Inst. de Pesquisa do MCTI Participam de Proj. Internacional
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada ontem (19/11) no site do “Jornal
da Ciência” da SPBC destacando que já o CBPF, ON, LNCC e RN reunidos no Laboratório
Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), contribuem para mapeamento do céu
que estudará energia escura e origem do universo.
Duda Falcão
Notícias
Institutos de Pesquisa do MCTI
Participam de Projeto Internacional
Reunidos no Laboratório Interinstitucional de
e-Astronomia (LineA),
CBPF, ON, LNCC e RNP contribuem para mapeamento do
céu que estudará energia escura e origem do universo
Ascom do CBPF e MCTI
19/11/2012
No início de outubro, o projeto internacional Colaboração
Dark Energy Survey (DES), ou Levantamento de Energia Escura, fez as primeiras
imagens - chamadas de "engenharia", para testar o instrumento - com a
câmera DECam, de altíssima precisão, instalada no telescópio do Observatório
Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. Na semana passada, durante a
comemoração dos 50 anos do Observatório, o Projeto DES foi lançado
oficialmente, marcando o início do survey, propriamente dito. Nesta matéria, o
físico Martín Makler, pesquisador do CBPF e membro da Colaboração DES, fala
sobre o projeto, oportunidades e resultados esperados.
A expansão acelerada do universo está ocorrendo por causa
da energia escura? Para desvendar esse e outros mistérios da vida, quatro institutos
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - o Centro Brasileiro de
Pesquisas Físicas (CBPF), o Observatório Nacional (ON), o Laboratório Nacional
de Computação Científica (LNCC) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) - se
reuniram no Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA) para estudar
o fenômeno, por meio do projeto internacional Colaboração Dark Energy Survey
(DES) - ou Levantamento da Energia Escura.
O primeiro passo importante para o mapeamento do céu foi
dado, no início de outubro, com a entrada em operação da câmera DECam - com 570
megapixels de resolução - acoplada ao telescópio Blanco, no Observatório
Interamericano de Cerro Tololo, no Chile. A expectativa dos astrônomos é de
que, nos próximos cinco anos, deverá estar concluído o mais amplo levantamento
fotométrico do Hemisfério Sul pelo DES.
Para o físico, pesquisador do CBPF e representante da
instituição no projeto internacional, Martín Makler, "com o mapeamento de
5 mil graus quadrados do céu em grande resolução pela DECam, que utiliza cinco
filtros ou cores, será possível identificar cerca de 400 milhões de galáxias e
milhares de supernovas, inclusive com uma estimativa de sua distância e sua
forma".
Makler observou que os princípios da física e o modelo de
observação atuais são insuficientes para compreender o grande volume e
diversidade de informações sobre o cosmos. "Mas, se colocarmos apenas uma
pecinha, chame de energia escura ou constante cosmológica, tudo se encaixa
perfeitamente", afirmou. "Queremos saber agora o que é essa pecinha,
suas propriedades, e se há explicação melhor para as mudanças gravitacionais e
a heterogeneidade do universo, entre outras possibilidades", explicou.
Ao considerar a energia escura uma das dez maiores
perguntas da ciência, o pesquisador do CBPF acrescentou que o DES também
"fornecerá um mapa, ou melhor, imagens do céu com uma combinação de área,
profundidade e resolução sem precedentes, trazendo informações em quase todas
as áreas da astronomia e da astrofísica", previu.
A Colaboração DES, que teve início em 2004, é um projeto
decorrente do interesse de diversas instituições internacionais de pesquisa em
conhecer melhor a energia escura. Um ano depois, Makler propôs a participação
brasileira na iniciativa, quando então foi criado um consórcio de
pesquisadores, liderado pelo pesquisador do ON, Luiz Alberto Nicolaci da Costa,
que atua na coordenação do grupo e no levantamento dos recursos.
Liderança - O
ON lidera a infraestrutura de desenvolvimento de software e por pesquisas
relacionadas a quasares (objetos celestes situados no núcleo das galáxias),
evolução de galáxias, aglomerados de galácticos, estrutura em grande escala do
universo e estrutura da Via Láctea. O observatório também desenvolve uma
infraestrutura computacional para armazenamento, processamento, análise e
distribuição de dados.
O CBPF responde pelos estudos em lentes gravitacionais e
do processamento de imagens com arcos gravitacionais, além de formar
pós-graduandos (iniciação científica, mestrado, doutorado). Por duas vezes, o
centro ofereceu cursos sobre lentes gravitacionais, voltados às áreas do DES,
do qual participa em três comitês: científico, da câmera de palestrantes e
organizador das reuniões do DES. O instituto de pesquisa também realiza pelas
simulações de arcos gravitacionais no processo de simulações de imagens do DES.
Cabe ao LNCC desenvolver técnicas de gerenciamento,
integração e análise dos catálogos de objetos estelares, que possuem bilhões de
objetos e suas descrições fotométricas e astrométricas. O resultado é a
formação de uma enorme matriz de dados que será analisada, mediante o uso de
técnicas avançadas de particionamento de dados (distribuição da informação em
vários lugares, para depois recuperá-la) e atividades em workflows científicos
(operações de análise de dados).
Já a RNP disponibilizará infovias (estradas eletrônicas
por onde flui todo tipo de informação, em forma de texto, som ou imagem, entre
um ponto gerador e diferentes pontos receptores) para conexão direta entre
pesquisadores e o centro de dados do observatório chileno.
Pesquisadores de outras instituições associadas ao LIneA,
como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Fisica
da Universidade de São Paulo (IF/USP) e o Instituto de Física Teórica da
Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (IFT/UNESP), também
coordenam grupos de trabalho, especialmente para o estudo da estrutura de nossa
galáxia e da área teórica, além de contribuir com toda a infra-estrutura do
projeto DES.
Oportunidade - De
acordo com Makler, a participação brasileira no DES significa a oportunidade de
trabalhar em um projeto de ponta, com ampla inserção internacional e que abre
espaço ao desenvolvimento de infraestrutura específica e à formação de recursos
humanos, tanto na área científica (mestres, doutores) quanto técnica, para
lidar com o enorme volume de dados a ser gerado pelo projeto.
"Esses recursos humanos podem ser úteis, tanto na área
de pesquisa, quanto para empresas de base tecnológica, em especial em
tecnologia da informação. Ou seja, é a oportunidade de produzir ciência de
primeira linha e contribuir para o desenvolvimento do País", comentou o
pesquisador do CBPF.
Como membro do DES, o Brasil está presente em todos os
comitês do projeto (gerenciamento científico, de publicações, gerenciamento dos
dados e organização das reuniões). No plano técnico, Makler observou que a
dificuldade é ainda maior, pois há necessidade de mão de obra em tecnologia da
informação que domine o gerenciamento de grandes volumes de dados (conhecido
como "Big Data"), tanto na parte de software quanto de hardware e
que, ao mesmo tempo, esteja pronta para abordar problemas totalmente inovadores
e com ótica na pesquisa.
Ao observar que há escassez de mão de obra qualificada no
mercado nacional, o pesquisador admite que há poucas instituições de ensino de
pós-graduação no Brasil nas áreas de instrumentação científica e TI. "Para
tentar preencher essa lacuna, o CBPF criou um programa de mestrado profissional
em Instrumentação Científica", concluiu Makler.
Fonte: Site do Jornal da Ciência de 19/11/2012
Bom, sobre isso, apenas o registro de um FATO.
ResponderExcluirAlguns dos melhores desenvolvedores de software do Mundo, são brasileiros, e com certeza eles não são, nem mestres nem doutores, alguns dos melhores desenvolvedores de software a nível mundial, sequer se formaram em faculdades, e não estão nem aí para isso...
Atenção, não estou opinando. Estou apenas registrando um fato na área profissional da qual faço parte.
Abs.
Uns anos atrás vi um índice do número de hackers, e constatei que o Brasil era um dos países que mais tinha (apesar de não serem tão nocivos aqui). Para mim um hacker já é um especialista em informática, e boa parte deles seguem curso superior. Um amigo foi fazer o curso de computação e desistiu a certa altura, porque viu que essa área era "para quem entende", apesar de ele ter dito que 1 ou 2, que também não percebiam muito daquilo, concluiram o curso. Ele deu a entender que é preciso ter gosto, e que muitos já sabiam bem com o que estavam lidando.Uns anos atr
ExcluirOi Israel,
ExcluirOcorre na minha área o que de resto ocorre em todo o ensino superior, com raras excessões.
Os programas são extremamente teóricos, e o objetivo maior é a entrega de diplomas. A palavra da moda agora é certificação, outra balela, que alguns "compram" com a maior facilidade.
Só quis dizer, que títulos são importantes, mas não necessariamente separam os excelentes dos medíocres.
Só temo, que depois de um enorme esforço de seleção, os melhores fiquem de fora por não atenderem a determinados critérios. Porém, devemos ressaltar que os processos de contratação que temos visto por aqui, são bem criteriosos e justos (apesar de uma exclusão prévia). O que podemos continuar questionando é a morosidade.
Abs.