PEB Deve Focar em Menos Atividades Segundo Especialistas
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma notícia postada ontem (11/04) no
site da “Agência Brasil” destacando que segundo especialistas o Programa
Espacial Brasileiro deve focar em menos atividades para ter êxito.
Duda Falcão
Pesquisa e Inovação
Programa Espacial Deve Focar em
Menos Atividades para Ter Êxito,
Sugerem Especialistas
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Edição: Carolina Pimentel
11/07/2012 - 16h54
Brasília – O Programa Espacial Brasileiro deveria tentar
fazer menos atividades para ter mais resultados. Essa é a sugestão de Flávia de
Holanda Schimdt, técnica de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) defendida hoje (11) no lançamento de estudo sobre os desafios e oportunidades para a
indústria espacial nacional.
Na opinião da pesquisadora, o programa espacial brasileiro,
que já tem 50 anos (inaugurado à época da corrida espacial entre Estados Unidos
e União Soviética, na Guerra Fria), não conseguiu obter resultados em cinco
décadas. “Temos meio satélite e 0,4 de um foguete lançador”, criticou. Para
ela, “o escopo” do programa não é bem definido. “Talvez a gente possa fazer uma
coisa menor com mais sucesso”, ponderou.
“Eleger um nicho pode ser uma possibilidade para ser bom
e competitivo em alguma coisa”, recomendou em entrevista à Agência Brasil.
Um dos nichos que o país já demostrou grande capacidade, segundo Flávia
Schimdt, é o lançamento do veículo suborbital para transporte de experimento
científico, como o recente do foguete brasileiro VS-40M, lançado da Noruega no
final de junho para transportar experimento do Centro Espacial Alemão (DLR).
A opinião da pesquisadora é compartilhada por
especialistas como Geovany Araújo Borges, do Departamento de Engenharia
Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), e Carlos Alberto Gurgel Veras do
Departamento de Engenharia Mecânica também da UnB.
“Mal conseguimos ter nossos satélites”, lembrou Borges
após a apresentação no IPEA. “O mercado [da indústria espacial] está em mudança
de paradigma”, disse Veras ao defender a focalização como aconteceu no caso da
Embraer, empresa nacional especializada em aviões para voos regionais.
A restrição das atividades do programa espacial
contraria, no entanto, a Estratégia Nacional de Defesa (END) que defende o
“domínio completo” dos ciclos de produção de satélite, lançamento e comunicação
e o Plano Plurianual (PPA 2012/2015) que prevê o desenvolvimento de oito
satélites e o lançamento de 40 foguetes suborbitais e de treinamento.
Além da falta de foco, o Programa Espacial Brasileiro
padece com a descontinuidade de recursos, desestimulando o interesse de
fornecedores. “Para permanecer no setor, essas empresas têm que ver um
horizonte, uma demanda contínua para as atividades dela. O ambiente tem que ser
favorável”, disse a pesquisadora, salientando que os planos, programas e
estratégias do governo precisam ser executados. “Não basta ser uma declaração
de intenções”.
Flávia Schimdt recomenda que o Estado, as empresas e a
comunidade científica “se articulem melhor” e “organizem a demanda” para o
programa espacial, vinculando as iniciativas às atividades de urgência social
(como fornecimento de internet banda larga em áreas sem cabeamento ótico,
teleducação e telemedicina) e de grande potencial econômico (como agronegócio,
energia e construção civil).
Esse foi o caminho, por exemplo, seguido pela Índia e
China que “enraizaram” seus programas espaciais dentro dos projetos de
desenvolvimento econômico e, apesar de terem iniciado depois do Brasil, têm
hoje programas espaciais mais exitosos.
Pouco mais de uma dezena de países têm experiência com
projetos espaciais e o Brasil ocupa a última posição no ranking mundial de competitividade espacial,
segundo Futron's 2009 Space Competitiveness Index, levantamento internacional
citado no estudo do IPEA . “A gente está no clube. Resta a nós subir posições”,
ponderou a técnica do IPEA.
Conforme a pesquisa do instituto, o Brasil tem 177
empresas fornecedoras de serviços e peças para a área espacial, sendo 71
indústrias de transformação que concentram 79% dos trabalhadores do setor.
Quase 78% das empresas estão instaladas no estado de São Paulo, principalmente
em São José dos Campos.
O cruzamento com dados do Ministério do Trabalho indica
que existem mais de 43 mil empregados no setor, o equivalente a 278 pessoas por
empresa. A escolaridade média no setor é 11,6 anos de estudo e 37% da mão de
obra têm nível superior (8,7% são engenheiros). A renda média dos trabalhadores
é R$ 2.566,12. As empresas têm, em média, 18,3 anos de funcionamento. Um quarto
delas exporta produtos, enquanto a metade importa componentes.
Fonte: Site da Agência Brasil
Comentário: Sinceramente não sei de onde a senhora Flávia
Schimdt (desculpe-me a franqueza) tirou essa ideia de jerico. O PEB e suas instituições Dona Flávia, sempre tiveram planejamento e objetivos bens definidos mediante um
plano de ação denominado (já a algum tempo) de “Plano Nacional de Atividades
Espaciais (PNAE)”, que está em sua terceira versão caminhando para quarta. É verdade
que nesses 51 anos de sua criação e não 50, o Programa Espacial do país não
atingiu os objetivos traçados, porém isso se deve a falta de atitude do governo
por décadas seguidas que nunca cumpriu a sua parte, não ouvindo os apelos da
comunidade científica sobre os problemas e soluções para o setor, cortando
verbas e impedindo planejamentos traçados, estimulando com isso que a
desmotivação se implantasse entre os profissionais da área, fazendo com que grande
parte deles buscasse novos horizontes e culminando com o desastre do VLS-1 em
2003. Programa Espacial Dona Flávia é coisa séria, se faz com dinheiro, com
dinamismo e comprometimento, essa Dona Flávia é a formula do
sucesso. Entretanto Dona Flávia, quem teve governos como o de Fernando Collor de
Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso (em nossa modesta opinião o grande responsável pelo
acidente de 2003), Luiz Inácio Lula da Silva (o melhorzinho deles, pois pelo menos
aumentou o orçamento do programa, mas mesmo assim de forma gradativa ao logo de
8 anos e só após o acidente) e Dilma Roussef (esse desastroso, pois até agora
só fez cortar verbas não só do PEB como de todo setor de ciência e tecnologia
do país, além de apoiar irresponsavelmente esse acordo desastroso com a Ucrânia), não pode sonhar com um programa espacial eficiente e com resultados
como os atingidos pela China e Índia. Não viaje na maionese Dona Flávia, se
queres ajudar, busque se informar melhor, caso não, se afaste para não atrapalhar
ainda mais toda essa situação. Aproveitamos para agradecer ao leitor João Paulo
pelo envio dessa matéria.
É Duda! É como eu venho dizendo. Como esperar investimento do Estado, se existem até pesquisadores que são do contra? Imagine que há um famoso físico brasileiro que é contra o uso da energia nuclear. Esse mesmo físico criticou a iniciativa de Lula de reativar o programa do submarino nuclear. São essas pessoas, que acabam em algum momento aconselhando os governantes ou o Congresso Nacional.
ResponderExcluirSó falta essa senhora dizer que é mais qualificada que o Raupp para o setor. Uma mera questão de investimento. Investir em recursos humanos e domínio de tecnologias críticas. Quando o VLS-1 for lançado com sucesso, veremos crescer o entusiasmo de muita gente, e muitos apoiadores surgirão, até porque de traidores, temos demais. Por isso que é importante o envolvimento de grupos privados na pesquisa e desenvolvimento de lançadores. Tendo aporte suficiente, a burocracia governamental não tem muita influência.
Olá Emerson!
ResponderExcluirOs pesquisadores do contra são uma pequena e insignificante parcela e não é por isso que que o governo não tem atitude junto ao PEB, ou junto a setor de ciência e tecnologia como um todo. É preciso que o leitor entenda que investir em ciência e tecnologia não tem apelo político e consequentemente não gera votos. Esses energúmenos só estão interessados na luta pelo poder e para permanecer nela eles se utilizam de projetos de apelo popular, como os sociais e de entretenimento (Copa do Mundo, Olimpíadas e por ai vai).
Já o caso do investimento nas Forças Armadas iniciado ainda no governo LULA com o projeto do submarino nuclear e outros, e que tem como pretexto a proteção do Pré-sal, na verdade foi mais para acalmar os militares que estavam em pé de guerra nos quarteis.
Caso o VLS-1 seja lançado com sucesso como você disse realmente deverá crescer o entusiasmo, e a AEB deverá dessa vez está preparada para tirar proveito disso, caso contrario nada mudará.
Quanto ao envolvimento de empresas privadas no PEB realmente é importante como você disse, e esse envolvimento já existe, mas as coisas não são exatamente como você está imaginando. Em qualquer lugar do mundo as empresas privadas (com raríssimas exceções) sobrevivem com a demanda criada pelo governo de seus países. Ou seja, os governos estabelecem os projetos que querem realizar e fazem as encomendas as empresas privadas. É assim que a coisa funciona, mesmo no Brasil. Veja o exemplo do foguete Falcon 9 e da espaçonave Dragon, ambos da SpaceX dos EUA. Eles só saíram do papel depois que a NASA assinou um acordo com essa empresa (assinou com outras também para outros projetos) liberando recursos motivada pelo fim do uso dos Space Shuttles e da necessidade de encontrar uma solução 'não russa' para levar seus astronautas até a Estacão Espacial Internacional (ISS).
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
SO PODE SER LESA PATRIA....COM UMA OPINIÃO DESSA.
ResponderExcluirNão nascemos para ser dependentes de ninguem........se formos, não mesma ideia dessa mulher.....fechamos nosso exercito, marinha e aeronautica.
Gente nesse naipe é que afunda o brasil e destroi os sonhos de gerações.!
Olá Anônimo!
ResponderExcluirTenha calma amigo, a moça está mal informada como muitos dentre a nossa população, mas não precisa ofender. Tenho certeza de que se ela ler meu comentário, irá procurar se informar melhor.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá, Duda.
ResponderExcluirConcordo 200% c/ vc. É sintomático que, nos últimos anos, pessoas de visão curta e medíocre vêm ganhando cada vez mais espaço. Essa mediocridade toda é estampada c/ a marca do "social". É claro q os benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico devem ser revertidos p/ a sociedade. Entretanto, alguns deles levam um tempo muito mais longo p/ fechar esse ciclo. Na visão desse pessoal, os projetos têm de ter retorno imediato p/ o "social". Domínio de tecnologias de ponta, domínio de ciclos tecnológicos completos c/ aplicações, inclusive duais, são desnecessários e fora de foco. Agora, querer se referir à Índia e à China como exemplos de países q "enraizaram os projetos no desenvolvimento econômico" é dizer uma tremenda besteira. A China tem um programa amplo envolvendo até (pasme aquela senhora!) o lançamento de uma estação espacial própria. Foi o terceiro país a enviar um homem ao espaço c/ recursos próprios. Quanto à Índia, seu programa espacial tb é amplo e compreende o desenvolvimento satélites e foguetes. Inclusive, (pasma, novamente, aquela senhora!) o desenvolvimento de veículos indianos tem, claramente, um objetivo dual. Se ela não souber o q isso significa, explique p/ ela.
Sinceramente, Duda, estou cansado de ver pessoas q primam pela mediocridade ganharem espaço cada vez maior no nosso país.
Abs.
Élvio
Olá Élvio!
ResponderExcluirPois é como eu disse ao Anônimo acima, esse senhora só pode está mal informada, pois não acredito que ela tenha feito esta declaração se realmente não acreditasse no que diz. Ou será que estou enganado? Será que ela foi orientada a fazer isso? Prefiro acreditar que não.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Com todo o respeito que esta sra. merece, mas um pais que tem instituições como o DCTA/IAE, ITA, INPE, etc... não pode desenvolver apenas foguetes de sondagens e achar que é o suficiente.
ResponderExcluirOlá Carlos!
ResponderExcluirEsse é uma outra faceta do problema que foi muito bem colocado por você. Parabéns! Concordo contigo em gênero, número e grau.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
olá caros amigos, vou me adentrar ao debate.
ResponderExcluirEm minha humilde opiniao, a jornalista se utilizou de uma falacia para defender seus argumentos. os pesquisadores que derem sua opiniao, claramente ou não são da area espacial, ou pouco entendem do assunto -- portanto ela não poderia utilizar a opinião deles para defender seu argumento de mudar o "escopo".
Digo isso até para defender os entrevistados, pq penso sinceramente que eles nao conhecem nem um quinto do PEB, como o nosso querido amigo Duda conhece. O problema todo é que a Agencia Brasil é um veículo de comunicação que pertence ao Estado e faz parecer mais ainda, que tais colocações foram um pouco, como direi, tendenciosas. -- e assim defender o não-investimento na area espacial.
Engraçado que ela nao citou como andam os mercados de lançadores medios/pesados de satelite, o agregamento com as parcerias com a China, o futuro desenvolvimento do VLM, os centros de alta tecnologia que dispomos aq no Brasil, etc...
Mas assim como Duda, realmente espero q ela tenha feito isso de não-saber msm. Abraços a todos.
ps: Dona Dilma, acorda. o pib vai mal, a crise na europa chegou no Brasil, e o gov. continua arrecadando nao se sabe da onde. invista aq dentro msm, para q a economia interna aguente a crise, e aproveite, invista tbm no setor tecnico-espacial que vai render muiiitos frutos daq há pouquissimos anos. Imagina nós lançando e construindo satelites de toda a america latina por custo muito baixo? é so ver oq os russos e a esa fazem dona Dilma...olha para os outros países!
Olá Tassio!
ResponderExcluirSua percepção pode está correta amigo e me trás preocupação, principalmente pela informação que segue logo abaixo postado na matéria "Ipea: Crescimento Econômico Dinamiza Programa Espacial Brasileiro" de ontem (12/07) no site do Jornal da Ciência da SBPC.
"O estudo - apresentado pela técnica de Planejamento e Pesquisa Flávia de Holanda Schimdt, com a mediação do assessor técnico da Presidência Murilo Pires, na sede do Ipea, em Brasília"
Isso não está me cheirando bem e esse estudo pode ser um mal sinal. Abra o olho Raupp.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)