Brasileira Ajuda Descobrir Asteróide Revestido de Gelo
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (28/04) no jornal “O Estado de São Paulo” destacando que cientistas entre eles a astrônoma brasileira "Thaís Mothé-Diniz”, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), anunciaram a descoberta de um asteróide revestido de gelo.
Duda Falcão
Asteróide Revestido de Gelo Pode Ajudar a
Entender Origem dos Oceanos e da Vida
Descoberta de astro coberto de água entre
Marte e Júpiter surpreende cientistas
Carlos Orsi, do estadao.com.br, e
Alexandre Gonçalves, de O Estado de S. Paulo
28 de abril de 2010 - 14h 15
O asteróide 24 Themis, localizado a mais de 300 milhões de quilômetros da Terra, está coberto de gelo, informam cientistas em dois artigos na edição desta semana da revista Nature. A descoberta é inesperada - qualquer água depositada sobre o asteróide deveria, em princípio, vaporizar-se em pouco tempo - mas dá sustentação à idéia de que os oceanos da Terra vieram do espaço. Um dos autores do principal artigo a descrever a descoberta, Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central, especula ainda que esses astros poderão se tornar importantes para o estudo da origem da vida.
Gabriel Pérez/Divulgação
Ilustração do asteróide 24 Themis
Acompanhado de dois pequenos fragmentos
"Asteróides e cometas podem ter trazido para a Terra os blocos constituintes para a vida formar-se e evoluir em nosso planeta", disse ele. "Embora as condições nos asteróides não sejam favoráveis para a vida, o estudo de asteróides primitivos como 'fertilizadores' pode se tornar uma área de interesse". Além de água, 24 Themis também carrega matéria orgânica.
A descoberta da água foi feita com base na análise da luz solar refletida por 24 Themis, um dos maiores asteróides do chamado cinturão principal, que fica entre Marte e Júpiter. Diferentes substâncias absorvem e refletem diferentes freqüências de radiação, e a análise dos padrões de absorção, chamados espectros, permite identificar a composição de objetos distantes.
Brasileira Participa da Descoberta
A astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou da descoberta, comparando o espectro do asteróide ao de meteoritos e minerais, e também assina o artigo. Para ela, é difícil prever quando um trabalho vai acabar em uma revista de tanto prestígio quanto a Nature. "Realizamos nossa pesquisa. E então surge um resultado surpreendente que merece a publicação", explica Thaís.
Em 2006, a cientista brasileira iniciou sua colaboração com Campins. Thaís é especialista em famílias de asteróides e sabe aplicar a espectroscopia para investigar a composição desses corpos celestes. Ela conta que, a princípio, não esperava encontrar gelo no asteróide. A principal hipótese era silicato hidratado, um composto que não contém água mas testemunha a existência da substância em algum momento do passado. "Na região do Sistema Solar onde está o 24 Themis, considerávamos improvável a presença de gelo", explica a pesquisadora.
Agora, Thaís participa do Projeto Impacton, coordenado pelo Observatório Nacional. Nas próximas semanas, será instalado um telescópio na cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. O instrumento, que conta com um espelho de um metro de diâmetro, vai investigar objetos próximos à órbita da Terra.
Oceanos Terrestres
A presença de água em asteróides pode ajudar a entender a origem dos oceanos terrestres, explica o astrofísico da Queen's University de Belfast, Henry H. Hsieh, em comentário também publicado na Nature. Ele lembra que nosso planeta deve ter nascido seco, por ter se formado numa região do espaço próxima demais do Sol para permitir a presença de gelo. Além disso, oceanos primitivos, caso existissem, teriam sido vaporizados pelo grande impacto que, acredita-se, deu origem à Lua. Hsieh compara 24 Themis ao celacanto, o peixe que é considerado um "fóssil vivo".
"Uma hipótese publicada em 2000 propõe um grande impacto de um objeto formado na região geral onde o asteróide Themis está agora" como origem para os oceanos, destaca Campins.
O pesquisador e seus colegas oferecem algumas possíveis explicações para a presença de água na superfície do asteróide. O gelo, ponderam, poderia se manter estável se enterrado a alguns metros de profundidade no astro, e poderia estar vindo à tona graças a um bombardeamento constante de micrometeoritos. Outra hipótese seria a lenta sublimação do gelo subterrâneo, que poderia variar em ritmo com o movimento do asteróide no espaço.
A possibilidade menos favorecida pelos pesquisadores é de um impacto com um cometa, que teria deixado 24 Themis coberto de água.
Astronautas
Themis está longe demais para ser o alvo da missão com astronautas a um asteróide proposta para 2025 pelo presidente dos EUA Barack Obama, mas Campins acredita que asteróides mais próximos da Terra também possam conter água e matéria orgânica, embora não na superfície.
"Gelo de superfície é improvável, mas gelo e moléculas orgânicas abaixo da superfície são uma possibilidade interessante", afirma o cientista. "Há alguns asteróides próximos da Terra com composição da superfície no geral similar à de 24 Themis e que seriam alvos atraentes para exploração espacial".
Campins está envolvido na preparação da missão OSIRIS-REx da NASA, para trazer amostras de um asteróide de volta à Terra.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 28/04/2010
Comentário: Este é mais um exemplo da qualificação profissional a nível internacional alcançada pela classe astronômica brasileira e na visão do blog a inoperância do MCT/AEB faz com que o Programa Espacial Brasileiro perca a oportunidade de desenvolver a astronomia espacial no país, quando não estimula projetos neste setor que historicamente têm contribuído significamente com o desenvolvimento de outros programas espaciais através do mundo. O blog “BRAZILIAN SPACE” parabeniza a astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz pelo trabalho realizado.
Brasileira Participa da Descoberta
A astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou da descoberta, comparando o espectro do asteróide ao de meteoritos e minerais, e também assina o artigo. Para ela, é difícil prever quando um trabalho vai acabar em uma revista de tanto prestígio quanto a Nature. "Realizamos nossa pesquisa. E então surge um resultado surpreendente que merece a publicação", explica Thaís.
Em 2006, a cientista brasileira iniciou sua colaboração com Campins. Thaís é especialista em famílias de asteróides e sabe aplicar a espectroscopia para investigar a composição desses corpos celestes. Ela conta que, a princípio, não esperava encontrar gelo no asteróide. A principal hipótese era silicato hidratado, um composto que não contém água mas testemunha a existência da substância em algum momento do passado. "Na região do Sistema Solar onde está o 24 Themis, considerávamos improvável a presença de gelo", explica a pesquisadora.
Agora, Thaís participa do Projeto Impacton, coordenado pelo Observatório Nacional. Nas próximas semanas, será instalado um telescópio na cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. O instrumento, que conta com um espelho de um metro de diâmetro, vai investigar objetos próximos à órbita da Terra.
Oceanos Terrestres
A presença de água em asteróides pode ajudar a entender a origem dos oceanos terrestres, explica o astrofísico da Queen's University de Belfast, Henry H. Hsieh, em comentário também publicado na Nature. Ele lembra que nosso planeta deve ter nascido seco, por ter se formado numa região do espaço próxima demais do Sol para permitir a presença de gelo. Além disso, oceanos primitivos, caso existissem, teriam sido vaporizados pelo grande impacto que, acredita-se, deu origem à Lua. Hsieh compara 24 Themis ao celacanto, o peixe que é considerado um "fóssil vivo".
"Uma hipótese publicada em 2000 propõe um grande impacto de um objeto formado na região geral onde o asteróide Themis está agora" como origem para os oceanos, destaca Campins.
O pesquisador e seus colegas oferecem algumas possíveis explicações para a presença de água na superfície do asteróide. O gelo, ponderam, poderia se manter estável se enterrado a alguns metros de profundidade no astro, e poderia estar vindo à tona graças a um bombardeamento constante de micrometeoritos. Outra hipótese seria a lenta sublimação do gelo subterrâneo, que poderia variar em ritmo com o movimento do asteróide no espaço.
A possibilidade menos favorecida pelos pesquisadores é de um impacto com um cometa, que teria deixado 24 Themis coberto de água.
Astronautas
Themis está longe demais para ser o alvo da missão com astronautas a um asteróide proposta para 2025 pelo presidente dos EUA Barack Obama, mas Campins acredita que asteróides mais próximos da Terra também possam conter água e matéria orgânica, embora não na superfície.
"Gelo de superfície é improvável, mas gelo e moléculas orgânicas abaixo da superfície são uma possibilidade interessante", afirma o cientista. "Há alguns asteróides próximos da Terra com composição da superfície no geral similar à de 24 Themis e que seriam alvos atraentes para exploração espacial".
Campins está envolvido na preparação da missão OSIRIS-REx da NASA, para trazer amostras de um asteróide de volta à Terra.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 28/04/2010
Comentário: Este é mais um exemplo da qualificação profissional a nível internacional alcançada pela classe astronômica brasileira e na visão do blog a inoperância do MCT/AEB faz com que o Programa Espacial Brasileiro perca a oportunidade de desenvolver a astronomia espacial no país, quando não estimula projetos neste setor que historicamente têm contribuído significamente com o desenvolvimento de outros programas espaciais através do mundo. O blog “BRAZILIAN SPACE” parabeniza a astrônoma brasileira Thaís Mothé-Diniz pelo trabalho realizado.
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