INPE Recebe Representantes do IBAMA

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (19/10) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o instituto recebeu na semana passada (08/10) representantes do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para discutir questões técnicas dos monitoramentos realizados pelo INPE e outros assuntos.

Duda Falcão

INPE Recebe Representantes do IBAMA

Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) recebeu na semana passada (08/10) representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para discutir questões técnicas dos monitoramentos realizados pelo INPE, bem como alinhar a cooperação entre os institutos no combate ao desmatamento e às queimadas.

Além da presença do Diretor e do Chefe de Gabinete do INPE, Leonel Perondi e Carlos Alexandre de Souza, a reunião contou com a participação de Volney Zanardi, Presidente do IBAMA, Edson Sano, Coordenador de Zoneamento Ambiental do IBAMA, Francisco Oliveira, do MMA, representantes do Programa Amazônia e do Monitoramento de Queimadas do INPE, assim como dos coordenadores e pesquisadores diretamente envolvidos nas temáticas de interesse.

Os visitantes assistiram a apresentações técnicas sobre o monitoramento de queima de vegetação feito pelo INPE e IBAMA, monitoramento do desmatamento da Amazônia, monitoramento da cana-de-açúcar para fins de sustentabilidade da produção de etanol e sobre o monitoramento do plantio da soja no bioma Amazônia (safra 2011/12), a chamada “Moratória da Soja”. Essas apresentações forneceram a base para as discussões técnicas entre o IBAMA e as equipes de monitoramento do INPE.

Delegação do IBAMA e do INPE reunidas para
as apresentações e discussões técnicas


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Comentários

  1. Tá ai uma pergunta que caberia ser colocada...

    Se o Ibama e o Incra lutam de maneira tão ferrenha para inviabilizar o CLA, olhando apenas para um dos lados da questão, como eles esperam receber imagens de satélites para monitorar e demarcar as terras respectivamente?

    Vão importar imagens de satélites estrangeiros, lançados por foguetes estrangeiros, de centros de lançamento estrangeiros até o fim dos tempos?

    Tá mais que na hora desses institutos pensarem mais nas consequencias das suas decisões em relação ao País como um todo, e não apenas de uma minúscula área de um País desse tamanho.

    Não estou dizendo que tem que deixar abusar, mas tem que ter uma solução que seja boa para as comunidades afetadas, mas que não prejudique os interesses da nação.

    Estão criando um monte de "jardins antropológicos" pelo Brasil a fora. E já foi constatado mais de uma vez, que as supostas alegações antropológicas são no mínimo questionáveis. Até Indio se dizendo Quilombola já apareceu, e o pessoal aceita isso na maior boa vontade...

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  2. Essas iniciativas são boas para aproximar o Ibama do programa espacial, porque assim terão que tomar o PEB como um aliado. É ironico, como o Marcos falou, que depois de toda a confusão que essa e outras instituição já causaram ao programa espacial, elas aparecem por lá para receber informações.

    Relativamente aos "jardins antropológicos", num governo que apoia os sem-terra, parece que não vão querer priorizar nada que saia de suas linhas políticas, nem se for para o engrandecimento da nação.

    A política é um entrave no Brasil.

    A construção de Itaipu, que aparentemente comprometeria muito mais a fauna e a flora (por causa dos alagamento que a barragem iria causar), foi bastante bem delineada, e chegou-se ao acordo até mesmo com os habitantes locais. Não percebo como podem entregar o CLA sem planeamento.

    Se construírem mesmo outro centro de lançamento, espero que desta vez planeem e se lembrem do sufoco que está havendo com o CLA. Mas temos um património imenso para ser protegido, e não creio que nessas alturas, com as queimadas, vale a pena lembrar de conflitos. É uma altura de erguer as mangas e unir esforços.

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    Respostas
    1. Israel,

      Algo que justifica em parte o que aconteceu, na verdade é mais um dos problemas do nosso PEB. O envolvimento dos militares.

      Não me entandam mal, reitero minha admiração por tudo (e foi quase tudo meso), que eles fizeram e continuam fazendo, mas existem efeitos colaterais...

      Na época, as "desapropriações" para os militares, eram feitas e pronto. Foi assim na Barreira do Inferno, que fica a apenas 18 km de Natal, e hoje já está no mesmo processo. Sem poder se expandir, vai acabar encolhendo devido a expansão imobiliária de lá.

      Com Alcântara, foi mais ou menos o mesmo, sem contar com o nosso Presidente Maranhense da época. Então podemos entender que a "desapropriação", foi mais uma "apropriação" (juridicamente indébita, diga-se de passagem).

      Eu acredito que o quanto antes os militares repassarem para as instituições civis tudo que for relativo as pesquisas espaciais para uso pacífico e voltarem os seus institutos de pesquisa para a sua missão constitucional, melhor será para ambas as partes e para o PEB como um todo.

      Sobre o CLA, eu realmente não sei o que vai acontecer, mas já declararam mais de uma vez que a permanecer o que foi determinado pelo Incra, qualquer expansão e a operação comercial do CLA ficam inviabilizadas.

      Eu localizei dois outros lugares no Norte do Brasil, com características físicas viáveis, mas um deles, em Marajó, já está sofrendo do mesmo mal de "jardineiros antropológicos", o outro no Amapá, precisaria ser melhor estudado.

      Sobre esse assunto, eu fiz uma artigo a algum tempo atrás chamado Jardim Antropológico Impede Brasil Espacial.

      Temos muito a discutir e trabalhar para tentar ver uma luz no fim desse túnel.

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    2. É uma alternativa interessante.

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  3. Olá Marcos e Israel!

    Resolvi escrever essas palavras por achar que as colocações postadas pelo Marcos além ofensivas e injustas aos militares, não descreve a realidade do fatos além de estarem só alimentado a discórdia entre aqueles que deveriam estar se unindo contra o inimigo comum, ou seja, os energúmenos que militam em Brasília. Eles sim são os verdadeiros culpados por toda essa situação, e se não fosse o esforço empreendido pelos servidores militares e civis, alguns pagando com a própria vida, o Programa Espacial Brasileiro nem existiria. É preciso que se diga que durante a fase dos governos militares o PEB caminhou de acordo com o tamanho do país e dos recursos disponíveis alcançando grandes feitos. Após o inicio dos governos civis, com exceção do governo Sarney, foi que o Programa espacial começou a degringolar, apesar dos apelos da comunidade científica formada por pesquisadores civis e militares. No final de 1979 o Ministério da Aeronáutica vinha negociando com a França o desenvolvimento conjunto de um Veículo Lançador baseado no foguete francês Diamond (creio que era esse o nome) quando então começou a pressão americana para que a França caísse fora das negociações. Ao mesmo tempo havia um movimento no Brasil para que desenvolvêssemos um Veículo Lançador sozinhos, movimento esse que com a recusa da França em ir adiante com o acordo, levou o Brasil a criar em 1980 ou 81 (creio eu) a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), que consistia no desenvolvimento do VLS-1 e de quatro satélites (sendo dois de Coleta de Dados SCD-1 e SCD-2 e dois de Sensoriamento Remoto SSR-1 e SSR-2) e a implantação de um centro de lançamento de satélites que viria ser o CLA. Ficou definido então que a parte do desenvolvimento dos satélites ficaria a cargo do INPE e o desenvolvimento do foguete e a implantação da base ficaria a cargo do então Ministério da Aeronáutica. Enquanto a MECB ficou a cargo do governos militares ela avançou apesar das dificuldades. Vale dizer que o Brasil estava partindo do foguete SONDA III, um projeto trazido da França pelo engenheiro 'Jaime Boscov' (o pai do Programa do VLS-1) no final da década em 70 e que fez seu primeiro voo em 1976. Durante os governos militares da década de oitenta e do governo civil do José Sarney a MECB avançou tanto na área de satélites (desenvolvendo o SCD-1 e dando início no desenvolvimento do SCD-2 e Saci-1) como na área de foguetes lançando quatro Sondas IV e iniciando o desenvolvimento do VS-40, entre tantas outras tecnologias que foram desenvolvidas, havia entusiasmo e dedicação e muita esperança. (continua)

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  4. Parte 2

    A partir do Governo Collor a coisa foi piorando, principalmente para os militares pois eram eles que estavam envolvidos com a área mais complicada do programa. Veio chumbo grosso de todos os lados, boicote do governo e de suas instituições públicas, criação de uma Lei de Licitações completamente inadequada para o setor, falta de recursos, perda de profissionais por não acreditarem mais no programa, aposentadoria de profissionais sem as devidas reposições, boicote internacional, espionagem (historias dignas de filmes do James Bond com envolvimento de servidores do IAE que arriscaram suas vidas), e suspeita até de sabotagem internacional. Apesar disso tudo os militares seguiram aos trancos e barrancos na década seguinte culminando com o lançamento do segundo VS-40 e posteriormente do primeiro VLS-1 em 1997 e do segundo VLS-1 dois anos depois em 1999 no governo do Fernando Henrique Cardoso. A situação já era gravíssima quando o Lula assumiu no início de 2003, mas a esperança de que o voo do terceiro protótipo do VLS-1 seria um sucesso era muito grande entre os servidores civis e militares do IAE, apesar do orçamento enviado pelo FHC no final de seu governo, e aprovado pelo Congresso para ser utilizado pelo Governo Lula, ter sido irresponsáveis 50 milhões para todo o programa. Mesmo assim os militares seguiram em frente e deu no que deu. Durante o segundo governo do Lula é que o programa começou a recuperar os níveis de investimento anteriores, mas a obsolescência dos equipamentos e dos centros de lançamentos já era muito grande, além dos problemas estruturais não terem sidos resolvidos pelo presidente humorista, sem falar no desastroso acordo com a Ucrânia protagonizado por ele e por uma besta política incomparável da política brasileira. (continua)

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  5. Parte 3

    O IAE e o INPE trabalham com empresas privadas desde o início da década de 80 transferindo tecnologias ou desenvolvendo conjuntamente com essas empresas, e devido ao governo que temos, o controle de várias dessas tecnologias foram perdidas quando da venda de algumas dessas empresas como já coloquei aqui nos meus comentários. A visão do Marcos de que as coisas mudariam se o programa fosse passado para iniciativa privada é equivocada e perigosa, não só por não haver compromisso do governo e de não haver regras que impeçam essas vendas descriminadas, mas pelo simples fato de que a iniciativa brasileira do setor espacial não está preparada para assumir algo que ainda não foi testado em nenhum lugar do mundo. Diferentemente do que o Marcos imagina, não existe programa espacial privado, o que existe são iniciativas privadas em algumas áreas das atividades espaciais que em sua grande maioria são subsidiadas pelas agências espaciais de seus países. Mesmo nos EUA as empresas como a Boeing, SpaceX e outras, vivem dos contratos e dos projetos lançados e coordenados pelo governo americano através da NASA. No Brasil estamos ainda engatinhando nesse processo e, além disso, todo conhecimento e infraestrutura necessária estão locados nos institutos do governo. Agora quanto ao lance com os Quilombolas, na realidade tudo foi causado por uma má condução de todo processo pelo governo através do Ministério da Aeronáutica da época, que prometeu ouro e entregou barro, ou seja, não cumpriu o que havia prometido, fazendo com que as comunidades entrassem na justiça reclamando seus interesses. O problema é que a coisa foi feita quase que na marra, mas o que complicou foi que as promessas não foram cumpridas e a vida dessa gente foi realmente muito prejudicada. Inicialmente eles entraram na justiça por conta própria, porém o processo não andava, quando então ONGs entraram na jogada orientando melhor e deu no que deu. Se o MA da época tivesse seguido o modelo adotado pela França/ESA na Guiana e cumprido o que havia prometido não estaríamos aqui discutindo esse assunto. Bom é isso ai.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. OK Duda e PessoAll,

    Basicamente, concordo com tudo que você disse Duda, e repare que eu me antecipei, com a observação logo no innicio da minha resposta: "Não me entandam mal, reitero minha admiração por tudo (e foi quase tudo mesmo), que eles fizeram e continuam fazendo, mas existem efeitos colaterais..."

    Realmente, se não fossem os militares, principalmente os do Exército que deram o pontapé inical e os da Aeronáutica, que basicamente nos trouxeram onde estamos hoje, o Brasil não teria absolutamente nada na área espacial.

    Eu sinto arrepios quando digo isso, mas digo: "eu tenho saudades da época do Figueiredo".

    Como você disse, tinhamos problemas, sim tinhamos, mas não era essa pouca vergonha que se vê hoje em dia...

    Agora é um fato histórico. Esse período, acabou, (ou será que não?), e voltando ao assunto original, vamos supor que o CLA seja dado como inviável e passem a procurar um outro local para um Centro de Lançamento. Se fizerem uma "apropriação" nos mesmos moldes como sendo área militar, vão dar com os burros na água (novamente).
    E outra questão a ser considerada, é a visão internacional sobre o PEB. Enquanto tiver um forte envolvimento militar, uma boa parte do pessoal de fora vai continuar desconfiado.

    Vejam. Como o Duda mesmo disse, essa é a minha visão "tosca" do assunto. Eu sinceramente acredito que seria bom até para os militares, ir saindo aos poucos do programa espacial civil, e direcionando os seus recursos para programas espaciais militares, envolvendo a defesa nacional com recursos espaciais, até para evitar o risco de "respingar" alguma coisa neles, pois para quem está no poder hoje em dia, basta dizer "eu não sabia de nada" ou "eu não fui informada", e fica tudo certo.

    Porém, gostaria de ressaltar que: em nenhum momento, em minha opinião, faltei com o respeito ou ofendi aos militares, pois reitero, hoje em dia, é a ÚNICA categoria na qual eu confio no Brasil, e foi graças a ela que o PEB está onde está. Infelizmente, outras categorias responsáveis pela segurança pública não escaparam desse verdadeiro cancer da corrupção. É só ver as manchetes diárias.

    Grande Abraço.

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