Segundo Um Estudo de Astrônomos da 'Universidade de Nevada', Planetas ao Redor de Estrelas 'Anãs Vermelhas' Podem Não Ser Amigáveis Para a Vida

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Segue abaixo agora uma notícia publicada ontem (20/09) no site “Canaltech”, destacando um novo estudo conduzido por astrônomos da Universidade de Nevada, sugere que planetas ao redor de Estrelas Anãs Vermelhas podem não ser ‘Amigáveis’ para a vida como conhecemos. 
 
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Planetas ao Redor de Anãs Vermelhas Podem Não Ser Amigáveis Para a Vida
 
Por Danielle Cassita 
Editado por Patrícia Gnipper 
20 de Setembro de 2022 às 17h14 
Fonte: arXiv; Via: Science Alert 
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
 
Fonte: Gabriel Pérez Díaz, SMM (IAC)

Um novo estudo conduzido por Anna Childs e outros astrônomos da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, sugere que seria muito mais difícil para a vida como conhecemos surgir em planetas que orbitam estrelas anãs vermelhas. Eles acreditam que, nestes sistemas, não haveria uma "arquitetura" composta por asteroides e planetas gigantes gasosos, necessária para trazer os ingredientes necessários para o surgimento da vida em mundos como a Terra.
 
As anãs vermelhas são estrelas pequenas que queimam seus combustíveis nucleares muito mais lentamente do que acontece com estrelas semelhantes ao Sol, de modo que suas zonas habitáveis (a distância que planetas devem ter de suas estrelas para terem água no estado líquido) são muito mais próximas. Elas podem existir por trilhões de anos, ou seja, oferecem mais tempo para a vida surgir em planetas próximos delas e, quem sabe, prosperar.
 
(Imagem: Reprodução/NASA)
Planetas na zona haitável de suas estrelas podem ter água em estado líquido.
 
Alguns estudos já haviam sugerido que, como tendem a ser bastante ativas, estas estrelas podem não oferecer ambientes tão hospitaleiros para a vida nos planetas que as orbitam. Já no novo estudo, os pesquisadores investigaram se os sistemas com estrelas anãs vermelhas podem ter ingredientes suficientes daqueles que conhecemos, e que são considerados os responsáveis pela vida na Terra.
 
Os estudos mais atuais sugerem que asteroides e cometas que atingiram a Terra mais tarde na “juventude” do Sistema Solar ajudaram a tornar a crosta do nosso planeta mais habitável, e trouxeram vários compostos necessários para a vida. Então, sem um cinturão de asteroides, as alterações da crosta e a “entrega” de compostos químicos construtores da vida seriam reduzidos significativamente.
 
Modelos mostram que cinturões do tipo, seguidos de um bombardeio de asteroides, exigem a presença de um planeta gigante gasoso além da “linha da neve”, ou seja, além da distância em que compostos voláteis vão para o estado sólido. Por isso, os pesquisadores procuraram sistemas com anãs vermelhas para tentar encontrar gigantes gasosos, mas descobriram que nenhum dos sistemas estudados tinham planetas “irmãos” da Terra na zona habitável e gigantes gasosos.
 
(Imagem: Reprodução/Daniel Roberts/Pixabay)
É possível que a arquitetura do Sistema Solar não exista nos sistemas com anãs vermelhas.
 
Os cálculos mostraram que existe uma população de planetas gigantes gasosos orbitando estrelas do tipo além da linha, abrindo a possibilidade teórica para estrelas anãs vermelhas terem cinturões de asteroides próprios. Contudo, nenhum dos sistemas conhecidos, com anãs vermelhas e mundos rochosos na zona habitável, estão na categoria. Em outras palavras, a arquitetura do sistema destas estrelas pode ser bem diferente daquela do Sistema Solar. 
 
O estudo tem suas limitações — por exemplo, é possível que os impactos de asteroides e até a zona habitável não sejam tão importantes quanto os autores consideraram. Mesmo assim, os resultados podem ajudar os cientistas a entender melhor como a ausência de planetas gigantes pode afetar a habitabilidade dos sistemas estudados. Além disso, o estudo pode ajudar a explicar também o porquê de a Terra orbitar uma estrela amarela, embora as anãs vermelhas sejam mais frequentes.
 
O artigo foi aceito para publicação na revista e pode ser acessado no repositório online arXiv.

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