Cientistas Encontraram Duas 'Superterras' Próximas ao Sistema Solar
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (28/06) no site “G1”
do globo.com, destacando que Cientistas encontram ‘Duas Superterras’
próximas ao Sistema Solar.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
Cientistas Encontram Duas 'Superterras'
Próximas ao Sistema Solar
Os dois planetas e sua estrela, a GJ 887, formam o
sistema planetário mais compacto e mais próximo ao sistema solar de que se
sabe.
Por BBC
28/06/2020 16h33
Atualizado há 12 horas
Foto: MARK GARLICK/PA WIRE
Por causa da proximidade à estrela GJ 887, os planetas
têm órbitas mais curtas do que a que Mercúrio faz ao redor do Sol.
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Dois planetas foram encontrados por uma equipe
internacional de cientistas perto da zona habitável de uma estrela que fica
próxima ao Sistema Solar. E existe a possibilidade de que haja ainda um
terceiro planeta.
Ambos os planetas orbitam muito perto da zona habitável
de GJ 887 (também conhecida como Gliese 887), uma estrela anã vermelha com
cerca de metade da massa do Sol e localizada a 11 anos-luz.
A proximidade entre esses planetas e sua estrela - maior
que a proximidade entre Mercúrio e o Sol - transforma o grupo de GJ 887 em um
conjunto "compacto" e é o sistema desse tipo mais próximo do Sistema
Solar descoberto até agora.
Os dois planetas cuja existência foi confirmada foram
classificados como "superterras" porque possuem entre quatro e sete
vezes mais massa que o nosso planeta, mas são menores que Urano e Netuno.
"Eles também devem ter um núcleo sólido, como o da
Terra", disse à BBC News Sandra Jeffers, da Universidade de Göttingen
(Alemanha) e principal autora da pesquisa. Acredita-se que tenha uma atmosfera mais espessa que a
nossa.
A pesquisa foi realizada pelo projeto Red Dots, formado
por várias universidades ao redor do mundo e que busca exoplanetas semelhantes
à Terra e próximos ao Sistema Solar. Os resultados foram publicados nesta
quinta-feira na revista Science.
O Que Se Sabe Sobre Esses Dois Planetas Recém-Descobertos?
Foto: ESO/M. KORNMESSER
A Proxima Centauri é outra estrela anã vermelha que tem
um exoplaneta rochoso em sua órbita, mas suas explosões solares tornam
improvável que possa haver vida nos planetas ao seu redor.
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"Sistema compacto"
Ambos os planetas, chamados GJ 887b e GJ 887c, foram
detectados usando o Buscador de Planetas em Velocidade Radial de Alta Precisão
(Harpa, na sigla em inglês), um instrumento do Observatório Europeu do Sul
(ESO) em La Silla, no Chile.
Com base no que foi observado, foi possível dizer que os
dois planetas ficam relativamente "próximos" de sua estrela. O mais
"remoto" da estrela, GJ 887c, leva apenas 21,8 dias terrestres para
completar uma volta; e o GJ 887b leva apenas 9,3 dias terrestres.
Essas órbitas são muito mais rápidas e mais curtas que a
que o planeta Mercúrio faz em torno do Sol, que leva 88 dias terrestres.
Os astrônomos já descobriram outros sistemas planetários
mais próximos do Sistema Solar, como Proxima Centauri e Wolf359, localizados a
4,2 e 7,9 anos-luz de distância, respectivamente. Mas eles não são tão
"compactos" quanto o GJ887.
"Esse tipo de sistema planetário é bastante comum em
outras estrelas - entre 15 e 30% das estrelas do tipo solar - mas não havíamos
encontrado nenhum muito próxima do Sol", disse Guillem Anglada-Escudé, do
Instituto de Ciências do Espaço (ICE-CSIC) da Universidade Autônoma de
Barcelona e um dos autores da pesquisa, para a agência EFE.
Foto: GETTY IMAGES/BBC
A "Melhor Estrela"
Os dois planetas ficam perto do limite da chamada
"zona habitável" de sua estrela, ou seja, da região em que os
planetas de um sistema podem apresentar condições que permitem a existência de
vida.
Mas estando fora desta zona, os cientistas acreditam que
o GJ 887b e o GJ 887c podem ser muito quentes. Tanto é assim que a água não
pode nem ser mantida em estado líquido.
A temperatura de ambos é estimada entre 70º e 200ºC,
segundo o Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha (IEEC).
No entanto, os pesquisadores do projeto apontam que a
estrela GJ 887 é bastante "inativa", o que é favorável para as
atmosferas dos planetas próximos.
"A Gliese 887 é a melhor estrela que está próxima do
Sol porque é geralmente uma estrela calma. Não passa pelas explosões
energéticas (por exemplo, flashes) que vemos no Sol", diz Jeffers, da
Universidade de Göttingen, à BBC Mundo, serviço da BBC em espanhol.
Se a GJ 887 "fosse tão ativo quanto o nosso Sol, é
provável que o forte vento estelar [que produziria] simplesmente varresse a
atmosfera dos planetas", explica a Universidade de Göttingen em comunicado
divulgado na última quinta-feira.
Mas a ausência desse vento significa que "os
planetas recém-descobertos podem reter suas atmosferas ou ter atmosferas mais
espessas que a Terra e potencialmente abrigar vida, mesmo que recebam mais luz
que a Terra", acrescenta ele.
"Os planetas recém-detectados são as melhores
possibilidades (de todos os planetas conhecidos próximos ao Sol) para ver se
eles têm atmosferas e estudá-los em detalhes. Ao estudá-los, os cientistas
serão capazes de entender se as condições são adequadas para a vida",
disse Jeffers à BBC Mundo.
Foto: AFP/GETTY IMAGES/BBC
Ambos planetas foram encontrados por um instrumento do
Observatório Europeu do Sul (ESO) em La Silla, no Chile.
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Um Terceiro Planeta?
Os cientistas também detectaram sinais do que poderia ser
um terceiro planeta, ainda maior que os dois anteriores, no sistema GJ 887. Este terceiro planeta estaria dentro da zona
habitável.
O Dr. John Barnes, astrofísico da Universidade Aberta, no
Reino Unido, e outro dos autores do estudo, disse à Press Association (PA) que
"se o sinal veio de um planeta, esse planeta teria uma órbita de 51
dias".
"No entanto, também vemos sinais semelhantes que
sabemos que devem vir da estrela. É por isso que atualmente não podemos dizer
com certeza que o terceiro sinal vem realmente de um planeta. Se observações
subsequentes o confirmarem como um planeta, ele estaria localizado bem dentro
da zona habitável", acrescentou Barnes.
Melvyn Davies, professor de astronomia da Universidade
Lund, na Suécia, que não participou da pesquisa, escreveu na revista Science na
sexta-feira que "se outras observações confirmarem a presença do terceiro
planeta na zona habitável, então o GJ 887 poderá se tornar um dos sistemas
planetários mais estudados".
Fonte: Site G1 do Globo.com - http://g1.globo.com
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