Astrônomos Calculam a Distância do 1º 'Anel de Einstein' Descoberto
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (08/06) no
site do “Olhar Digital” destacando que Astrônomos calculam a
distância do 1º 'anel de Einstein' descoberto.
Duda Falcão
CIÊNCIA E ESPAÇO
Astrônomos Calculam a Distância do 1º 'Anel de
Einstein' Descoberto
Daniel Stern e Dominic Walton aproveitaram o tempo em
casa por causa da Covid-19 e vasculharam antigos arquivos da NASA para
descobrir dados de um quasar descoberto há mais de 30 anos
Por Renato Mota
Olhar Digital
Fonte: Keck Observatory
08/06/2020 - 19h06
Como encontrar "uma agulha no palheiro
cósmico". Foi assim que astrônomo da Universidade de Cambridge, Dominic
Walton, descreveu o cálculo da distância de um quasar muito brilhante, mas obscurecido pela nuvem de gás e
poeira que alimenta seu buraco negro, tornando difícil sua detecção em pesquisas de
luz visível.
O quasar em questão é o MG 1131 + 0456, e ele é famoso:
foi o primeiro anel de Einstein-Chwolson, observado em 1987. Astrônomos usam
galáxias como lentes gravitacionais para fazer com que objetos, como os
quasares, pareçam maiores e mais brilhantes. No caso dos anéis de
Einstein-Chwolson, eles surgem quando a luz de uma galáxia ou estrela passa por
um objeto maciço a caminho da Terra e é distorcida, fazendo com que pareça vir
de lugares diferentes – e se o alinhamento estiver correto, aparecerá como um
anel.
Imagem: NASA/ESA
Exemplos de lentes gravitacionais em "anel de
Einstein" tiradas com o Telescópio Espacial Hubble.
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No caso do MG 1131 + 0456, embora amplamente estudado, a
distância ou desvio para o vermelho do quasar permaneceu um ponto de
interrogação para os pesquisadores. "À medida que nos aprofundamos no seu
estudo, ficamos surpresos por uma fonte tão famosa e brilhante nunca ter tido
sua distância medida", disse Daniel Stern, cientista do Laboratório de
Propulsão a Jato da NASA e coautor do estudo.
"Medir a distância é o primeiro passo necessário
para todos os tipos de estudos adicionais, como usar a lente como uma
ferramenta para medir a história de expansão do universo e a matéria
escura", completa o pesquisador.
Stern e Walton usaram o tempo disponível longe dos
observatórios (por causa da pandemia da Covid-19) para vasculhar dados da Wide
Field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA para procurar quasares com lentes
gravitacionais e muito obscurecidos. Os dois colaboraram remotamente via Zoom
para conduzir seus estudos.
Quando chegaram ao MG 1131 + 0456, os cientistas
perceberam que sua distância continuava um mistério. Utilizando dados antigos
do Keck Observatory Archive (KOA), no Havaí, descobriram que o observatório
capturou imagens do quasar sete vezes entre 1997 e 2007. Com esses dados, a
dupla foi a primeira a calcular a distância do quasar: 10 bilhões de anos-luz.
Imagem: VLA
Quasar MG 1131 + 0456, o primeiro 'anel de Einstein'
descoberto.
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"Todo esse trabalho foi um pouco nostálgico para
mim, e me fez revisar alguns dos estudos dos primeiros dias da minha carreira,
quando eu ainda estava na pós-graduação. O Muro de Berlim ainda estava de pé
quando este anel de Einstein foi descoberto", lembra Stern.
Com a distância agora conhecida de MG 1131 + 0456, Walton
e Stern foram capazes de determinar a massa da galáxia com precisão e usar os
dados para confirmar a natureza obscura do quasar, determinando com precisão a
quantidade de gás que existe entre nós e suas regiões centrais luminosas.
"Podemos agora descrever completamente a geometria
única desse anel de Einstein", avalia Stern. "Isso nos permite
elaborar estudos de acompanhamento, como o uso do Telescópio Espacial James
Webb, que será lançado em breve, para estudar as propriedades da matéria escura
da galáxia".
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
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