada em luz”,
finalizou.
(Imagem: Reprodução/Gerd Altmann/Pixabay)
Ele ressalta que estes objetos são como a ponta do
iceberg, já que pode haver uma população muito maior deles, escondida em
sistemas binários formados por objetos com maiores distâncias entre si. “A
descoberta de Gaia BH1 joga luz nesta população”, disse. Se as descobertas
forem confirmadas, elas sugerem que sistemas do tipo são comuns, e que pode
haver uma grande população de buracos negros “adormecidos” em nossa galáxia.
Caso realmente sejam comuns, é provável que a Gaia encontre
outros conforme estuda estrelas. Agora, El-Badry e seus colegas esperam a quarta publicação de dados da missão, que poderá ajudar a
esclarecer se estes objetos são frequentes. “Com base na taxa de ocorrência de
buracos negros ‘vizinhos’ implicada pela Gaia BH1, estimamos que a próxima
publicação de dados vai permitir a descoberta de dezenas de sistemas similares”,
disse ele.
O artigo com os resultados do estudo será publicado na
revista e pode ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.
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