NASA - Viagem Mais Rápida Que a Luz Pode Ser Possível

Olá leitor!

Segue uma interessante matéria postada hoje (18/11) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que um grupo da NASA afirma que viagem mais rápida que a luz pode ser possível.

Duda Falcão

Ciência

Grupo da NASA Afirma que Viagem Mais
Rápida Que a Luz Pode Ser Possível

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
18/11/2012 – 05h06

A julgar pelo corajoso trabalho de alguns cientistas, o futuro da exploração espacial parece bastante promissor. Enquanto o maior caçador de planetas americano sai em busca de supercivilizações, um físico da NASA desenvolve um meio de visitá-las.

Geoff Marcy, da Universidade da Califórnia, ficou famoso a partir de 1995, quando começou a descobrir uma penca de planetas fora do Sistema Solar -e por pouco não inaugurou esse campo de estudo, iniciado meses antes por Michel Mayor, do Observatório de Genebra.

Encorajado pelo sucesso, ele agora decidiu investir seus talentos em trabalhos mais especulativos. E o surpreendente é que lhe deram a verba -inicialmente modesta, é verdade- para isso.

O dinheiro, equivalente a R$ 400 mil, vem da britânica Fundação Templeton. O plano mais chamativo que Marcy tem para o financiamento é a busca de povos alienígenas extremamente avançados, tão tecnológicos que chegariam a modificar estrelas.

Tais povos criariam estruturas apelidadas de esferas de Dyson (em homenagem ao físico Freeman Dyson, responsável por propor que elas seriam possíveis) em torno de suas estrelas natais.

Elas serviriam para obter o máximo possível de recursos energéticos de determinado astro. E esse "parasitismo" cósmico deixaria traços na luminosidade que escapa da estrela, permitindo, em tese, que telescópios aqui na Terra detectassem tais pistas.

APRESSADINHO

Enquanto isso, Harold "Sonny" White trabalha em um laboratório do Centro Espacial Johnson, da NASA, para tornar as viagens interestelares possíveis.

Com as tecnologias atuais, atravessar a vasta distância entre as estrelas é dureza. Veja, por exemplo, a espaçonave Voyager-1, lançada em 1977 e hoje o objeto mais distante já enviado pelo homem ao espaço. Se fosse apontada na direção de Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo, ela chegaria lá em cerca de 75 mil anos.

Pior ainda, as viagens interestelares esbarram na inconveniente teoria da relatividade, que dita que nada pode viajar mais depressa que a luz. O limite de velocidade universal seria, portanto, 300 mil km/s -4,3 anos para chegar a Alfa Centauri.

A saída seria usar outro truque da relatividade. Se, por um lado, há um limite máximo de velocidade, por outro a teoria sugere que é possível "curvar" o espaço, compactando-o e esticando-o conforme a necessidade.

Essa foi a premissa usada na série de TV "Jornada nas Estrelas" para impulsionar a nave Enterprise. Encurtando o espaço à frente da nave, pode-se viajar a uma velocidade modesta e ainda assim, para um observador externo, ir mais rápido que a luz.

Ficção? Em 1994, o físico mexicano Miguel Alcubierre escreveu um artigo científico sugerindo que tal feito seria possível, mas exigiria níveis de energia equivalentes à massa de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar.

VERSÃO 2.0

Harold White vem trabalhando em cima do problema e descobriu que, mudando a configuração da criação do campo de dobra, é possível obter o mesmo efeito com energia equivalente à da massa da espaçonave Voyager-1, pouco mais de 700 kg.

"As descobertas mudam o status da pesquisa de impraticável para plausível e meritória de mais investigação", diz White, que está montando um experimento de laboratório para testar a ideia.

Usando lasers e uma bobina com forma de anel, ele espera criar a primeira demonstração experimental de uma dobra espacial, que tentará distorcer o espaço-tempo em escalas submicroscópicas.

Ainda é muito pouco para levar uma nave até Alfa Centauri, mas seria ao menos uma prova de princípio.

Mesmo com a redução da energia necessária (e vale dizer que 700 kg de matéria convertida em energia equivale ao consumo anual dos EUA), ainda resta um problema: as distorções para a dobra espacial exigem o que os físicos chamam de densidade de energia negativa.

Isso não é expressamente proibido pela física (no mundo quântico, das partículas elementares, às vezes surgem quantidades diminutas de energia negativa), mas ninguém sabe como chegar lá. Um teste de laboratório talvez seja capaz de funcionar com os efeitos quânticos diminutos que os físicos já geram, mas uma espaçonave exige bem mais.

Para resolver isso, os físicos estão explorando soluções como manipular energia escura (a força de expansão acelerada do Universo, hoje pouco compreendida) e a possibilidade de que existam mais dimensões além das quatro que conhecemos. Há muito trabalho pela frente.

Editoria de arte/Folhapress
JORNADA Cientistas propõem o uso de "dobra espacial"
para encurtar distâncias interestelares


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 18/11/2012

Comentário: Caro leitor, eu cresci assistindo inesquecíveis séries de TV americanas de ficção científica da década de sessenta que marcaram muito a minha infância e adolescência. Como esquecer “Perdidos no Espaço”,”Terra de Gigantes”,”Túnel do Tempo” e evidentemente a mais conhecida e imitada de todas, “Jornada nas Estrelas”. Foi justamente nas aventuras do Capitão James T. Kirk, do Spock, do Dr. Leonard “Bones” McCoy e da fantástica espaçonave USS Enterprise, escrita em minha opinião pelo gênio e visionário “Gene Roddenberry”, que eu ouvi pela primeira vez a expressão “Dobra Espacial”. Ora leitor, está lendo aqui essa notícia de que no futuro poderemos chegar a outras estrelas através da Dobra Espacial é fantástico, e mais ainda, vem demonstrar que esse “Gene Roddenberry” era mesmo um visionário como foi o Júlio Verne.

Comentários

  1. Assim como o Duda eu assiti a esses mesmos seriados, e sinceramente, acredito que enquanto nós não dominar-mos uma tecnologia que permita viagens em ultra-velocidades, viagens tripuladas a outros planetas (mesmo aqui no nosso sistema solar), são inviáveis.

    Falando sério: alguém acredita numa viagem tripulada de vários meses para a ida e vários para a volta? Ou pior, uma viagem só de ida?

    Agora voltando aos nossos problemas do PEB. Considerando tudo isso, deveriamos concentrar os nossos esforços em termos de lançadores em apenas 3 objetivos:

    - Pesquisas de novas tecnologias como essa do artigo e outras;
    - Consolidar os nossos lançadores a combustível sólido já existentes até o VLM;
    - Dominar a tecnologia de combustíveis líquidos de forma a ficar independentes em relação aos lançamentos dos nossos satélites de maior porte.

    É isso.

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  2. A Veja fez uma publicação a umas poucas edições atrás falando sobre as teorizações em cima dessa dobra espacial, que permitiria naves chegarem em poucos anos a outras constelações a anos-luz.

    Relativamente à retirada de energia estrelar, que requeriria o domínio desses astros solares, já seria uma coisa que seria somente possível quando o homem entrasse no nível tipo 3 de civilização (explicado pelo Dr. Michio Kaku aqui: http://www.youtube.com/watch?v=JdILmgJGuvw).

    No entanto já existem idéias de se tirar energia através dos ventos solares, e teorizaram mesmo máquinas que permitiriam fazer isso com os instrumentos que temos agora, o problema seria conduzir essa energia de uma posição X do espaço de volta à terra de forma certeira. Se conseguissem fazer isso, a terra deixaria de gastar qualquer energia fóssil e primitiva que ainda usa e seria independente em quase todos os sentidos, tendo energia praticamente ilimitada para conduzir experimentos na área da ciência.

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  3. Materia bacana do amigo Salvador Nogueira, que foi um dos fundadores do melhor site de startrek do Brasil, TREKBRASILIS (www.trekbrasilis.org) e membro da Associação Aeroespacial Brasileira.

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  4. Alias, o Salvador teve a oportunidade de entrevistar o ator Leonard Nimoy, durante a vinda dele ao Brasil em uma convenção a alguns anos atrás.

    Ele já entrevistou alguns homens que estiveram na lua: edgar mitchell, harrison schmidt e o gene cernan (este último devido a uma dica minha)

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  5. Até lá será que conseguirão também desenvolver os "neutralizadores de inércia"? rs...rs...rs

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  6. KKKKKKKKKKKKKK, essa foi muito boa Carlos.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Sobre os "neutralizadores de inércia", ou como controlar a inércia para que espaçonaves desenvolvam acelerações extremas, por favor vejam aqui:www.velocidadededobra.tk/wordpress

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