Brazucas Caçam Plutão para Proteger Nave Americana

Olá leitor!

Segue uma matéria postada dia (29/10) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que um grupo de astrônomos brasileiros do Observatório Nacional (ON) então caçando o Planeta Plutão para proteger a espaçonave americana “New Horizons”.

Duda Falcão

Ciência

Grupo "Caça" Plutão para
Proteger Espaçonave

Astrônomos precisaram posição do astro
para evitar choque com sonda americana

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
29/10/2012 – 05h17

Em julho de 2015, a sonda americana New Horizons passará zunindo pelas proximidades de Plutão e suas luas. A trajetória coloca a espaçonave a grande proximidade do planeta anão, para maximizar a qualidade das observações científicas. Mas e se houver um erro de cálculo na posição exata do astro? Pode dar zebra?

Por incrível que pareça, apesar de Plutão ter sido descoberto no longínquo ano de 1930, e ter sido alvo constante de observações desde então, essa é uma possibilidade. "Nas efemérides [plutonianas] há uma falta de confiabilidade muito grande", explica Roberto Vieira Martins, astrônomo do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. "Isso porque ninguém costuma corrigir os dados em função da refração [causada pela atmosfera]."

Para preencher essa lacuna, Vieira Martins e seus colegas fazem sistematicamente um esforço de monitorar Plutão e tentar executar essa correção apropriada dos dados, de forma a dar mais confiança às estimativas de posição e distância do planeta anão.

Nasa/Divulgação
Concepção artística mostra a sonda americana
New Horizons, com Plutão ao fundo
As medições são feitas nas ocasiões em que Plutão passa à frente de outra estrela mais distante. Ao acompanhar a variação de brilho e o sumiço temporário da estrela no céu, os pesquisadores conseguem dados importantes acerca da dinâmica do sistema plutoniano, que, além do planeta anão, inclui pelo menos quatro luas.

O trabalho, que até agora envolveu 151 noites de observação no Observatório Pico dos Dias, em Itajubá (MG), e mais 13 noites no telescópio de 2,2 metros do ESO (Observatório Europeu do Sul), compreendendo um período total de 17 anos, foi apresentado por Gustavo Benedetti-Rossi, também do ON, durante a 37ª Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em Águas de Lindoia (SP).

Monitorando com precisão e de forma sistemática possíveis interferências causadas pela atmosfera da Terra, ou mesmo interações entre Plutão e Caronte (a maior de suas luas), os pesquisadores brasileiros puderam "filtrar" os erros das observações, permitindo uma determinação mais precisa da posição do astro.

Além disso, os pesquisadores notaram uma possível (mas ainda não confirmada) variação periódica na posição de Plutão, que segue sem qualquer explicação. "Pode ser um efeito observacional [ou seja, algum erro que ainda não foi "filtrado" dos dados], pode ser um efeito real da dinâmica do sistema. Não sabemos", diz Vieira Martins.

De toda forma, quanto mais consistente for o cálculo da posição de Plutão, mais segurança ele trará para a New Horizons. É fato que a Nasa ligará os sensores da nave quando ela estiver se aproximando, a fim de fazer quaisquer correções de curso de última hora.

Contudo, melhorar os dados da órbita do planeta anão ajuda a dar a certeza de que a ligação programada dos sistemas a bordo não aconteça num ponto do voo em que a correção desejada já seria inviável. 


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 29/10/2012

Comentário: Pois é leitor, olha eles de novo ai. Vira e mexe tem uma notícia significativa dessa atuante Comunidade Astronômica Brasileira. Parabéns a esse grupo de astrônomos brasileiros do ON que além de está protegendo a nave americana, está também acumulando experiência no desenvolvimento do conhecimento sobre trajetória de veículos em ambiente espacial, que se não me engano também está sendo estudado na UNESP pelo grupo do pesquisador Othon Winter, que tem como objetivo a Missão ASTER.

Comentários

  1. Aí está uma missão complicada. Para poder realizar estes calculos devem estar minimamente por dentro da matemática e fisica de pontas, no que diz respeito a posição dos planetas. Não sei se recorrem a teoria de Einstein, ou se existe alguma equação mais aperfeiçoada, mas é um ótimo treino para o Brasil.

    ResponderExcluir
  2. Olá Israel!

    Pois é amigo, imagine o que pode representar para o país o acumulo desse conhecimento.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

    ResponderExcluir
  3. Quando enviaram esta missão ao espaço, descobriram pouco depois 4 novas luas em Plutão e existe até a possibilidade de anéis lá. Todo cuidado é pouco.

    ResponderExcluir

Postar um comentário