Propulsão Elétrica Pode Ser a Chave para Viagens a Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (12/12) no site da
Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que segundo o diretor do Departamento de Aeronáutica da
Universidade de Southampton, na Inglaterra, Stephen Gabriel, a Propulsão Elétrica
pode ser a chave para viagens a Marte.
Duda Falcão
Notícias
Propulsão Elétrica Pode Ser
a Chave para Viagens a Marte
Da
Secretaria de Comunicação da UnB
12-12-2011
Desde o início da
era espacial, quando os soviéticos lançaram o satélite Sputnik, em 1957,
cientistas do mundo inteiro tentam desenvolver uma tecnologia capaz de manter
as aeronaves no espaço por mais tempo. A propulsão elétrica ou a plasma promete
ser essa tecnologia: com ela, é possível reduzir a massa, o espaço e a energia
consumida pelas naves espaciais. Segundo Stephen Gabriel, diretor do
Departamento de Aeronáutica da Universidade de Southampton, na Inglaterra, já
estão sendo planejadas missões com propulsão elétrica para se chegar a outros
planetas como Marte e Mercúrio (vizinhos à Terra) e até mesmo os grandes
planetas gasosos como Júpiter e Saturno, localizados fora do cinturão
asteróides que divide o sistema solar.
O professor inglês
explicou a principal vantagem da propulsão elétrica. “Se eu lhe empurro com força
por pouco tempo, você vai se locomover rápido. Se eu lhe empurro devagar, você
pode conseguir uma velocidade final maior a longo prazo, principalmente no
vácuo”, disse. “É preciso pensar que essa aeronave vai se locomover por anos”.
Outra vantagem é que o veículo espacial não precisaria viajar dependendo da
atração gravitacional que os planetas exercem no espaço. “A propulsão elétrica
é a única tecnologia possível para alcançar as profundezas do sistema solar e
alcançar cometas, por exemplo”, garantiu Stephen. Foi o que aconteceu, por
exemplo, em 1998, quando a nave Deep Space 1, movida com a tecnologia de
propulsão elétrica alcançou, em 2000, o cometa Borelli.
Enquanto a
propulsão química utiliza a quebra de moléculas e temperaturas que chegam a 726
°C, a propulsão elétrica se vale do choque de moléculas e temperaturas de 4.726
°C. No entanto, como toda tecnologia, os propulsores elétricos precisam ser
aperfeiçoados. Jean Carlo Santos, professor de física recém contratado pela
UnB, estava interessado em saber do professor inglês que tipos de fenômenos
físicos estavam relacionados com a tecnologia. “Queria saber sobre a comparação
entre os antigos propulsores químicos e quais as flutuações que atrapalham o
seu funcionamento”, explicou o novo professor da UnB. Stephen disse ainda que a
confiabilidade dos propulsores químicos ainda é maior.
“A propulsão
química, devido à necessidade de combustível e espaço, se torna proibitivo para
missões mais longas, de mais de quatro anos. Já a propulsão elétrica é tão eficiente
que permite que a quantidade de propelente seja perfeitamente adaptável”,
explica o professor José Leonardo Ferreira, do Instituto de Física.
Segundo ele, essa
tecnologia é de grande interesse para o país, do ponto de vista comercial. O
Brasil está começando a produzir satélites e lançadores, por meio de uma
parceria com a Ucrânia, e uma possibilidade é usar o sistema de propulsão
elétrica, o que aumentaria a vida útil do equipamento de cinco para quinze
anos.
Para isso, foi
criada a Rede Brasileira de Propulsão Elétrica que, de momento, reúne UnB,
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA) e Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). “Para desenvolver
a tecnologia é preciso mobilizar várias áreas. Precisamos dominá-la”, explicou
Ferreira. Em março de 2012, a rede vai organizar o I Workshop sobre Propulsão
Elétrica, na sede da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Fonte: Agência Espacial Brasileira
(AEB)
Comentário: Vou mais além, a propulsão
química esta com seus dias contatos e jamais deverá ser utilizada em viagens tripuladas
para além da orbita da Lua e caso seja, Deus queira que não resulte em catástrofe.
O problema da Propulsão Química no caso de viagens tripuladas não é unicamente
o fato da massa, do espaço e da energia
consumida por essas naves espaciais, mas principalmente o ambiente interplanetário
onde a mesma teria que operar, e o baixo empuxo por ela proporcionado. Como se
sabe o espaço ao redor da Terra e da Lua está protegido pelo cinturão magnético
do planeta, diferentemente do espaço interplanetário onde fenômenos desconhecidos
imperam, o que conseqüentemente obriga os engenheiros aeroespaciais buscarem
tecnologias que permitam um menor tempo de exposição dos astronautas nesse ambiente.
Uma viagem tripulada a propulsão química para Marte levaria em média de oito meses
a um ano, enquanto utilizando a Propulsão a Plasma (iônica - elétrica) existe a
perspectiva de se fazer em pouco mais de um mês, o que diminuiria enormemente
os riscos, mas ainda não seria o ideal (o ideal é que fosse realizado em horas).
Concordo que no caso das sondas interplanetárias essa tecnologia deverá cada
vez mais tomar conta do mercado e serem usadas para missões espaciais para
locais cada vez mais distantes no sistema solar. Entretanto, no caso das
missões tripuladas o seu raio de ação não deverá ultrapassar a órbita de Marte,
já que para essas missões deverão ser utilizadas espaçonaves movidas à
propulsão nuclear. Quanto ao que disse o professor José Leonardo Ferreira,
concordo em gênero, número e grau, ou seja, o Brasil precisa investir na
Propulsão Elétrica de forma mais efetiva sem deixar contudo de continuar
investindo na Propulsão Química (sólida e líquida), pois uma é o futuro e a
outra é o presente, e continuará sendo por ainda um bom tempo, principalmente
para um país como o Brasil que tem horizontes espaciais bem modestos.
E como disse Nikola Tesla: ...Quando a eletricidade for completamente dominada muitas coisas extraordirárias serão possíveis. Apesar dos avanços a eletricidade continua um campo ainda bastante desconhecido, e poderá ser pela eletricidade que vamos conhecer outras vidas!!!
ResponderExcluirPois é Vando!
ResponderExcluirÉ por ai mesmo, a propulsão a plasma creio que será a escolhida para a viagem a Marte por volta de 2030. Entretanto, para viagens tripuladas mais distantes, a solução será a Propulsão Nuclear.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Dou como um exemplo os eventos ocorridos em 1970 com a Apollo 13. A caminho da Lua, parte do módulo de serviço explodiu sofrendo avarias sérias para os tripulantes. Os cientistas analizaram e viram que a nave dar meia volta e retornar a terra seria muito complicado, então deixaram ela entrar em orbita lunar, cicular a lua uma vez e voltar ao nosso planeta o que se mostrou uma decisão sábia. Se isto ocorresse a caminho de marte, infelizmente, não haveria este suporte de retorno, para chegar a marte e retornar, talvés toda a tripulação poderia estar morta. Tem que ser uma viagem 100% segura.
ResponderExcluirÉ isso Ricardo!
ResponderExcluirBém lembrado amigo, essa é uma outra faceta que dificulta ainda mais as viagens a Marte utilizando-se da Propulsão Química. A Agência Espacial ou as Agências Espaciais que optarem por esse caminho, estarão a meu ver sendo irresponsáveis, e sinceramente não acredito nessa possibilidade.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)