Primeiro Sinal de Vida Alienígena Pode Surgir em 20 Anos
Olá leitor!
Segue uma matéria
postada hoje (17/11) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que segundo
o que disse o astrônomo e astrobiólogo americano Edwin Bergin, de passagem pelo
o Brasil, o primeiro sinal de vida alienígena pode surgir em 20 anos.
Duda Falcão
Ciência
Primeiro Sinal
de Vida Alienígena Pode
Surgir em 20
Anos, Diz Cientista
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
17/11/2012 – 04h30
Para quem acha
que tentar encontrar vida fora da Terra é coisa de maluco, o astrônomo
americano Edwin Bergin se arrisca até a dar uma data para quando os primeiros
indícios dela devem aparecer: daqui a 20 anos.
Um dos maiores
especialistas em astrobiologia -- ramo da ciência que busca vida extraterrestre
--, o professor da Universidade de Michigan esteve no Brasil para participar de
um curso do Observatório Nacional, no Rio, que teve a disciplina como tema.
Ele diz que a
chave para a detecção da vida em outros mundos deve vir do oxigênio molecular,
o qual, pelo menos aqui na Terra, só é produzido pela vida. E aposta que os
aparelhos que conseguirão encontrar essas pistas já estão para ser construídos.
Nessa busca, o
astrobiólogo diz que a química e as formas de vida ultrarresistentes aqui da
Terra é que devem servir de referência.
Leia trechos da
entrevista que ele concedeu à Folha
Folha - O sr.
acredita que nós estamos próximos de encontrar o primeiro sinal de vida fora da
Terra?
Edwin Bergin
- A inferência de biologia em outro planeta irá levar algum tempo.
Hoje, se nós
olharmos para outro mundo, em torno de uma estrela diferente, podemos dizer se
achamos que ele é habitável. Com isso, queremos dizer que, se o tipo certo de
planeta, um mundo rochoso, está na distância certa de uma estrela semelhante ao
Sol, então as condições são perfeitas para ter água líquida na superfície.
Essa é uma
inferência que agora precisa de confirmação. Por esse caminho, eu acredito que
nós estamos próximos de inferir a possível presença de vida.
Com a próxima
geração de telescópios que estamos tentando construir, há esperança de detectar
a presença de água e de ozônio, que é um traço de oxigênio molecular. Na Terra,
ele só é fabricado pela vida. Então, há esperança de uma detecção verdadeira
nos próximos 20 anos.
Leonardo Wen
/Folhapress
O pesquisador americano Edwin Bergin perto de luneta do Observatório Nacional, do Rio |
Extremófilos
[seres que se desenvolvem em ambientes inóspitos na Terra] são um dos mais
importantes objetos de estudo da astrobiologia. Por que eles são tão
importantes?
O fato de a vida
na Terra ter encontrado maneiras de se adaptar e de sobreviver em ambientes
extremos nos dá esperanças de que a vida possa ser igualmente versátil em
outros lugares e que também possa estar presente.
A
astrobiologia enfrentou um sério problema de credibilidade com a desastrada
apresentação da "bactéria ET" da NASA. O que deu errado ali?
Como cientistas,
nós desejamos interagir com a esfera pública e dividir nosso conhecimento. A NASA
realmente faz um trabalho fantástico nesse sentido.
A ciência aceita
a discussão e a argumentação sobre novas ideias. Isso é parte do processo mas,
às vezes, é algo bagunçado. Quando isso acontece na esfera pública, torna-se
ainda pior.
Quanto à
divulgação específica da "bactéria ET", eu me lembro de um comentário
de um colega, que dizia que "alegações extraordinárias necessitam de
evidências extraordinárias". Talvez teria sido bom esperar mais.
Por outro lado,
houve o excelente trabalho de continuidade que foi feito para explorar essa
questão em detalhes.
O sr.
teorizou que a água pode se formar rapidamente e em abundância na superfície de
um planeta jovem e, depois, agir como um escudo protegendo o novo planeta da
radiação estelar. Como isso funciona? Seria o suficiente para o desenvolvimento
da vida?
Os planetas
nascem em um disco rico em gás perto de suas estrelas. Ao longo da última
década, nós aprendemos que o vapor d'água é muito abundante em discos
pré-planetários jovens. A formação é tão rápida que a água poderia sobreviver
na superfície do disco.
A implicação
disso é que o vapor d'água pode proteger outras moléculas debaixo dele e permitir
que elas se formem. A analogia para isso é a camada de ozônio da Terra, na qual
o ozônio protege o planeta de raios ultravioleta.
Agora, quanto à
vida, nesse estágio nós estamos discutindo apenas a formação de moléculas
orgânicas simples que um dia podem ser incorporadas à biologia de algum ser,
então isso é mais uma questão sobre o que acontece com a química antes de os
planetas nascerem.
O quanto dessa
química é preservado nos planetas jovens ainda permanece incerto. Nós
acreditamos, porém, que a água foi formada em algum outro lugar e depois
fornecida à jovem Terra. Então, nesse sentido, estudar a água no espaço é
estudar a nossa própria origem.
O Brasil tem
feito um bom trabalho na astrobiologia?
A comunidade é
pequena, mas está crescendo. A importância é mesmo começar a incentivar a
intercomunicação entre vários campos científicos, o que é difícil às vezes.
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 17/11/2012
Comentário:
Astrobiologia, uma ciência bem nova e que vem crescendo muito através do mundo,
inclusive aqui no Brasil, apesar de nossa comunidade ainda ser bastante
pequena. Se você é astrônomo, astrofísico, biólogo, químico, oceanógrafo ou
ligado a outras áreas complementares da Astrobiologia no Brasil, e quer se
aventurar nessa nova fronteira, acredito que o melhor caminho para você é
entrar em contato com o “Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de
São Paulo (USP), pelo link: http://astrobiobrasil.org/index.php/pt_br/.
Esse núcleo da USP certamente é o mais avançado no Brasil (se não for o único)
na área de Astrobiologia, além de possuir o único laboratório do país especializado
nessa área, ou seja, o ASTROLAB, que fica nas instalações do “Observatório
Abrahão de Moraes” pertencente ao “Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP)”, que fica localizado
entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, nas proximidades de São Paulo e
Campinas.
"20 anos" é um palpite esperançoso, ainda porque creio que essas descobertas dependerão muito da exploração de planetas (e será que encontrarão na lua, em marte e nos asteroides que pretendem explorar dentro desse periodo?). Uma coisa é certa, para reforçar a teoria da evolução seria preciso mesmo descobrir vida fora da terra.
ResponderExcluirNa verdade está dificil para a ciência explicar como se forma a vida a partir de um elemento inorgânico, então dizer que se vai encontrar esse tipo de vida por aí no universo em 20 anos é uma declaração deveras esperançosa. Mas essa descoberta iria sem dúvida mostrar que tal pode mesmo acontecer.