Proj. BRA/ESP Ajudará a Compreender Mistérios do Universo

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (23/11) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que projeto internacional com a participação do Brasil ajudará a compreender Mistérios do Universo.

Duda Falcão

Projeto Internacional Ajudará a
Compreender Mistérios do Universo

Ascom do ON
Ascom do MCTI
23/11/2012 - 16:43

Foto: Site El País
Energia escura e expansão acelerada do
universo são focos do projeto internacional

Dois dos maiores mistérios do cosmos, a energia escura e a expansão acelerada do universo, começarão a ser melhor compreendidos a partir de março do ano que vem. É quando entrará em funcionamento o telescópio de 2,5m de diâmetro (segundo maior do mundo), no Pico de Buitre, na Sierra de Javalambre (1,95 mil metros de altitude), em Teruel, no Chile, que dá nome ao projeto Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey (J-PAS) - ou Levantamento Astrofísico da Aceleração do Universo, na tradução livre para o português - desenvolvido conjuntamente por brasileiros e espanhóis, a um custo de 14 milhões de euros.

Acoplada ao telescópio, uma câmera com 14 CCDs, de 9 mil pixels cada - avaliada em 5 milhões de euros - produzirá imagens de mais de 1.100 megapixels. Com quatro anos de duração, o projeto deverá apresentar resultados consolidados somente em 2016, quando deverá estar concluído o levantamento de mais de 8 mil graus quadrados no céu, a observação de 300 milhões de galáxias e de inúmeras estrelas, asteroides e supernovas. Um segundo telescópio menor (80 cm de diâmetro), construído no mesmo local, servirá para fazer calibrações e complementações científicas.

A iniciativa faz parte de um consórcio internacional que engloba empresas de diversos países — Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Bélgica e Brasil — além de agências e universidades. No caso brasileiro, o projeto tem a participação do Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI).

Estudos de Ponta

“Durante muito tempo, o Observatório Nacional teve uma posição secundária nas pesquisas mundiais, mas agora a unidade de pesquisa está inserida nos assuntos mais quentes da cosmologia, ao participar de estudos de ponta, dentro de um processo de integração e interação com os expoentes da astronomia mundial, o que é muito bom para a formação de nossos jovens estudantes”, avaliou o astrofísico Renato Dupke, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAA) do Observatório Nacional e coordenador da participação brasileira no J-PAS, acrescentando que “nossa próxima geração de astrônomos estará muito mais capacitada e em contato com os principais centros de pesquisa do mundo de uma forma que era inconcebível até um passado recente”.

Segundo Dupke, “até mesmo o grupo do ON especializado em asteroides ficou animado, apesar de o projeto ter motivação cosmológica e extragalática. Isso porque nosso levantamento será em 56 cores, contra as cinco ou seis que costumam ser utilizadas para este tipo de iniciativa”, afirmou, ao acrescentar que “esse é o projeto mais competitivo [em termos de volume de produção científica em relação ao dinheiro investido] de estudos cosmológicos desta década”.

Como participante do projeto, o país terá prioridade no uso dos dados, à medida que forem produzidos, com a vantagem de não arcar com custos de manutenção do telescópio. Além disso, pesquisadores brasileiros ainda terão direito de utilizá-lo por mais três anos após o seu término. Uma das maiores descobertas científicas das últimas duas décadas, a expansão acelerada do universo intriga os cientistas. Ela sugere a existência de uma nova componente de energia (escura) que permearia o cosmo, com propriedades físicas exóticas.

BAO

Outra linha de investigação do J-PAS está relacionada ao Baryon Acoustic Oscillations (BAOs) considerado o método mais eficiente de pesquisa da atualidade sobre energia escura, que estaria presente em 96% do cosmos. O BAO é uma espécie de “eco” das primeiras formações de matéria logo depois do Big Bang, há cerca de 13,7 bilhões de anos.

“Seja qual for a conclusão final sobre o estudo sobre a energia escura e a origem da aceleração cósmica, ele trará conhecimentos fundamentais sobre a natureza da gravitação, das partículas fundamentais do universo e da física como um todo”, explica o coordenador do grupo de teoria do J-PAS, Jailson Alcaniz, também da COAA.

“Independentemente de a matéria ser escura ou luminosa, ela age gravitacionalmente, o que faria as galáxias responderem”, explicou o astrônomo e pesquisador do Observatório Nacional, Luiz Nicolaci, que coordena a participação brasileira em outra grande colaboração internacional, o Levantamento sobre Energia Escura (DES, na sigla em inglês).

Projeto JPAS permitirá observar mais
de 300 milhões de galaxias


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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