Planetas Oceânicos Podem Ser Comuns em Nossa Galáxia, Sugere Estudo
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (18/06) no
site “Canaltech” destacando que estudo sugere que Planetas Oceânicos podem
ser comuns em Nossa Galáxia.
Duda Falcão
HOME - CIÊNCIA - ESPAÇO
Planetas Oceânicos
Podem Ser Comuns em Nossa Galáxia, Sugere Estudo
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: NASA
18 e Junho de 2020 às 21h40
Algumas luas do Sistema Solar, como Encélado
e Europa, são classificadas como “mundos oceânicos”, e são grandes
candidatas na busca por vida alienígena. Mas será que há exoplanetas (aqueles
que orbitam estrelas que não o Sol) semelhantes a esses mundos?
Essa é a pergunta que a cientista planetária Lynnae Quick
fez há alguns anos. “Plumas de água emergem de Europa e Encélado, de modo que
podemos dizer que esses corpos têm oceanos subterrâneos”, diz ela, referindo-se
a um dos requisitos a vida como a conhecemos. “Se estamos pensando nesses
lugares como possivelmente habitáveis, talvez versões maiores deles em outros
sistemas planetários também sejam habitáveis”, conclui.
Então, Quick decidiu descobrir se podem existir planetas
semelhantes a Europa e Encélado na Via Láctea. Através de uma análise
matemática de algumas dezenas de exoplanetas conhecidos, Quick e sua equipe
descobriram que mais de um quarto deles poderiam ser mundos oceânicos. A
maioria possivelmente abriga oceanos sob camadas de gelo superficial e podem
até mesmo estar liberando mais energia do que as luas Europa e Encélado.
Infelizmente, esses mundos estão muito distantes e
difíceis de observar. Por isso, Quick e seus colegas precisam contar com
modelos matemáticos e com a compreensão atual do Sistema Solar para tentar
simular as condições desses planetas mais distantes. Embora as informações que
regem os cálculos desses modelos sejam, em grande parte, suposições, elas podem
ajudar os cientistas a criar uma lista de exoplanetas promissores na busca por
condições de sustentar a vida.
As luas Europa (à esquerda) e Encélado (à direita)
|
A equipe selecionou 53 exoplanetas dentre os de tamanhos
mais parecidos com a Terra, uma vez que estes são mais sólidos que os planetas
gasosos e, portanto, mais propensos a suportar água líquida nas superfícies ou abaixo
delas. Desde o início dessa pesquisa, que começou em 2017, foram encontrados
mais 30 planetas que se encaixam nesses parâmetros - embora não tenham sido
incluídos no artigo publicado nesta quinta-feira (18) na revista Publications
of the Astronomical Society of the Pacific.
Então, Quick e sua equipe trabalharam para determinar
quanta energia cada um dos planetas selecionados poderia gerar e liberar na
forma de calor. A equipe considerou duas fontes principais de calor: calor
radiogênico, que é gerado ao longo de bilhões de anos pela lenta decomposição
de materiais radioativos no manto e crosta de um planeta, e pela força das
marés, que é a energia gerada pelos puxões gravitacionais quando um objeto
orbita outro.
Uma rota de saída para o calor é através de vulcões,
enquanto outra rota é através dos processos tectônicos, responsáveis pelo
movimento da camada rochosa ou gelada mais externa de um planeta ou lua.
Qualquer que seja a forma como o calor é descarregado, é importante saber
quanto dele um planeta libera, pois essa é uma das propriedades que pode
permitir a habitabilidade. Deve haver atividade na proporção certa - não pouca,
mas também sem excessos, ou o mundo pode se tornar um pesadelo para qualquer
forma de vida.
O gráfico abaixo mostra os níveis de atividade geológica
prevista entre os exoplanetas, com e sem oceanos, em comparação com a atividade
geológica conhecida de corpos do Sistema Solar, com e sem oceanos. Quanto mais
localizado no lado vermelho do gráfico, mais quente e ativo. Os mundos no lado
azul são geologicamente mortos. A Terra, Europa e Encélado estão na faixa rosa,
então planetas localizados nessa região do gráfico têm mais chances de suportar
vida. Há uma boa quantidade deles ali, como mundos
do sistema TRAPPIST.
(Imagem: Lynnae Quick & James Tralie/Goddard Space
Flight Center)
Essa pesquisa será de grande utilidade, uma vez que as
missões que vão futuramente procurar sinais de vida em exoplanetas estão
focadas em mundos parecidos com o nosso. Para Quick e seus colaboradores, é
importante considerar também as luas geladas com oceanos que, embora sejam
muito diferentes da Terra, ainda mostram características de mundos
potencialmente habitáveis.
Algumas das próximas missões da NASA
darão continuidade a esse trabalho, e darão aos cientistas “a chance de ver se
as luas oceânicas em nosso Sistema Solar podem sustentar a vida”, diz Quick.
Uma delas é a Dragonfly, que vai explorar
Titã, lua de Saturno, da qual Quick também faz parte. “Se encontrarmos
produtos químicos e assinaturas da vida, podemos tentar procurar sinais
semelhantes a distâncias interestelares”, disse a cientista.
Outra missão fundamental nessa busca é o telescópio James
Webb, o futuro sucessor do Huble. Quando ele for lançado, os cientistas poderão
observar mundos distantes com mais detalhes e tentar detectar assinaturas
químicas na atmosfera de alguns desses planetas - como os do sistema
TRAPPIST-1, que fica a 39 anos-luz de distância na constelação de Aquário e
potencialmente podem conter água.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
Comentários
Postar um comentário