Saiba Tudo Sobre a Missão DART da NASA Que Se Choca Hoje (26/08) com o Asteroide Didymos

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Pois então amigos, segue agora uma interessante matéria tendo como tema a Missão DART da NASA que se chocará com o asteroide Didymos no dia de hoje (26/09) as 20h14 (horário de Brasília), e que o leitor poderá acompanhar ao vivo. Saiba mais sobre tudo isso lendo a matéria abaixo publicada dia (23/09) no site TecMasters.
 
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Missão DART: Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre a Nave Que Vai Bater em Um Asteroide
 
Projeto encabeçado pela NASA serve o objetivo de pesquisar mecanismos de defesa planetária, e tem impacto previsto para 26 de setembro
 
By - Rafael Arbulu 
23 setembro 2022 às 16:19 
Fonte: Via NASA
 
(Imagem: NASA/Divulgação)

No dia 26 de setembro, nós vamos dar um soco no queixo de um asteroide – figurativamente e literalmente falando. Nesta data, está previsto o impacto da missão DART, um projeto liderado pela NASA que busca chocar uma nave homônima contra o asteroide binário Didymos em um esforço de pesquisa sobre defesa planetária.
 
Originalmente lançada em novembro de 2021, a missão passou a melhor parte do último ano viajando pelo espaço e, neste mês, finalmente avistou seu alvo em suas lentes. Agora, é esperar o choque e…bem, ver o que acontece. Enquanto isso, temos algumas informações que vão ajudar você a se situar no projeto: 
 
* Objetivo 
 
* O alvo 
 
* Um projeto maior
 
* Perda de sinal 
 
* Como assistir 
 
(Imagem: NASA/Divulgação)
Imagem divulgada pela NASA mostra visão da espaçonave DART avistando o asteroide Didymos.

Qual o objetivo da missão DART? 
 
O nome “DART” é uma sigla em inglês para “Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo”. Apenas por isso, já dá para termos uma ideia do que queremos com esse projeto: o objetivo é atirar uma sonda de impacto contra o asteroide mencionado acima, efetivamente tirando-o de seu curso natural.
 
A ideia é avaliar a nossa capacidade de desviar objetos potencialmente perigosos à Terra no espaço, usando, literalmente, a força de uma pancada. A premissa tem base científica: estimativas presumem que um simples desvio de rota pode ser a diferença entre um asteroide cujo caminho o coloca em colisão com a Terra e, bem, não queremos isso.
 
Os dinossauros terrestres e seus incontáveis fósseis morreram por causa de uma colisão dessa, convenhamos. 
 
Por que esse asteroide, especificamente? 
 
O Didymos (palavra em grego para “gêmeo”) é um asteroide de classificação binária, ou seja, ele tem uma pedra maior e uma menor unidas no mesmo centro de gravidade. A DART vai bater nesta pedra menor (chamada “Dimorphos”, ou “duas formas”). A expectativa é que Dimorphos seja desviada, e que a força diluída do choque (a NASA tem um termo para isso: “splash damage”, ou “dano espalhado”) junto da alteração de curso (o que em tese mudaria o centro de gravidade) sejam suficientes para tirar o conjunto de sua rota normal.
 
Isso porque, em sua descoberta em 1996, descobrimos por métodos estatísticos que o Didymos é um dos asteróides classificados como “PHO” – sigla em inglês para “objeto potencialmente danoso”. Sua órbita é perigosamente próxima da Terra e, embora um choque direto já tenha sido descartado naturalmente, em novembro de 2003, ele passou a uma distância de 7,18 milhões de quilômetros (km) de nós – em termos astronômicos, isso é muito, muito perto. Outra passagem assim está programada para 2123, ainda mais perto: 5,9 milhões de km.
 
Portando cerca de 800 metros (m) de diâmetro, o sistema binário tem uma rotação bem rápida – seu “dia” dura aproximadamente duas horas. Seu satélite, o menor Dimorphos, tem uma rotação mais lenta – quase 12 horas – e 160 metros de diâmetro. Ele deve sobreviver ao impacto, mas a sonda será totalmente destruída. 
 
A missão DART é a segunda parte de um projeto maior 
 
Poucos sabem, mas a DART é parte de um projeto maior, e que deveria ser antecipada pela missão “AIDA” (“Avaliação de Impacto e Desvio de Asteróide”), uma missão que ambicionava enviar uma sonda para observar os asteroides no exato momento do impacto.
 
Tal missão acabou cancelada, porém: a agência espacial europeia (ESA) foi incapaz de manter o projeto rodando após a Alemanha não conseguir assegurar fundos que financiassem a sua parte da empreitada. Por causa disso, a NASA decidiu progredir diretamente com a DART.
 
Isso não significa que não tenhamos observações dos resultados deste impacto: em 2018, foi conceitualizada a missão “HERA”, que enviará uma sonda para a região mais próxima da cratera de choque causada pela DART e cumprir dois objetivos distintos: validar ou refutar o desvio do asteroide binário, além de analisar o que o impacto causou em sua superfície. A HERA deve sair da Terra cerca de cinco anos depois do choque.
 
Vale lembrar, também, que o momento do choque será observado por um satélite chamado LICIACube, que está equipado com duas câmeras de alta capacidade chamadas “Luke” e “Leia” (sim, de Star Wars). O satélite fará uma passagem pela zona de choque e tentará obter evidências fotográficas a serem enviadas de volta à Terra. 
 
“Perder o sinal”, aqui, será uma coisa muito boa 
 
Normalmente, quando a NASA diz que “perdeu o sinal” com alguma nave, sonda ou satélite, geralmente isso significa que aquele artefato humano está incomunicável. Se esse estado se torna duradouro, damos o objeto como perdido e passamos a estudar o motivo de sua “morte”.
 
No caso da missão DART, porém, a ideia é justamente que a sonda fique sem sinal, o que aumentará a confiança de que ela foi destruída no impacto e, consequentemente, a força do choque foi plenamente atingida, sem reduções.
 
E que choque ele deverá ser: a nave DART deve bater no asteroide Dimorphos a uma velocidade de quase 25 mil quilômetros por hora (km/h) – mais que o triplo do recorde mundial de velocidade de uma aeronave pilotada por um humano, que é de 7,2 mil km/h.
 
O procedimento de choque foi bem detalhado pela NASA, por meio da engenheira de sistemas da missão DART, Elena Adams, da Universidade Johns Hopkins:
 
“Usando um sistema de navegação relativa chamado ‘SMART Nav’, a DART vai se direcionar ao Didymos cerca de uma hora antes do impacto, e devagarinho, o asteroide menor Dimorphos entrará em seu campo de visão. A nave então começará a enviar imagens em um volume de uma por segundo.
 
Você vai nos ouvir dizendo coisas como ‘Estamos em mira travada’, o que significa que a nave passará a ignorar o Didymos e se concentrar apenas no Dimorphos. Então, dois minutos e meio antes do impacto, o SMART Nav vai se desligar, e vamos simplesmente apontar nossas câmeras e tirar as fotos mais espetaculares desse asteroide que estaremos vendo de perto pela primeira vez.” 
 
Posso assistir à missão? 
 
Sim, a missão DART será transmitida ao vivo pela NASA, por meio de seus canais multimídia. A agência conta com a NASA TV no YouTube, por onde ela transmite a maioria de suas missões. Além disso, ela também tem com vários aplicativos oficiais para todas as suas novidades – e que também mostra as transmissões.
 
Finalmente, o próprio TecMasters poderá ser seu canal para acompanhar o processo. No dia do impacto, teremos um artigo especificamente destinado à transmissão ao vivo, incorporada dos canais da NASA aqui em nosso site.
 
A missão DART tem previsão de impacto às 20h14 (horário de Brasília) da próxima segunda-feira, 26 de setembro de 2022.

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