Saiba Como Plutão Tem Oceano Líquido Mesmo Tão Longe do Sol
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (22/06) no site do
“Olhar Digital” destacando que mesmo longe do Sol o planeta anão Plutão tem
um Oceano Líquido.
Duda Falcão
CIÊNCIA E ESPAÇO
Saiba Como Plutão Tem Oceano Líquido Mesmo Tão Longe
do Sol
Um novo cenário para a formação do planeta anão pode
ser a explicação para esse mistério
Por Vinicius Szafran
Editado por Daniel Junqueira
Olhar Digital
Fonte: Science Alert
22/06/2020 - 19h45
Somente após o sobrevoo da sonda New Horizons em 2015 é que pudemos
entender Plutão com mais detalhes e profundidade. Aprendemos muito
sobre os limites de nosso Sistema Solar, mas uma das maiores surpresas foi a
descoberta de que oceanos líquidos correm por baixo da superfície gelada de
Plutão.
A aproximadamente 5,9 bilhões de quilômetros do Sol, nas geladas regiões do Cinturão de Kuiper,
imaginava-se que o planeta anão estivesse completamente congelado - e
exatamente como a água líquida pode existir em um local tão frio era um
mistério.
Agora, em um novo artigo publicado na Nature
Geoscience, os astrônomos criaram e detalharam um novo cenário no qual
a formação de Plutão ocorreu rapidamente. O calor gerado por esse processo
teria sido o suficiente para manter em estado líquido os oceanos subterrâneos
do planeta por bilhões de anos.
Imagem: NASA/JHUAPL/SwRI
Presença de água líquida em Plutão foi um mistério por
muito tempo.
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"Há muito tempo as pessoas pensam sobre a evolução
térmica de Plutão e a capacidade do oceano de sobreviver até os dias
atuais", disse Francis Nimmo, cientista planetário da Universidade
da Califórnia em Santa Cruz. "Agora que temos imagens da superfície de
Plutão da missão New Horizons da NASA, podemos comparar o que vemos com as
previsões de diferentes modelos de evolução térmica".
Formado cerca de 4,5 bilhões de anos atrás com o restante
do Sistema Solar, Plutão pode ter se acumulado mais lentamente, a partir de
material frio. Nesse modelo, diferentes mecanismos poderiam explicar a água
líquida sob a superfície, como a deterioração dos elementos radioativos no núcleo
do planeta anão.
No entanto, embora esse modelo seja uma resposta
plausível para a água líquida persistir em um objeto no Cinturão de Kuiper, ele
é inconsistente com algumas descobertas da New Horizons. "Se começasse
frio e o gelo derretesse internamente, Plutão teria contraído e deveríamos ver
características de compressão em sua superfície, enquanto que se esquentasse,
deveria ter se expandido à medida que o oceano congelava e deveríamos ver
extensões em superfície", disse o cientista planetário Carver Bierson, da UC San
Diego, principal autor do artigo.
"Nós vemos muitas evidências de expansão, mas não
vemos nenhuma evidência de compressão, então as observações são mais
consistentes com Plutão começando com um oceano líquido", explicou
Bierson.
Imagem: NASA/JHUAPL/SwRI/Alex Parker
Setas apontam as falhas extensas na superfície de Plutão.
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A presença de linhas de extensão por si só não é uma
confirmação de um início quente. Se Plutão começasse quente, o planeta passaria
por uma fase de extensão rápida e precoce por cerca de um bilhão de anos,
seguida de outra mais lenta e longa, de aproximadamente 3,5 bilhões de anos.
Mas em um cenário de partida frio, a segunda fase também
seria de expansão; a diferença é que a fase anterior seria de compressão.
Portanto, para descobrir qual modelo se encaixa, é importante descobrir os
recursos da fase inicial - e foi o que a equipe fez. Identificando um sistema
de vales e sulcos, os cientistas acreditam que a primeira fase foi extensional.
O próximo passo foi modelar como Plutão poderia ter sido
quente desde o início. Uma fonte dessa energia térmica seria o processo de
acréscimo (o material chovendo no planeta aumentaria seu volume). À medida que
esse material se acumula, ele fornece energia gravitacional, que então é
liberada como calor.
Mas os prazos em que isso ocorre fazem uma grande
diferença. "Como Plutão foi montado, em primeiro lugar, importa muito para
sua evolução térmica", explicou Nimmo. "Se acumular muito lentamente,
o material quente na superfície irradia energia para o espaço, mas se acumular
rápido o suficiente, o calor fica preso no interior".
Os modelos tradicionais de objetos do Cinturão de Kuiper
levariam centenas de milhões de anos para produzir algo do tamanho de Plutão,
com 2.376 quilômetros de diâmetro. Nesse ritmo, o planeta esfriaria antes mesmo
de começar a esquentar.
Pesquisas recentes sugeriram um novo modelo de formação:
um processo de vários estágios no qual um planetesimal cresce de forma
relativamente lenta para cerca de 300 quilômetros de diâmetro, e o estágio
final de acréscimo acontece rapidamente. Ainda é hipotético, mas alguns
recursos podem confirmar as ideias da equipe.
"Uma distinção importante entre os modelos de
partida a frio e de partida a quente é que o primeiro, mas não o segundo,
provavelmente reterá uma carapaça indiferenciada e rica em rochas na
superfície", escreveram os pesquisadores em seu artigo. Segundo eles, uma
"evidência clara de uma carapaça rica em rochas, como o que foi inferido
em Ceres, excluiria Plutão de um começo quente".
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
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