Chefe de "CNPq Alemão" Critica Ciência sem Fronteiras

Olá leitor!

Segue uma nota postada hoje (27/07) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que o chefe do  “CNPq Alemão” critica o programa “Ciência sem Fronteiras”.

Duda Falcão

Ciência

Chefe de "CNPq Alemão" Critica
Ciência sem Fronteiras

SABINE RIGHETTI
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
27/07/2012 – 11h15

O representante no Brasil da maior agência de financiamento à ciência da Alemanha (uma espécie de "CNPq alemão") criticou nesta quinta-feira o programa federal Ciência Sem Fronteiras.

De acordo com Helmut Galle, da DFG no Brasil, ainda não dá para saber como um brasileiro que, por exemplo, tenha estudado na Alemanha será reconhecido quando ele retornar ao país.

"Na Alemanha a gente manda estudantes para o exterior com um projeto de estudos muito bem definido, uma parceria já estabelecida de intercâmbio entre os países. Sabemos como o estudante vai voltar", disse.

"Aqui isso tudo é muito novo e está sendo feito muito rápido", completou.

Galle participou de uma mesa sobre o Ciência Sem Fronteiras com colegas europeus que trabalham em escritórios de intercâmbio na 64a reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em São Luís do Maranhão.

O especialista alemão criticou ainda a exclusão das ciências humanas nesta primeira fase do programa federal de envio de estudantes a universidades do exterior.

Até 2014, o programa pretende enviar mais de 100 mil estudantes de graduação e de pós-graduação para estudar fora, prioritariamente em exatas e em saúde.

"Uma próxima versão do programa deveria contemplar todas as áreas. Se a demanda de pós doutorado no exterior está baixa, por que não permitir que alunos de humanas participem?"

Nesta quarta-feira, o presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) disse na SBPC que a demanda pelas vagas de pós-doutorado no exterior estavam bem abaixo do esperado.

De acordo com Christian Muller, diretor do DAAD no Rio de Janeiro, escritório alemão responsável pelo intercâmbio de estudantes entre Brasil e Alemanha, a oferta de cursos com recorte específico nas ciências exatas e da saúde deve ser mantido até pelo menos 2014.

"Depois disso, pode ser que incluam humanas."

Muller disse ainda estar impressionado com a atenção que a presidente Dilma Rousseff tem dado ao Ciência Sem Fronteiras.

"Sei que ela já se reuniu pelo menos seis vezes com Capes e com CNPq para saber pessoalmente sobre o programa. Eu nunca me reuni com Angela Merkel [chanceler alemã]", brincou.

INGLÊS FLUENTE

Os especialistas europeus reforçaram ainda a necessidade de estimular o ensino de línguas, especialmente do inglês, nas universidades brasileiras.

"A formação em línguas estrangeiras é o maior obstáculo do Brasil. O Ciência Sem Fronteiras deixou isso bem claro", analisou Muller.

Hoje, boa parte das universidades estrangeiras que aderiram ao programa brasileiro ministra aulas exclusivamente em inglês -mesmo que o país não tenha a língua inglesa como idioma oficial.

De acordo com Remon Daniel Boef, que é o diretor no Brasil do Nuffic, uma espécie de escritório de intercâmbio estudantil da Holanda, todas as 55 universidades daquele país têm aulas ministradas em inglês.

"E todas aderiram ao Ciência Sem Fronteiras."


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 27/07/2012

Comentário: Veja você leitor, até mesmo os gringos começam a perceber que há algo de errado com a seriedade desse programa. Note a ironia do especialista alemão quando ele diz: "Sei que ela (presidente DILMA) já se reuniu pelo menos seis vezes com Capes e com CNPq para saber pessoalmente sobre o programa. Eu nunca me reuni com Angela Merkel (chanceler alemã)". Volto a insistir com os pais do jovens estudantes que pretendem utilizar-se desse programa, tenham muito cuidado, e busquem se prevenir financeiramente antes de enviar seus filhos, evitando assim futuros constrangimentos ou até mesmo coisa pior.

Comentários

  1. Pois é.. Sou da área de humanas e me senti excluída deste avanço científico brasileiro..
    Não basta ter uma boa ideia se ela não estiver bem "alicerçada".
    O governo manda alunos para o exterior se preocupando demais com a área tecnológica e de menos com a educação. Então não é importante especializar os futuros professores de nossa nação?

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  2. Olá Dalila!

    Claro que sim, mas para a presidente DILMA e sua trupe parece que não.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Olá Duda,
    Tenho mais de cinco amigos no programa e eles dizem coisas ótimas sobre ele. Infelizmente só vejo notícias ruins sobre o programa aqui que quem ler pensará que está dando tudo errado! Encontro diversas notícias boas na internet e não vejo você postando elas aqui, acho que vi apenas dos estudantes que iriam estagiar na NASA.
    Sim, há muitos problemas ocorrendo, porém acredito que eles estão tentando resolver esses problemas ao longo do tempo..

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  4. Cara Carla!

    Não estou dizendo que o programa e ruim ou bom, só estou alertando que os jovens estudantes não devem entrar no programa exclusivamente se fiando no governo, pois a administração pública brasileira não é uma boa referência para nada, muito pelo contrário, e justamente por isso que essas coisas estão ocorrendo. Se eles estão tentando corrigir essa situação, ótimo, e espero que consigam, pois considero essa iniciativa muito boa, apesar de não ter sido motivada pelos motivos corretos. Quanto a você ler só noticias ruins aqui no blog é porque você não se aventura em outros sites de informação. Note que é essa matéria foi publicada pelo jornal "Folha de São Paulo" (eu só a reproduzi) e na verdade que vem fazendo uma grande cobertura sobre esse assunto é o jornal O Estado de São Paulo, inclusive com vídeos dos alunos afetados pela situação.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. O que me impressiona neste programa é a falta de critério na seleção dos alunos....Qualquer um está indo para fora!!! Além de belas fotos no facebook, que trarão estes alunos ao Brasil?

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  6. Olá Anônimo!

    Não sei quais são os critérios para se participar desse programa, mas acredito que não seja bem assim como você está imaginando.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Obrigado, Duda, pela possibilidade de expressão em seu blog. De fato, respeito o Brazilian Space, e vejo alta qualidade em seus comentários bem como nos posts. A respeito do critério de seleção do programa, para a graduação, o que eu vejo é o seguinte: Critério de seleção - ter cursado um mínimo de 20 % e no máximo 90% do currículo previsto, além de proficiência na língua do país do destino. É um critério que, ao meu ver, não contempla a qualidade da formação do candidato. Conheço alguns alunos que foram selecionados, na área das ciências exatas, com deficiências gravíssimas em matemática do ensino médio....além de reprovações em disciplinas e notas medianas ao longo do curso de graduação...além de pouco contato com metodologia e pesquisa científica.Imagina enviar ao exterior um aluno que nunca leu um artigo científico!Enfim, não estou criticando a existência do Programa;afinal, é importante para o desenvolvimento do Brasil o investimento em ciência e qualificação. No entanto, é preciso rever como se está conduzindo a pesquisa no Brasil. Que critérios estão sendo empregados. O nível de educação na Europa, EUA, Coréia do Sul, Japão é muito superior ao brasileiro (por isso mesmo que enviamos alunos para lá!)...mas, para um melhor aproveitamento dos nossos alunos, é preciso haver uma base sólida...É aquela velha história: para saber multiplicar, é preciso primeiro saber somar! e por aí vai...O aprendizado é algo sistemático. Precisamos pensar muito na qualidade do ensino público médio. A Universidade pública precisa de muitas reformas também. Hoje, nos deparamos com professores universitários que faltam às aulas, enviam seus bolsistas de mestrado muitas vezes despreparados para darem aulas, 'tapando' a viagem do professor ao Congresso X no exterior (pasmem!)...professores que estão mais preocupados com seus projetos e parcerias com empresas, deixando o preparo das aulas para segundo plano....é triste!vejo muitos alunos com vontade de aprender, mas desestimulados por esta situação...Estou falando com base no que observo...em fatos...Enfim, meus caros, não estou atacando ninguém...mas precisamos analisar com olhos científicos esta realidade, propor soluções, resolver estas deficiências para um bem comum. Com qualidade! Já que, ao final de contas, é dinheiro público, dos impostos, que com muito sacrifício, o povo brasileiro custeia toda esta estrutura.

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    Respostas
    1. Olá Anônino!

      Veja bem, não pode ser só esses os critérios, mas se são, é um forte indício de que o programa tem conotação puramente eleitoreira e está longe de ser uma programa sério. Espero sinceramente que você esteja errado, mas vamos aguardar os acontecimentos. Quanto as suas observações sobre os professores das Universidades Públicas é preciso ter cuidado para não generalizar, pois conheço professores universitários muito sérios que não concordaria com essas suas colocações. Em toda organização humana existem ervas daninhas, ainda mais em organizações publicas brasileiras, mas não creio que essa seja a máxima nas universidades do país. Entretanto se for, estamos ferrados.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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