Blog Entrevista o Diretor do IAE - Brigadeiro Kasemodel
Olá
leitor!
Você
que acompanha com frequência o nosso blog “BRAZILIAN SPACE” sabe que não temos
medido esforços para trazer aos nossos leitores notícias relativas sobre esse
importante programa de ciência e tecnologia que o Brasil vem empreendendo desde
o segundo semestre do ano de 1961.
Desde
aquela época, inicialmente com os institutos militares e posteriormente também através
do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (instituto de pesquisa
público da área civil), o Brasil vem realizando atividades espaciais tentando
acompanhar o que vem sendo feito mundo afora, visando com isso alcançar a sua autossuficiência
nessa área, objetivo fundamental para um país de dimensões territórios continentais
como o Brasil.
Infelizmente
devido à visão irresponsável de governos desastrosos durante duas décadas seguidas,
desde o inicio da década de 90, quando então os governos civis já estavam no
poder, a tarefa de conduzir o desenvolvimento desse setor não tem sido nada
fácil, nem nos institutos militares (IAE, IEAv, IFI) e nem no INPE, mesmo após ter
sido criada em 1994 uma agência espacial que tinha como objetivo coordenar,
aglutinar e direcionar os esforços empreendidos nas instituições envolvidas com o programa.
Nessa
época a criação da AEB (Agência Espacial Brasileira) trazia a todos uma
esperança de luz e de futuro promissor, pois aliviava a imagem do programa
junto à comunidade internacional que não o via com bons olhos devido à
participação militar no mesmo. Para Comunidade Espacial Brasileira, essa nova
visão internacional poderia abrir portas para o Brasil não só na busca por
novas tecnologias sensíveis que acelerassem o nosso desenvolvimento no setor,
como também no desenvolvimento de tecnologias que viessem ajudar outras áreas de
conhecimento da ciência e tecnologia brasileiras. Chegou-se na época até
assinar um acordo na área de tecnologias de mísseis que na teoria ajudaria
nesse processo, mas infelizmente esqueceram de algo fundamental para que o
processo de desenvolvimento nessas duas décadas pudesse ocorrer dentro dos
planos traçados no PNAE, ou seja, combinar o apoio e compromisso necessário de pessoas
como Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz
Inácio “Lula” da Silva (talvez o menos pior deles) e Dilma Rousseff, ervas
daninhas e grandes responsáveis por todo esse atraso e toda essa situação de
descaso para com esse importantíssimo e crucial programa para o futuro de nosso
país.
Porém
leitor a vida continua, e com a proximidade de mais um ano novo as esperanças de
todos se renovam para 2013, assim sendo, o blog “BRAZILIAN SPACE” não poderia
furta-se de cumprir a sua função de trazer para nossos leitores notícias sobre as
expectativas espaciais do país para esse novo ano que se aproxima.
Com
esse objetivo, buscamos então contato com um grande profissional e defensor do PEB, o Brigadeiro Eng. Carlos Antônio de
Magalhães Kasemodel (diretor do IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço) visando
com isso entrevistá-lo, entrevista esta atendida como de costume com grande atenção
e cordialidade através de sua assessora Glória Regina Esteves de Lira que
repassou as perguntas ao brigadeiro que então as respondeu.
O
blog “BRAZILIAN SPACE” gostaria de agradecer publicamente uma vez mais a atenção
dispensada pelo Brig. Kasemodel, pela sua assessora Glória Regina Esteves de
Lira e pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que pela terceira vez nos
atenderam sem qualquer espécie de censura ou discriminação, o que vem comprovar
o respeito dessa instituição e de seus servidores pelo trabalho que o blog vem
realizando na divulgação das atividades do PEB nesses quase quatro anos de existência.
Abaixo
segue na íntegra a entrevista esclarecedora realizada pelo blog por email com
Brig. Kasemodel.
Duda
Falcão
Brig. Eng. Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel Diretor do IAE |
1- BLOG
BRAZILIAN SPACE: Brigadeiro Kasemodel, desde que a presidente Dilma Rousseff
assumiu a presidência da república, cortes orçamentários diminuíram e muito as
verbas disponíveis para os projetos do IAE, inclusive atrasando ainda mais o
projeto do VLS-1. Qual é realmente a situação desse programa e qual é
atualmente a real expectativa do instituto para os lançamentos dos VLS-1 VSISNAV, XVT-02 e VO4?
BRIG.
KASEMODEL: O lançamento do VLS-1 VSISNAV
deverá ocorrer em 2013. Para a realização deste voo, o caminho crítico atual é
a conclusão das redes elétricas, contratada junto à indústria nacional. Os
lançamentos do XVT-02 e do V04 estão previstos para os anos subsequentes, mas
dependem de recursos financeiros que ainda não estão assegurados.
2- BRAZILIAN SPACE: Brig.
Kasemodel em nossa primeira entrevista (abril de 2010) perguntamos ao senhor se
o VLS-1 poderia ser usado para o lançamento do satélite universitário ITASAT-1
e o senhor disse que não havia nenhuma previsão nesse sentido. É sabido que
esse satélite encontra-se atualmente em sua fase final de desenvolvimento.
Assim sendo, lhe pergunto: Houve alguma mudança quanto a isso?
BRIG
KASEMODEL: Tanto o VLS-1 como o VLM-1 poderá
ser utilizado para o lançamento do ITASAT; contudo, a previsão de disponibilidade
desses veículos para esse voo é a partir de 2015. Outra alternativa seria o
lançamento de carona no Cyclone 4.
3- BRAZILIAN
SPACE:
Continuando Brigadeiro, o IAE tem um acordo exitoso de cooperação há mais de 40
anos com o DLR alemão que tem trazido importantes contribuições ao PEB. É
sabido que reuniões têm sido realizadas entre o DLR e o IAE visando novas
oportunidades de cooperação espacial, tanto em relação aos Programas TEXUS,
MASER, SHEFEX, HIFIRE, SCRAMSPACE, como também e possivelmente ao Programa
MAXUS e talvez também o Programa HotPay. Com relação ao Programa SHEFEX
brigadeiro, existe na net uma programação divulgada pelo DLR que prevê além do
lançamento do SHEFEX III pelo VLM-1, o lançamento de dois experimentos
intitulados SHEFEX IIa e IIb. O Brasil está envolvido com essas missões, e caso
sim, qual o foguete brasileiro que se pretende utilizar?
BRIG.
KASEMODEL: Na realidade não tenho
conhecimento dessas missões intituladas
SHEFEX IIa e IIb. Do meu conhecimento, o próximo experimento desse
Programa é o SHEFEX III. No entanto, se de fato existir essa previsão, é
possível que para esses lançamentos sejam utilizados novamente veículos VS-40 mas, o IAE não recebeu, até o momento, nenhuma solicitação do
DLR nesse sentido.
4- BRAZILIAN
SPACE: E
com relação ao Programa MAXUS (DLR/ESA) brigadeiro, é sabido que havia
discussões entre o IAE e o DLR para que o VS-50 (foguete derivado do
motor-foguete S50 do VLM-1) fosse utilizado nesse programa em substituição ao motor-foguete norte-americano Castor 4B. As discussões
avançaram nesse sentido brigadeiro?
BRIG.
KASEMODEL: O foguete VS-50 poderia ser utilizado em substituição ao Castor 4B, mas
não temos nada de concreto por parte do DLR. Sobre a
participação do IAE no Programa MAXUS, até o momento, também, não houve nenhuma
demanda oficial do DLR para o VS-50.
5- BRAZILIAN
SPACE:
Falando no motor S-50 e no VLM-1, como vão o desenvolvimento desses projetos?
Existe já uma previsão de teste desse motor no banco de provas da Usina Coronel
Abner?
BRIG.
KASEMODEL: Como é do seu conhecimento, já
temos um modelo de engenharia do envelope-motor S50 e o projeto VLM-1 está na Fase SSR (System Requirements Review). Testes do Motor S50 em Banco de
provas estão previstos para 2014. Entretanto, o
desenvolvimento de ambos projetos é fortemente dependente de recursos
financeiros que devem ser assegurados tanto em volume como em cadência de
desembolso.
6- BRAZILIAN
SPACE: E quanto ao foguete de
sondagem brasileiro VSB-30 brigadeiro, como se encontra o processo de industrialização
desse foguete?
BRIG.
KASEMODEL: Para que a transferência
completa do VSB-30 para a indústria nacional se
concretize são necessários dois fatores, pelo menos: recursos financeiros para adequação dos
meios de produção e para a realização do processo de convalidação (em outras
palavras, confirmação do processo de certificação) e demanda, que justifique esses investimentos e seja atrativa para a
indústria.
O processo de
convalidação se faz necessário toda vez que a fabricação de um produto
certificado troca de responsável.
7- BRAZILIAN
SPACE:
Falando em industrialização brigadeiro, nos parece que existe o interesse do
IAE de usar o mesmo processo com relação aos foguetes VS-30, VS-30/Orion,
VS-40, VLS-1 e os futuros VS-50 e VLM-1? Caso isso seja verdade, já existem
reais ações nesse sentido?
BRIG.
KASEMODEL: O caso do VLM-1 (e também do
VS-50) é diferente. O envolvimento da indústria acontece desde a fase de
concepção e espera-se que o processo de industrialização ocorra de forma
natural ao término do projeto. O VS-30 é o mesmo caso do VSB-30. Quem fabricar
o VSB-30, faz o VS-30 com tranquilidade. Já para o VS-40 e o VLS-1, a demanda é
muito baixa e a industrialização não é atrativa. Nesse caso, é mais
interessante se pensar em industrializar os propulsores S-43 e S40.
8- BRAZILIAN
SPACE:
Voltando ao VSB-30 brigadeiro, a mídia tem anunciado que um foguete desse
deverá ser lançado do CLA ainda esse ano com uma carga útil do “Programa Microgravidade
da AEB”. Existe fundamento nessa informação brigadeiro, e caso sim, qual é o
nome dessa Operação?
BRIG.
KASEMODEL: O que será lançado não é um
VSB-30 e sim um VS-30/Orion, a partir do CLA (Operação Iguaíba). Não é lançamento do Programa Microgravidade
da AEB, mas sim de uma carga útil com experimentos do INPE e IAE.
9- BRAZILIAN
SPACE: E
quanto ao projeto do VLS Alfa e do Programa Cruzeiro do Sul brigadeiro, os
mesmos tem avançado ou continua em stand by?
BRIG.
KASEMODEL: A exemplo do que ocorreu com o
VLS-Alfa, existem tratativas para a realização do Projeto Preliminar do
VLS-Beta em 2013. A evolução do VLS-Alfa continua em stand-by, aguardando o
desenvolvimento do propulsor L-75 e do voo do VSISNAV, para a qualificação da
parte baixa do VLS-1 (primeiro e segundo estágios que também serão utilizados
no VLS-Alfa).
10- BRAZILIAN
SPACE:
Recentemente brigadeiro foi informado no site do IAE que foram finalizados os
testes com o modelo de voo mecânico do SARA Suborbital 1. Já Existe uma
previsão real de lançamento dessa missão, e caso sim, seria para quando?
BRIG.
KASEMODEL: O Voo do SARA Suborbital 1 está previsto para 2013; o veículo será um
VS-40.
11- BRAZILIAN
SPACE:
Agora abordando o programa de motores-foguetes a propulsão líquida brigadeiro,
foi anunciado em dezembro do ano passado a conclusão em solo dos testes com o
motor-foguete L5. Informações divulgadas posteriormente davam conta que o
próximo passo seria o teste em voo desse motor através de uma missão chamada
V30/L5. Já existe uma previsão de lançamento para essa missão brigadeiro, ou a
mesma depende ainda da conclusão do Sistema de Alimentação Motor-Foguete
(SAMF)?
BRIG.
KASEMODEL: Depende da conclusão do SAMF,
cujos modelos devem ser entregues pela indústria e submetidos a ensaios no IAE.
Somente após a conclusão de todos os testes em solo
do SAMF integrado ao motor L5 é que poderá ocorrer o voo desse estágio líquido.
12- BRAZILIAN
SPACE:
Falando no SAMF brigadeiro, como vai o desenvolvimento desse sistema?
BRIG.
KASEMODEL: O projeto do SAMF enfrentou
algumas dificuldades no processo de fabricação dos reservatórios. Após a indústria ter resolvido esses problemas, novos
protótipos foram construídos e estão em fase de ensaios de qualificação no IAE.
13- BRAZILIAN
SPACE: E
quanto ao desenvolvimento do motor-foguete L15 brigadeiro, já existe uma
previsão de quando o mesmo estará disponível para ser testado pelo foguete
VS-15, ou também o seu uso está dependendo do desenvolvimento do SAMF?
BRIG.
KASEMODEL: Nesse caso, não só do SAMF mas
também do propulsor L15 que ainda não teve sua qualificação em solo concluída.
14- BRAZILIAN
SPACE: É
sabido brigadeiro que a empresa russa “Konstruktorskoe Buro Khimavtomatiky - OSC KBKhA” entregou ao IAE em
2010 as especificações de um Banco de Provas de 400 kN de empuxo
para motores-foguetes líquidos, projeto esse essencial para a realização dos
testes em território brasileiro com o tão esperado motor L75. Entretanto, o
diretor do projeto, o Eng. Daniel Soares de Almeida, divulgou recentemente,
durante a realização do 6º SePP&D, que agora o objetivo seria um Banco de
Provas de 100 kN. Realmente houve essa mudança brigadeiro, e caso sim, porquê?
BRIG.
KASEMODEL: A empresa KBKha não elaborou as
especificações, somente ocorreram tratativas preliminares para sua contratação,
mas isso não foi concretizado. A infraestrutura do Banco de 400 kN requer
montante de recursos não disponíveis, no momento, no PEB. O Banco de Provas
divulgado no Seminário é adequado para testes do Motor L75. Entretanto, estão
sendo realizadas tratativas para realizar os testes do motor L 75 no exterior.
15- BRAZILIAN
SPACE: E
quanto ao projeto do motor L75 brigadeiro, apesar das dificuldades o mesmo tem
avançado?
BRIG.
KASEMODEL: O
projeto do L75 está praticamente concluído no papel. Alguns componentes estão em
estágio de desenvolvimento mais avançado que outros. Estamos agora entrando na
fase de contratação de serviços e aquisição desses componentes para a
construção dos modelos de desenvolvimento no País.
16-
BRAZILIANSPACE: Ainda existe brigadeiro a pretensão de se instalar uma nova usina
de propelente no CLA?
BRIG.
KASEMODEL: Sim, quando estivermos na fase de desenvolvimento do VLS Beta, com propulsor
sólido de 40 toneladas, a necessidade de uma Usina de propelentes no CLA é
primordial.
17- BRAZILIAN
SPACE:
Brigadeiro, um dos projetos que consideramos essencial para o PEB é o projeto
da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM) que está sendo desenvolvida em
parceria com a empresa Orbital Engenharia, já que o aumento de frequência dos
voos do “Programa Microgravidade da AEB” depende que tenhamos uma plataforma
como essa a disposição de nossa comunidade científica, e evidentemente da boa
vontade do governo. É sabido que em 15
de junho desse ano, foi entregue ao IAE pela Orbital o “Modelo de Engenharia”
dessa plataforma. Como está o andamento desse projeto brigadeiro e já existe
uma previsão de quando a mesma fará o seu primeiro voo teste?
BRIG.
KASEMODEL: Os testes com o modelo de engenharia foram concluídos e bem sucedidos.
A próxima etapa é a contratação dos modelos de qualificação e voo.
18- BRAZILIAN
SPACE: E com relação ao “Projeto SIA” brigadeiro, o que está sendo
feito no sentido de diversificar a aplicação do mesmo, em outros mercados, para
o bem das empresas e da própria manutenção da independência nesta área?
BRIG.
KASEMODEL: O principal produto do projeto SIA
é , dentre outros, o domínio das tecnologias para a produção de sistemas
inerciais empregando giros a fibra ótica. Devido ao caráter dual desse item, o
mesmo poderá ser empregado em outras áreas, cuja demanda é bem superior à
espacial.
19-
BRAZILIAN SPACE: Já quanto ao projeto do Sistema de Navegação do VLS-1 (SISNAV)
ligado a esse mesmo Projeto SIA, tem avançado brigadeiro?
BRIG.
KASEMODEL: Sim, o SISNAV será utilizado
nesse próximo voo do VLS-1 como uma carga útil a ser testada. Uma vez aprovado
no ensaio em voo, passa a ser utilizado como sistema principal de navegação.
20- BRAZILIAN
SPACE: Abordando
agora um pouco sobre a história do PEB brigadeiro, já existe um destino
definido para a plataforma de integração e lançamento do foguete SONDA IV, que
se encontra desativada no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI)?
Caso ainda não haja, não seria uma boa opção levá-la para o MAB visando
preservá-la, já que a mesma faz parte da história de nossas atividades
espaciais?
BRIG.
KASEMODEL: A plataforma do Sonda IV está desativada mas poderá a vir a ser
utilizada no futuro por algum outro veículo. Não existe a intenção de se
remover essa plataforma para o MAB. Ela está preservada estando no CLBI. E é
assim que acontece em todos os centros de lançamento. As plataformas são
desativadas mas permanecem nos seus sítios de lançamento para uma utilização
futura. Por exemplo, aconteceu em Kourou de uma plataforma antiga do Programa
Ariane ser reformada para atender ao VEGA.
21- BRAZILIAN
SPACE: E
para finalizar brigadeiro, já estamos no final do ano de 2012. Quais são as
suas reais expectativas com relação às atividades do IAE para o ano de 2013?
BRIG.
KASEMODEL: Acredito que, na área
espacial, essas expectativas já foram citadas nas respostas anteriores ou seja:
- Lançamento do
VLS-1 com carga útil SISNAV;
- Lançamento do
SARA Suborbital no VS-40;
- Conclusão do
projeto do SAMF;
- Fabricação
dos modelos de qualificação e voo da PSM;
- Realização
das etapas de fabricação do modelo de desenvolvimento do L75;
- Realização
das etapas do VLM-1 conforme cronograma para primeiro lançamento em 2015; e
- Realização do
Ante projeto do VLS Beta.
Comentário: Em minha
opinião a entrevista concedida pelo Brig. Kasemodel é muita esclarecedora,
quando além de tudo, traz a esperança do Instituto de em 2013 não só lançar o VLS-1 SISNAV (qualificando
finalmente em voo o sistema de navegação do foguete e toda sua parte baixa, primeiro
e segundo estágios), e de lançar finalmente o SARA Suborbital 1, como também dar
sequência nas atividades de desenvolvimento em outros projetos importantes em
curso no instituto. Entretanto, em nossa opinião, com a sutileza que lhe é
peculiar, o brigadeiro condiciona o andamento de algumas dessas atividades na
liberação de recursos por parte do atual governo, situação essa que mesmo após
51 anos de existência do programa, esses profissionais têm de conviver
diariamente ano após ano, devido a esses energúmenos de carreira que militam nos bastidores de
nossa obscura capital federal. É preciso fazer alguma coisa e rápido. Mudando de assunto, peço desculpas ao leitores do blog por ter esquecido de colocar na entrevista com o brigadeiro duas perguntas relativas as ações até agora empreendidas para renovação e ampliação do quadro de servidores do instituto, como também sobre as expectativas do IAE com a oportunidade criada pelo programa "Ciências sem Fronteiras" e quais seriam as ações previstas pelo instituto visando colher benefícios através desse programa. Uma pena, fica para próxima.
É isso aí...
ResponderExcluirVária boas perspectivas a vista!
Tempo de renovar esperanças.
Meu medo é que 2013 é véspera do ano da Copa, e tendo em vista os vastíssimos recursos (dos nossos impostos), despejados nesses estádios (elefantes brancos), podem sobrar ainda mais cortes para o PEB...
Duda, duas dúvidas:
1- O que vem a ser "envelope-motor"?
2- E "SIA" é sigla de quê mesmo?
Grande Abraço.
Olá Marcos!
ResponderExcluirConfesso que também tenho esse medo e não acredito que todos esses objetivos sejam alcançados devido ao que foi colocado por você e pela já conhecida atitude do governo DILMA Rousseff. Respondendo as suas perguntas:
1- Envelope-motor é o tubo onde é colocado o combustível sólido, que pode ser desenvolvido em aço 300M ou em material compósito, como no caso do motor S-44 do quarto estágio do VLS-1 e do futuro motor-foguete S-50 do VLM-1. Quando ele é desenvolvido em material compósito ele fica mais leve, aumentando assim a capacidade de carga útil do foguete.
2 - Projeto SIA significa Sistema Inerciais para Aplicação Aeroespacial, ou seja, é o projeto que está tornando o Brasil autossuficiente no desenvolvimento de sistemas inerciais de controle de atitude dos foguetes, misseis e satélites, computadores de bordo para foguetes, girômetros ópticos e tantas outras aplicações nessa área, uma tecnologia altamente estratégica que nenhum país do mundo vende. Inclusive o SISNAV já é fruto desse projeto.
Abs
Duda Falcão
Duda Falcão você têm as entrevistas dos anos anteriores? Gostaria de compará-las e ver quanto em quanto tempo vivemos de promessas! Faz uns 5 anos que escutamos que o lançamento do VLS é no ano que vem! Lamentável o descaso político com essa instituição e o programa espacial como um todo!
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ExcluirTenho a impressão de que enquanto a sociedade não se movimentar, essa situação perdurará ainda por muito tempo, infelizmente. Por isso a ideia das 'Petições Públicas', tanto para o caso da desastrosa ACS, quanto para o caso do PEB como um todo. Já quanto as outras entrevistas do Brig. Kasemodel solicitadas por você, é só você usar a busca do blog que se localiza na coluna da esquerda colocando o nome completo do brigadeiro que você acabará encontrando as mesmas. Lembre-se que antes ele era Coronel, portanto o mais certo seria colocar só o nome dele seguido de um virgula e a palavra entrevista, tá ok?
Abs e boa sorte.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Nossa, que ótima entrevista! Não somente esclareceu como também faz com que entusiastas do PEB sintam que as coisas estão seguindo o rumo certo (claro que sempre dependendo do bom ou mau humor dos nossos políticos).
ResponderExcluirParabéns a todos os profissionais que, de forma direta ou indireta, estão contribuindo para o engrandecimento do nosso país na área espacial. O Duda inclusive.
Pessoalmente estava receoso quanto ao futuro do programa Cruzeiro do Sul, mas essa entrevista amainou em boa parte as minhas preocupações. Fiquei felicissímo por saber que estão projetando diretrizes de forma a viabilizar até a continuação do projeto para a sua segunda fase, o VLS Beta.
Torçamos para que os projetos visados para 2013 não fujam do prazo para que cedo nos venha trazer muitas alegrias e ainda mais esperança. Pode ser que o governo veja como "estratégico" o avanço nesta area espacial para fazer bonito e leve em conta o apoio ao programa.
Pegando no que o Marcos falou, também tenho quatro preocupações com esta copa. 1º Algumas cidades escolhidas não estão preparadas para receber jogos, além de algumas não serem nem belas (São Paulo é uma delas); 2º Que a construção de estádios enormes em cidades como Manaus, que ainda não abriga um clube brasileiro de grande expressão, faz-nos crer que que essas obras se tornarão autênticos elefantes brancos; 3º Que venhamos a passar vergonha quanto a organização à nível dos transportes, que no Brasil são confusos e caros, sabendo nós que o Brasil é imenso e precisará urgentemente de reformas sérias nesta área; e que a falta de bom planeamento, que já se faz notar, faça com que esta copa seja um prejuizo económico ao invés de uma mais valia.
Mas isto já não é um assunto relacionado diretamente ao PEB, e não vou delongar-me nele depois dessa ótima reportagem.
Olá Israel!
ResponderExcluirDa parte que me diz repeito eu lhe agradeço pelo reconhecimento ao meu trabalho e vamos torcer para que o Brig. Kasemodel e seus comandados possam cumprir os objetivos aqui apresentados para o ano de 2013.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Parabéns Duda pela entrevista. Excelente!!!
ResponderExcluirOlá Carlos!
ResponderExcluirObrigado amigo, estamos aqui para isso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Duda, e sobre o 14-X? Não se fala nisso faz meses, da a impressão que largaram o projeto, o primeiro voo seria em 2010, adiaram para final de 2012, ja estamos quase em 2013 e não se ve praticamente nada. Acredito eu, que pelo tempo que ja se passou o veículo ja esta praticamente pronto para ser testado.
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirO projeto do 14X é um projeto do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e não do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), ao qual o Brig. Kasemodel é o diretor. Pelo que sei o 14X está previsto para ser lançado em 2013, mas com a DILMA e seus Blue Cats no comando, ninguém sabe ao certo o que pode acontecer.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Oi Duda,
ResponderExcluirDesculpa voltar ao ponto tão longe da sua resposta, mas ainda ficou uma dúvida:
Então, hoje em dia o Brasil domina a tecnologia de envelope-motor usando material composite (me parece que desde um dos foguetes da família Sonda).
Pode-se deduzir que pelas suas vantagens, todos os motores dos nossos foguetes atuais estão sendo produzidos dessa forma? Ou existem razões para se optar pelo aço em algumas circunstâncias?
Olá Marcos!
ResponderExcluirSe eu não estiver enganado, o primeiro e até agora único motor brasileiro desenvolvido e testado em vôo em material compósito é o S44 do quarto estagio do VLS-1. O S50 está sendo desenvolvido com esse material, os outros motores S30, S31, S40, S43, são todos em aço 300M, mas creio que nada impeça (tecnologicamente falando) de se transformar os envelopes-motores desses motores, caso seja do interesse do IAE. Entretanto o IAE deve ter suas razões para não ter feito isso ainda, muito provavelmente ligado a falta de recursos. Só lembrando que o atual PNAE (2005-2014) prevê o desenvolvimento de dois novos foguetes de sondagens, o Sonda IIIA, que teria o seu segundo estágio com um envelope-motor em fibra de carbono e o VS-43, que seria desenvolvido com o motor S-43 do segundo estágio do VLS-1. Entretanto, pelo andar da carruagem esses projetos não irão mais ser desenvolvidos.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
parabéns Duda
ResponderExcluirmais uma excelente entrevista...
Olá Anônimo!
ResponderExcluirObrigado amigo, estamos aqui para isso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Mais uma vez, parabens Duda e para o Brig. Kasemodel. Sao homens assim que nos fazem compreender e msm acreditar q estamos sim em víes de ordem, para que se haja progresso!
ResponderExcluirInfelizmente, como o próprio brigadeiro cita, e como nosso querido amigo Duda bem sabe, tudo depende de "verbas a serem destinadas", oq indica q dependendo de nossa presidentA tudo pode ir para o ralo...q governo mais mal gerenciado e pão-duro [para tecnologia] é esse em?
Abraços a vc Duda e ao Brig. Kasemodel!
sorte ao peb