Maranhão na Era Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo
escrito pelo ex-presidente José Sarney e publicada ontem (15/07) em sua coluna no
jornal “O Estado do Maranhão”, dando destaque a sua contribuição para o
desenvolvimento do PEB e ao crescimento das atividades espaciais em seu estado
de origem.
Duda Falcão
Capa
Coluna do Sarney
Maranhão na Era Espacial
Jornal O Estado
do Maranhão
15/07/2012
A grande mudança que transformou o Maranhão
ocorreu quando, em 1965, entramos na era do planejamento e construímos nossa
infraestrutura.
Tudo está pronto para um grande futuro.
Faltava que realizássemos o sonho de trinta anos de ver a Base de Alcântara
funcionando.
Como presidente, dei todos os recursos para
sua construção e um dos últimos atos do meu governo foi o lançamento de um
pequeno foguete de pesquisa climática, que seria o início dos grandes
lançamentos. Deixei firmado com a China um convênio para construirmos quatro
satélites, dois na China e dois em Alcântara. Infelizmente, os governos que me
sucederam deixaram morrer o projeto.
Mas, com Lula, as coisas mudaram e ele
despertou para a necessidade de tocarmos o projeto de Alcântara, investindo em
sua conclusão e possibilitando, assim, que o Brasil entre na área espacial com
lançamento de satélites, a indústria que mais cresce no mundo.
Infelizmente, tivemos o desastre de 2003, em
que explodiu o VLS na plataforma, atrasando o nosso programa espacial e
causando tragicamente a morte de grandes técnicos.
Agora, estamos com a data marcada para
lançarmos em 2013 o VLS-2, mais moderno com capacidade de irmos com grandes
cargas ao espaço.
Do mesmo modo, já estão chegando os tanques
de combustíveis do foguete ucraniano Cyclone-4, que vai também em 2013 levar ao
espaço um satélite gigante a 500 quilômetros de altitude. O Brasil fez uma
sociedade com a Ucrânia.
Da qual nasceu à empresa binacional Cyclone
Space, para explorar esse mercado e passamos a ser um dos poucos países do
mundo capazes desse feito.
A localização de Alcântara a dois graus do
Equador é uma posição privilegiada que com a rotação da terra, assegura 30% de
economia de combustível.
Assim, nossa juventude vai ter possibilidade
de participar de uma tecnologia de ponta, colocando o nosso Maranhão na
vanguarda da indústria espacial. Aqui será um dos polos mundiais de trabalho,
de formação e de operação da modernidade.
É mais uma peça de grande significação
científica, que se encaixa, na colocação do Maranhão no grande estado de
oportunidades, se tornando realidade e referência para o Brasil.
Fonte: Jornal O
Estado do Maranhão - pág. 01 (CAPA) - 15/07/2012
Comentário: Bom leitor, acompanho o PEB desde os meus
sete anos de idade (tenho 48) e em nossa opinião não resta dúvida que a melhor
época para o programa (depois do regime militar) foi a época em que o Sarney
foi presidente do Brasil. Entretanto temos de fazer algumas correções nesse
artigo que não nos parecem corretas. Até onde sabemos o acordo assinado com a China
pelo Sarney não previa quatro satélites e sim dois satélites, ou seja, O
CBERS-1 e o CBERS-2. O terceiro satélite desse programa, ou seja, o CBERS-2B,
foi o resultado de um desdobramento do acordo acertado com os chineses muito
depois do Sarney ter encerrado a sua gestão como presidente. Entretanto, foi no
governo do Sarney que o LIT do INPE foi inaugurado, o satélite SCD-1 concebido,
e o SCD-2 teve seu desenvolvimento iniciado, a Base de Alcântara foi inaugurada,
foram lançados dois dos quatros SONDAs IV, ou seja, um momento da história do
PEB onde se via o programa avançar, mesmo o Brasil vivendo uma situação
econômica bastante difícil naquela época. Após o governo Sarney, veio uma
sucessão de governos cada vez mais desinteressados pelo PEB (por diversas
razões, inclusive por pressão política internacional) levando aos pouco a um
sucateamento do programa que culminou com o desastre do VLS-1 em 2003. Após a
morte dos 21 técnicos, já no governo do humorista LULA, é que o orçamento do
programa que havia chegado às irresponsáveis R$ 50 milhões no final/inicio dos
governos Cardoso/LULA, e após uma muito bem encenada homenagem para os heróis mortos,
onde o LULA prometeu aos presentes e principalmente as famílias dos heróis lançar
o foguete em 2007 (promessa que não foi cumprida até hoje), é que gradativamente
o orçamento foi melhorando chegando a quase R$ 400 milhões no seu ultimo ano de
governo. Entretanto, é preciso dizer que o PEB não padece somente de problemas
financeiros e apesar dos apelos da comunidade científica expostos em
seminários, audiências públicas, congressos, exposições, reuniões de alto
escalão e o escabau a quatro, nada foi feito, e após oito anos nenhum resultado
prático pôde ser apresentado pelas instituições envolvidas no Programa, com
exceção dos lançamentos do CBERS-2 (2003), que já estava praticamente pronto
quando o LULA assumiu, e o CBERS-2B (2007), e mesmo assim porque foi montado
com sobras do CBERS-2. Para piorar a situação, o LULA foi responsável (por
questões políticas) por apoiar o acordo que gerou essa aberração conhecida como
Alcântara Cyclone Space (ACS). Veio a Dilma, e a coisa que já estava feia,
complicou ainda mais com os cortes no orçamento realizados por dois anos
seguidos pela sua equipe econômica de energúmenos, culminando dias atrás com a aberrante decisão de liberar R$ 135 milhões para a mal engenhada empresa ACS. Aproveitamos para agradecer ao leitor Edvaldo Coqueiro
pelo envio desse artigo.
Com certeza esse artigo não foi escrito pelo ex-presidente Sarney. Ele tem vários defeitos, mas pelo menos escrever bem ele sabe! O ghost-writer dele está precisando de umas aulinhas de português!!!
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirDesculpe-me desapontá-lo, mas o artigo é do Sarney sim, postado em sua coluna no jornal "O Estado do Maranhão" do dia 15/07.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Caramba!!!
ResponderExcluir41 anos acompanhando o programa espacial brasileiro.Concerteza não tem ninguém que possa questioná-lo ou dizer que você está errado em seus comentários sobre o PEB!.
É Duda,os políticos são assim mesmo.eles se auto promovem e se vangloriam do que fez,mas como você mesmo disse o José Sarney se vangloriou de coisas que não fez.
Sobre o desastre de 2003,eu li já faz tempo mas não sei onde,que o acidente de alcântara não foi acidente,foi causado pelo nosso grande irmão do norte(EUA).E eu nem dúvido disso,porque tem um texto aqui no meu livro de geografia que fala de militares preocupados com a presença dos Americanos na Amazônia,num tal de SIVAM.E aqui no texto também fala da preocupação de alugar a base de Alcântara para os EUA.Com todas essas preocupações dos militares,não há como negar que os EUA atrapalha bastante o nosso crescimento e desenvolvimento aeroespacial.
O que mais me chamou atenção nesse artigo do Sarney,foi:
"Assim,nossa juventude vai ter possibilidade de participar de uma tecnologia de ponta,colocando o nosso Maranhão na vanguarda da indústria espacial.Aqui será um dos polos mundiais de trabalho,de formação e de operação da modernidade".
Isto é realmente verdade?.Tenho 20 anos e resido na grande São Paulo,será mesmo que compensa partir em direção ao PEB?.Será mesmo que participaremos de uma tecnologia de ponta?.Não foi você mesmo Duda,que me disse em um comentário que o acordo com a Ucrânia é um desastre?.Por que Sarney disse que a CYCLONE SPACE vai possibilitar ao Brasil ser um dos poucos países do mundo a explorar o mercado de lançamento de satélites?.Você não me disse que o acordo com a Ucrãnia era um desastre?.
Legal que o Sarney não tenha sido tão ruim para o PEB quanto os outros governos civis, mas acho que ele só fez o que fez pelo PEB por que viu uma boa oportunidade para o Maranhão, e só por isso não deixou faltar verba.
ResponderExcluirAcho que os demais governos sofreram muita pressão externa para acabar com o VLS do mesmo modo que pressionaram a Argentina para acabar com o foguete deles e isso só não se concretizou completamente no Brasil provavelmente pelas forças armadas brasileiras.
Espero sinceramente que eles também tenham forças pra continuar lutando pela nossa tecnologia apesar do Cyclone...
Olá Arlen!
ResponderExcluirExiste mesmo uma suspeita que o EUA esteja envolvido com o acidente do VLS-1 em 2003, mas é só uma suspeita, não uma certeza. Entretanto, temos de parar de ficar lamentando a interferência americana (já que eles fazem isso com todos os países do mundo e não é privilégio do Brasil) e seguir os exemplos da China, da Índia e principalmente do Iran, que desenvolveram seus programas espaciais independente da interferência americana ou não.
Agora quanto ao que o Sarney disse em relação a ACS, ele só está vendendo o peixe dele. Não existe transferência de tecnologia nesse acordo e o mesmo é um desastre por conta das colocações que já fiz aqui, tá ok amigo?
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá Bobdirlei!
ResponderExcluirE assim o Sarney beneficiou naquela época não só o Maranhão como o Brasil, né verdade amigo?
Quanto a pressão americana é provável que tenha ocorrido mesmo, mas isso não foi e não é um privilégio brasileiro e nem argentino, já que os americanos pressionam a todos os países que ameaçam seus interesses. Entretanto isso não é desculpa para o atraso de nosso programa, veja o exemplo da China, da Índia e principalmente do Iran.
Já a minha esperança é a mesma que a sua, mas provavelmente bem menor.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Só mais uma perguntinha Duda:
ResponderExcluirSe o acordo com a Ucrânia for mesmo um desastre,sempre tem que ter um plano B.Qual é o plano B do Brasil?.
Olá Arlen!
ResponderExcluirRsrsrsr, caro amigo não temos um Plano A de verdade, que dirá um plano B.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)