Em Colaboração, as Sondas 'MAVEN' da NASA, e a 'Hope' do EAU, Fazem Descoberta de Novo Tipo Misterioso de Aurora em Marte
Olá leitores e leitoras do BS!
Trago agora para vocês uma notícia postada ontem (01/08) no
site ‘Olhar Digital’, destacando que
em uma cooperação que contou com as sondas espaciais MAVEN (sigla em inglês
para Atmosfera e Evolução Volátil de Marte), da NASA, e a Hope, dos Emirados
Árabes Unidos, foi descoberto um novo tipo de Aurora misteriosa no Planeta
Marte.
Vejam vocês amigos leitores como se faz programa
espacial. Pois é, como se não bastasse o enorme esforço de colaboração dos que
participaram para desenvolver essas naves espaciais, e posteriormente aqueles
que as colocaram em orbita de Marte e cuidam de sua manutenção e pesquisa, essas
mesmas equipes de pesquisas resolveram colaborar para conjuntamente fazerem essa
descoberta.
Pois então, depois de mais de 12 anos militando nos
bastidores da noticia do nosso pífio ‘Patinho Feio’, fico aqui me perguntando se os nossos
gestores e pesquisadores já compreenderam a importância crucial da colaboração
nessa área, ou se o ‘EGO’ deles continuará imperando e causando atrasos no
setor?
Enfim...
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
Novo Tipo Misterioso de Aurora é Descoberto em Marte
Por Flavia Correia
Editado por André Lucena
01/09/2022 - 12h41
Atualizada em 01/09/2022 - 13h11
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Uma colaboração entre duas sondas espaciais orbitando Marte possibilitou a descoberta
de um novo tipo misterioso de aurora no planeta, conforme relatado em um artigo publicado
esta semana no Geophysical Research Letters.
A espaçonave MAVEN (sigla em inglês para Atmosfera e
Evolução Volátil de Marte), da NASA, e a sonda Hope, dos Emirados Árabes Unidos,
trabalharam juntas para analisar as auroras de prótons ultravioletas que se
formam no alto da atmosfera marciana.
Crédito: EMM/EMUS
Segundo os resultados da nova pesquisa, esses eventos
diurnos nem sempre são difusos e distribuídos uniformemente, mas também podem
ser altamente dinâmicos e variáveis, contendo estruturas em escala fina. “As
observações da EMM (Emirates Mars Mission) sugeriram que a aurora era
tão difundida e desorganizada que o ambiente de plasma ao redor de Marte deve
ter sido realmente perturbado, a ponto de o vento solar estar afetando
diretamente a atmosfera superior onde quer que se observasse a emissão
auroral”, diz o cientista planetário Mike Chaffin, da Universidade de Colorado
Boulder, nos EUA.
“Combinando observações da EMM com medições MAVEN do
ambiente de plasma auroral, podemos confirmar essa hipótese e determinar que o
que estávamos vendo era essencialmente um mapa de onde o vento solar estava
agindo sobre o planeta”, explicou.
As auroras de prótons – o tipo mais comum em Marte –
foram descritas pela primeira vez em 2018, com base nos dados da MAVEN. Elas se
formam de maneira bastante semelhante à qual as auroras na Terra são produzidas. No entanto, tendo em vista que Marte
não tem uma magnetosfera internamente impulsionada como a da Terra, o resultado
é sem igual.
De acordo com o site Science Alert, o mais
semelhante que o Planeta Vermelho tem a um campo magnético é algo muito frágil, induzido pelo zumbido
de partículas carregadas desacelerando enquanto entram na atmosfera. Por mais
fraco que seja, no entanto, é adequado o suficiente para desviar muitos dos
prótons de alta velocidade e nêutrons que disparam do Sol.
Quando carregados positivamente no vento solar, os
prótons colidem com o invólucro de hidrogênio de Marte e se tornam ionizados,
roubando elétrons dos átomos de hidrogênio para se tornarem neutros.
Esta troca de carga permite que as partículas neutras
contornem o choque de arco do campo magnético ao redor de Marte, irradiando na
atmosfera superior e emitindo luz ultravioleta. Acreditava-se que esse processo
produzia de forma confiável a emissão auroral uniforme sobre o lado diurno de
Marte, mas as novas observações mostram o contrário.
No lugar do perfil suave esperado, os dados da sonda Hope
mostram que, às vezes, a aurora é irregular, sugerindo que pode haver processos
desconhecidos em jogo durante sua formação.
É onde a MAVEN entra em cena. O orbitador da NASA carrega
uma suíte completa de instrumentos de plasma para sondar o vento solar, o
ambiente magnético e íons térmicos no espaço ao redor de Marte.
A espaçonave tomava medidas enquanto, simultaneamente, a
sonda Hope observava a aurora excêntrica, e os dados combinados permitiram que
os cientistas entendessem a razão por trás disso. “Examinando várias observações
da EMM sobre auroras irregulares que têm diferentes formas e locais, e
combinando essas imagens com medições de plasma feitas pela MAVEN, concluímos
que uma série de processos podem produzir auroras irregulares”, disseram os
pesquisadores. “A aurora irregular é principalmente o resultado da turbulência
plasmática, que em algumas circunstâncias leva à deposição direta do vento
solar em todo o planeta”.
Em outras palavras, uma rara interação caótica entre
Marte e o vento solar é responsável pela aurora irregular; embora não esteja
totalmente claro qual é o impacto na superfície marciana.
É possível, no entanto, haver implicações a longo prazo
na atmosfera, bem como a redução de água: sem um campo magnético global, Marte
tende a perder ambos. Curiosamente, a lisa e irregular aurora de prótons pode
ajudar os cientistas a entender pelo menos um desses mecanismos, já que o
hidrogênio envolvido está sendo parcialmente criado pela água na atmosfera
marciana vazando para o espaço.
“Muitos dados futuros e estudos de modelagem serão
necessários para identificar todas as implicações dessas condições para a
evolução atmosférica de Marte”, concluem os autores.
Comentários
Postar um comentário