SABIÁ-MAR: Novo Impulso na Parceria Brasil-Argentina

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (22/11) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que Brasil e Argentina dão novo impulso no Projeto do Satélite SABIA-MAR.

Duda Falcão

SABIÁ-MAR: Novo Impulso
na Parceria Brasil-Argentina

Brasília, 22 de novembro de 2012


Em recente reunião realizada em Buenos Aires, Brasil e Argentina retomaram o projeto Sabiá-Mar, satélite de observação oceanográfica, em especial, da costa atlântica, desde o norte do Brasil até o sul da Argentina.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) tem um acordo com a Argentina para o desenvolvimento conjunto deste satélite oceanográfico, destinado a monitorar o meio ambiente marinho e os recursos hídricos litorâneos, que pelas novas perspectivas, possa vir a resultar em uma família de satélites.

Nesta reunião técnica, firmou-se o compromisso de se reiniciar o projeto de cooperação, após a definição dos grupos de trabalho de ambos os países. Até março de 2013, os grupos deverão apresentar um relatório com a revisão dos requisitos do projeto; e até julho, apresentar um projeto já mais elaborado, incluindo cronograma de execução.

Participaram da reunião representando o Brasil, Carlos Gurgel, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Leonel Perondi, diretor do INPE, e a Secretária Patrícia Leite, da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Do lado Argentino esteve presente Conrado Varotto, diretor Executivo e Técnico da CONAE, Fabián Oddone, Ministro da Embaixada da Argentina em Brasília, Engenheiro Fernando Hisas, assessor da CONAE, Engenheiro Daniel Caruso, chefe do Projeto Sabiá-Mar pela CONAE, e Ana Médico, relações internacionais da CONAE.

O Projeto Sabiá-Mar, lançado em 2007 entre Brasil e Argentina, recém reativado, pode iniciar uma cooperação mais técnica, desenvolvendo os principais componentes de carga útil do projeto, com forte participação das respectivas indústrias na criação e produção destas plataformas. E mais: concretizada a missão, as imagens geradas serão de grande impacto social nos dois países.

Cooperação internacional – A parceria Brasil-Argentina também inclui outros projetos. Prova disso é a visita da delegação argentina ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em março deste ano. Também deve visitar o CLA, a convite da AEB, uma comitiva de diretores das principais empresas espaciais argentinas.

Ademais, no Seminário das Nações Unidas sobre Direito Espacial, reunido em Buenos Aires de 5 a 8 de novembro, o Brasil propôs a criação de uma constelação latino-americana de mini satélites – cada país construiria o seu, apoiado, se possível, nas universidades e em seus grupos de estudantes mais interessados no tema. A região se integraria por meio de satélites, numa experiência sem precedentes. A ideia foi muito bem recebida pelos participantes do encontro.


Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: Caro leitor, não pretendia fazer nenhum comentário sobre essa notícia, pois já expus por diversas vezes a minha opinião sobre esse projeto. Entretanto, duas citações nessa nota me chamaram a atenção, obrigado-me a me manifestar sobre a mesma. A primeira delas, espero que seja um erro do autor do texto, pois se foi de propósito é uma tremenda de uma mentira. O projeto do Sabia-MAR não foi lançado em 2007 como diz na matéria, na verdade o mesmo foi sugerido pela primeira vez por volta de 1996/97 durante uma reunião técnica entre a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE) da Argentina, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), na época nomeado como Satélite Argentino-Brasileiro de Informações sobre Água, Alimento e Ambiente (SABIA³). O Sabia-Mar teve o seu "Programa de Cooperação" assinado em 1998 e um "Protocolo Complementar" assinado em 2005, e de lá pra cá, varias declarações conjuntas e acordos quadros onde o projeto foi incluído, finalizando em maio de 2010 com uma notícia que dava conta de que o Brasil e a Argentina iriam iniciar a “FASE-A” do projeto (Veja a nota: “O Projeto SABIA-MAR Terá sua "Fase A" Iniciada”), ou seja, muito blá-blá-blá político e nada de concreto até agora. Sinceramente espero que a direção da AEB venha corrigir em sua nota a verdade dos fatos, já que a história desse projeto de satélite é uma das maiores novelas do Programa Espacial Brasileiro. A outra citação é a notícia de que a AEB sugeriu durante a realização do “Seminário das Nações Unidas sobre Direito Espacial”, ocorrido recentemente em Buenos Aires (ARG), a criação de uma constelação latino-americana de mini satélites, onde cada país construiria o seu, apoiado, se possível, nas universidades e em seus grupos de estudantes mais interessados no tema. Essa notícia é interessante, pois parece demonstrar que a AEB já busca demanda para a utilização do VLM-1, ou mesmo para o VLS-1, de forma que considero benéfica, e espero que realmente venha dar certo. Entretanto, em minha opinião essa iniciativa é ainda muito tímida, e me parece que a Agência perdeu mais uma vez a oportunidade nesse evento de apresentar aos países presentes a disponibilidade do uso dos Centros de Lançamentos brasileiros (CLA e CLBI) e de seu foguetes de sondagens, para pesquisas conjuntas com as comunidades científicas desses países. Lamentável!

Comentários

  1. Fico impressionado com a "cara de pau" desse pessoal.

    "Novo impulso" a um projeto iniciado a 14 anos?

    Só pode ser brincadeira, ou muita falta de informação.

    ResponderExcluir
  2. Bem, desde aquela confusão em que pedimos para os argentinos fazerem um componente do satélite, mas que afinal compraram dos EUA, e que deu todo aquele rolo que ninguém soube o quê era o quê, acho que isso só vai ser a continuação de uma velha novela. Uma pena, porque enquanto isso estamos comprando dados de outros paises e investindo em companhias estrangeiras para fazer o Brasil funcionar. Esses projetos são necessários, mas promessas não vão fazer com que esse satélite decole.

    ResponderExcluir

Postar um comentário