Fantasia Adiada, Saiba Mais Sobre o Morto e Enterrado Projeto do VLM
Olá leitores e leitoras do BS!
Por Duda Falcão
Pois é amigos, trago agora para vocês na íntegra um
documento oficial da nossa Agência Espacial Brinquedo (AEB), enviado que foi dia
06/09, via e-mail ao BS, por um leitor que pediu para não ser identificado.
Esse documento, fruto de uma iniciativa desse leitor que, se
valendo da lei de acesso à informação, entrou em contado com essa piada
espacial brasileira para solicitar informações sobre o andamento dos projetos do Foguete
de Sondagem VS50 e do ‘Veículo Lançador de Microssatélites’, ou seja, o famigerado
VLM, e recebeu o revoltante e-mail abaixo em resposta.
Pois então, peço a todos que leiam com bastante atenção, aproveitem para tirar as suas próprias conclusões, e leiam até o final as minhas ponderações, e/ou então nos aguardem abordar este absurdo em
nossa coluna ‘Espaço Semanal’ da próxima quinta-feira (15/09)
AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA
DESPACHO
Processo nº 01350.001254/2022-51
Interessado: Ouvidoria, DGEP
Assunto: Acesso à imagens dos testes realizados no motor S50
do VLM. Previsão de Lançamento dos Veículos VS50 e VLM.
À DGEP
Senhora Assessora,
Em resposta ao Ofício 4871 (0169744), que trata da
Solicitação de Acesso à Informação (0169742), recomenda-se que nos seja
informado um e-mail do cidadão para que possa ser possível a transferência dos
arquivos. No mais, por se tratar de uma tecnologia estratégica e restrita, as
imagens e os vídeos além dos que se encontram em veículo midiáticos estão
somente em posse do IAE/DCTA, sendo necessário o contato diretamente com o
órgão responsável.
Ademais, esta Coordenação sugere como resposta o seguinte
texto:
"Caro cidadão,
Agradecemos o contato e o seu entusiasmo pelo setor aeroespacial.
Em resposta à sua solicitação, a Tabela I apresenta as principais realizações do Projeto
VS50/VLM-1.
Alguns links abertos podem ser acessados para maiores
informações:
Os demais vídeos e fotos dos testes, devem ser solicitados
diretamente ao Instituto de Aeronáutica e Espaço, detentores desses dados.
Quanto à previsão de lançamento do VS50/VLM-1, temos as
seguintes datas prováveis dos principais marcos do Projeto:
* 2º tiro em banco do motor S50 - segundo semestre de 2023;
* 1º voo do VS50 - segundo semestre de 2024.
* 2º voo do VS50 - segundo semestre de 2026.
* 1º voo do VLM-1 - segundo semestre de 2027.
Atenciosamente,
(assinado eletronicamente)
Paulo Roberto Braga
Barros
Diretor de Gestão de Portfólio
Tabela I - Realizações do VLM-1
Pois então caros leitores, vale lembrar que em 23 de dezembro de 2016 foi anunciada no próprio site oficial da AEB e repostado no mesmo dia no BS (veja aqui), e em diversos outros sites da net (como por exemplo, o prestigiado Defesanet.com - veja aqui) que, no dia anterior (22/12) o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) havia assinado um contrato com a empresa Avibras e a nossa piada espacial para financiar através do então Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC) a produção de oito motores S50 (preste atenção nesse número, pois voltaremos aborda-lo mais a frente), para serem utilizados nos futuros voos de qualificação do Foguete Sondagem VS-50 e no voo da primeira versão do Veículo Lançador
de Microssatélites VLM-1.
O tal contrato que teria auxílio gerencial, financeiro
e administrativo concedido ao IAE por
parte da ‘Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE)’ e isto por intermédio de um convênio assinado com a AEB, garantia na realidade o fornecimento de Oito Motores S50 com todos os seus
acessórios. Sendo que (prestem bem atenção), os Motores 1 e 2 seriam utilizados para ensaios de engenharia (ensaios estrutural e de ruptura), os Motores 3 e 4 seriam utilizados na queima em
banco de testes para validação em solo, os Motores 5 e 6 seriam utilizados para
validação (durante os voos de dois veículos VS-50), e por fim, os Motores 7 e 8 seriam utilizados como os
motores de voo da primeira versão do VLM-1.
FUNDAÇÃO DE CIÊNCIA, APLICAÇÕES E TECNOLOGIA ESPACIAIS
EXTRATO DE CONTRATO
Contratada: AVIBRAS DIVISÃO AÉREA E NAVAL SA
Objeto: Fornecimento de motores S50.
Valor: R$ 69.683.296,10 (sessenta e nova milhões seiscentos e oitenta e três mil duzentos e noventa e seis reais e dez centavos).
Vigência: 35 (trinta e cinco) meses, contados a partir da assinatura do contrato.
Assinaturas: 16/12/2016.
Contratante: Luiz Carlos Moura Miranda.
Contratada: João Brasil Carvalho Leite e José de Sá Carvalho Júnior - Convênio: SCV/VLM1.
(Extrato publicado no Diário Oficial da União (DOU) da época - Notem vocês que a data da assinatura não bate com a data divulgada, bem como a quantidade de motores a serem produzidos também não é numerado. Gringo da poltrona, o Brasil não é para amadores, rsrsrsrsrs)
Tudo bonitinho no papel, né verdade amigos? Porém na vida real as coisas não ocorreram como se esperava, e naquela época eu já apontava algumas de minhas preocupações quanto a esse contrato com a Avibras, em comentário publicado na mesma nota que postei junto com essa noticia publicada pela AEB. Vejam abaixo na integra o meu comentário:
"Comentário: Bom leitor, tenha calma, antes que você se
deixe levar pelas frases de efeito propositalmente colocadas neste texto e saia
saltando foguetes e pulando de alegria, leia o texto com bastante atenção. Evidentemente
se foi assinado um contrato com a Avibrás e se os recursos forem entregues no
prazo, não há o que discutir, a empresa fará os motores, ponto final.
Entretanto 26 meses representam dois anos e dois meses para os 6 primeiros
motores e os outros dois (que serão usados no pretendido primeiro voo do VLM-1)
ainda depende de Termo Aditivo ao contrato como citado no texto, coisa que pode
demorar e muito para ser feito de acordo com vários fatores, principalmente
políticos e de malandragem. Estamos já em 2017 e em dois anos e dois meses
estaremos em 2019, o que de cara já joga no lixo a previsão mentirosa feita
pelo Sr. Braga Coelho do lançamento do VLM-1 em 2018. Estando em 2019 e se o
tal do termo aditivo não tiver saído ainda (coisa muito provável) coloque mais
um ano e meio para se resolver tudo (termo adititivo, fabricação dos dois
motores e preparação para missão de lançamento) e estaremos então no final do
segundo semestre de 2020. E mesmo que dê tempo de lança-lo em 2020, lembre-se
que este voo será suborbital para atender a missão do SHEFEX III, e assim um
novo voo, mais complexo (orbital) levaria pelo menos dois anos para de
concretizar, cumprindo assim a única previsão verdadeira sobre a
autossuficiência espacial brasileira feita por esses vermes desde a
implementação dos governos civis, ou seja, a previsão divulgada em julho de
2010 pelo então Ministro Samuel Guimarães (veja
aqui) da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República (SAE) que na época afirmou: “O Programa Espacial Brasileiro faz parte
do Plano Brasil 2022, e define como meta a colocação em órbita de dois
satélites geoestacionários brasileiros e o lançamento do primeiro veículo
lançador de satélites (VLS) até o ano 2022, quando o país completa o
bicentenário de sua independência”, um tremendo garfe e que jamais voltou a ser
dito por ninguém ligado ao governo. Em resumo leitor, você tem sido enganado e
cozinhado em banho Maria por esses vermes e continuará sendo até o ano 2022, e
certamente isto tem interferência estrangeira com a conivência desses
energúmenos. E vale lembrar também que um foguete lançador não é só constituído
por motores, existem outros diversos sistemas e subsistemas que compõem o
veículo, e que também precisam ser desenvolvidos. Talvez seja ai onde os
alemães darão as cartas. Uma coisa curiosa me chamou a atenção leitor. Porque o
presidente banana da AEB não estava neste encontro? Será que ele continua na
China passeando as nossas custas??
Duda Falcão - Blog Brazilian Space -23/12/2016"
Antes que seja questionado pelo que disse na live da ultima quinta-feira (08/09), quando afirmei que foi nesse momento que eu avisei a Sociedade Brasileira que era um erro assinar esse contrato com a Avibras, peço desculpas aos nossos leitores, pois como se nota no próprio comentário acima, não foi exatamente nesse momento que dei este aviso. Infelizmente amigos fui traído pela minha memória cansada e na verdade, esse aviso deve ter ocorrido um pouco depois, ou seja, no decorrer do desenrolar do contrato, quando ficou claro que a Avibras não era a empresa certa para conduzir o desenvolvimento deste motor.
Chegamos então leitores as atividades da Avibras que, num período acima do previsto, produziu Quatro Motores S-50, dois deles testados com aparente sucesso nos tais 'ensaios estrutural e de ruptura', um terceiro para ser testado na 'primeira das duas queimas em
banco de testes para validação em solo' (a queima com a tubeira fixa), mas que poderia ter resultado em um desastre catastrófico se não fosse o protocolo de segurança conduzido pela eficiente equipe da UCA - Usina Coronel Abner (local do teste em bancada dos motores-foguetes sólidos brasileiros - veja o vídeo abaixo), pois a descuidada, irresponsável e incompetente empresa enviou a usina um motor trincado que poderia ter resultado numa grande explosão causando prejuízos incalculáveis a este importante equipamento de teste do Programa Espacial Brasileiro (PEB).
Já o quarto e ultimo Motor-Foguete S50 produzido até então pela empresa no âmbito deste contrato, foi finalmente entregue e testado nas instalações da UCA em 01 de outubro de 2021 (veja no vídeo abaixo), com 'aparente' sucesso mas com dois anos de atraso. Desde então amigos, se espera que outro teste, agora com Tubeira Móvel, venha a ser realizado, porém como o leitor mesmo pode notar pela nota da AEB enviada pelo nosso leitor, esse teste só ocorrerá no segundo semestre de 2023.
Vale aqui registrar leitor que, com a 'cagada' com o terceiro motor protagonizada pela incompetente Avibrás (é inadmissível o que eles fizeram), os objetivos previstos no cronograma inicial para o uso dos oito motores do contrato evidentemente foram por água abaixo, pois só sobraria um Motor-Foguete S50 para o primeiro voo do VLM, quando na realidade seriam necessários dois deles, ou seja, a conta não fecharia mais. E aí, fica a pergunta, quem pagaria pela 'cagada' da Avibrás? A própria empresa, né verdade? kkkkkkkkkkk, em que mundo vc vive caro leitor? As coisas não são bem assim, isto aqui é BRASIL.
Na verdade amigos o que ocorreu foi que, pouco tempo após o incidente na Usina, o bom orador, marqueteiro e patético presidente da AEB, o Sr. Carlos Moura, veio em defesa da empresa deixando claro (nas entre linhas evidentemente) que seria o próprio 'povo brasileiro' que pagaria esta conta, quando em uma entrevista (das tantas que este senhor concede para aparecer) cobrado (se me lembro bem) por um cidadão brasileiro que acompanhava a mesma, deixou entender que o incidente (vale ressaltar, não declarado e sem qualquer nota oficial sobre o ocorrido até hoje - o terceiro motor simplesmente desapareceu do registro histórico) era um pequeno detalhe que não se deveria levar em conta.
Ora amigos leitores, um comentário deplorável e irresponsável motivado talvez para proteger a intocável Avibras (que desde aquela época já vivia uma situação econômica ruim e que em março de 2022 resultaria no pedido de recuperação judicial), bem como também os energúmenos que lá em 2016 escolheram essa incompetente e pré-falida empresa para conduzir o projeto deste importante motor-foguete brasileiro.
E não parou por ai não amigos, pois na tentativa de apagar qualquer registro da 'cagada' da Avibrás, bem como de ludibriar a Sociedade Brasileira, essa gente sem escrúpulos não tem limites, sejam eles vermelhos, sejam eles azuis, sejam eles marcianos, ou de qualquer outra tribo que compõem essa nossa destrambelhada e cada vez menos nobre sociedade de larápios.
Acontece que durante o evento SpaceBR Show 2021, realizado online entre os dias 8 a 12 de novembro de 2021, infelizmente o impensável aconteceu (pelo menos pra mim que ainda tinha a FAB com uma organização séria), quando, durante a apresentação do painel 'Projetos e Programas no Brasil', com a maior cara de pau e sem qualquer cerimônia, o Major Rodrigo César Rocha Lacerda apresentou isso ai abaixo sobre o tal acordo dos motores assinado com a Avibrás em dezembro de 2016.
Pois é amigos, isso mesmo que vocês estão entendendo, o acordo que, como já vimos previa a produção de oito motores, na contagem do honorável Major da FAB, na verdade só previa seis motores. Resumindo, dois motores já pagos simplesmente evaporaram, e terão agora de ser produzidos pela Avibras mediante o investimento de novos recursos do governo, para que assim sejam utilizados no voo de qualificação do VLM.
Pois é amigos, é isso mesmo, é por conta dessa incompetente Avibrás e da sua 'cagada' que, o patético presidente dessa piada espacial chamou de 'pequeno detalhe que não se deveria levar em conta', que você, eu e todo o povo brasileiro terão de desembolsar mais recursos se quisermos que o VLM venha mesmo realizar o seu voo de qualificação. Além disso amigos, escrevam ai o que vou dizer, será para essa empresa e seus apadrinhados que mais 190 milhões de reais serão repassados através do fajuto edital do Foguete de Pequeno Porte lançado recentemente.
Outra coisa, até hoje como cidadão brasileiro eu continuo esperando uma posição da Avibrás quanto aos recursos (não tenho certeza, mas se não estiver enganado, creio que algo em torno de 100 milhões de reais) empregados há mais de um década no tal projeto do Drone Falcão, estão lembrados?. Afinal caros amigos, não precisa ser um especialista para saber que isso é muito dinheiro para ser empregado unicamente em uma 'maquete em tamanho real', única ação até hoje apresentada por essa sangue-suga incompetente que, há décadas vive as custas do erário publico brasileiro se valendo de lobbys que sagram os recursos do país.
Já amigos quanto ao VLM, que foi transformado num foguete mais alemão do que brasileiro após a retirada do Dr. Luís Eduardo Vergueiro Loures da Costa (gerente do projeto) do hoje sucateado Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), na verdade o projeto envelheceu e com esse prazo longo apresentado agora por esse documento da AEB (muito provavelmente para proteger os energúmenos que participaram dessa palhaçada, pois muito já estarão aposentados) o melhor seria mesmo só realizar a qualificação do motor através dos dois voos do VS50, e vale lembrar que até mesmo os alemães já estão cuidando do seu lado e para tanto, até uma empresa (curiosamente uma startup criada segundo dizem por um ex-funcionário aposentado do DLR que atuava na época do Dr. Loures como representante desta agência espacial alemã junto o IAE) foi criada e já trabalha numa espécie de prototipo do motor S50 graças a incompetência do inocente IAE, para não dizer coisa pior.
E o que mais me revolta nisso tudo amigos leitores, é que o tal Ministério Público que devia fiscalizar todas essas ações, parece dormir em 'berço esplêndido', e quando um jardineiro não cuida de seu jardim, as pragas e ervas daninhas tomam conta, né verdade?
Se lá atrás o IAE tivesse desafiado as startups Acrux, Edge of Space e Pion Labs para atuarem em consórcio na produção deste motor, colocando as instalações do IAE e da UCA a disposição dessas empresas, hoje já teríamos esse motor foguete qualificado, e muito provavelmente próximos de realizar um voo orbital. Entretanto amigos, os energúmenos optaram mais uma vez pela caminho errado e pior, permanecem seguindo pelo mesmo caminho, e tudo isso as custas do pobre, ignorante e manipulável povo brasileiro. Ou 'gringo da poltrona', como eu disse lá atrás,
O BRASIL NÃO É PARA AMADORES
É muito esquisita essa (des)governança do PEB, arrastando-se por décadas. O problema não fica só na agência, afinal quem colocou ou manteve a diretoria? Mas institutos, empresas associadas, com cobranças e políticas sérias. Cabeças deveriam rolar (figuradamente claro) ou apresentar os resultados à nação, mas continuam lá, bovinamente sorridentes.
ResponderExcluirClaramente, desde FHC adotou-se uma linha liberal em sua (des)condução, que sequer considera preocupantes ou vexatórias essas notícias, que repetem-se por anos e décadas. Precisa-se de governantes patriotas e com uma visão mínima de um percevejo para não notar a falta de oportunidades que a nação já perdeu. Nada vi disso desde que acompanho esse tema.
Ainda espero uma ação da Embraer Defesa e Segurança para ter uma atitude de comprar esta empresa Avibras, para finalmente ver um gerenciamento mais profissional nesta empresa. Mandei mensagens ao governo federal sem uma única resposta a respeito. Triste realidade.
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