Segundo Estudo de Pesquisadores Chilenos, a 'Animação Suspensa' Para Viagens Espaciais de Longa Duração Poderá Nunca Ser Possível
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue
abaixo uma matéria nada animadora para os amantes da exploração espacial
tripulada, postada que foi ontem (29/04),
no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando
que segundo um estudo realizado recentemente por pesquisadores das Universidades
Austral e Católica do Chile (PUC), a ‘Animação Suspensa’ em ‘Viagens Espaciais de Longa Duração’ pode jamais ser possível.
Pois então amigos leitores, tomara que esses pesquisadores chilenos não esteja corretos,
pois a ‘Animação Suspensa - Hibernação’ parecia ser uma das boas ideias de como os
astronautas poderiam realizar viagens longas no espaço, pelo menos num
horizonte de nos próximos 100 anos. Enfim...
Brazilian Space
ESPAÇO
Animação Suspensa Para Viagens Espaciais Pode Nunca Ser Possível
Por Redação
do Site Inovação Tecnológica
29/04/2022
[Imagem: Raphaël
Jeanneret/Pixabay]
Se você
sonha em viajar para as estrelas, é melhor trabalhar para mudar o que sabemos
sobre a biologia ou o espaço-tempo. |
Animação Suspensa
As notícias
não são boas para os fãs de ficção científica: Os humanos poderão nunca ser
capazes de sobreviver em animação suspensa durante longas viagens pelo espaço.
A animação
suspensa propõe uma espécie de pausa na vida fisiológica, usando tecnologias -
que ainda não existem - para desacelerar radicalmente os processos fisiológicos
vitais, sem levar à morte. Isto permitiria que um ser humano
"interrompesse" sua vida ao sair da Terra, e só voltasse a viver, com
a mesma idade e as mesmas condições físicas, centenas de anos depois, quando
sua nave chegasse a outro sistema planetário.
Isso seria
necessário porque, segundo as teorias de Einstein, nada pode viajar mais rápido
do que a velocidade da luz, e as outras estrelas estão longe demais de nós, o
que tornaria as viagens mais longas do que a expectativa atual de vida de um
ser humano. Assim, a alternativa à animação suspensa também envolve ficção, no
sentido de se contrapor ao conhecimento científico vigente.
Como, até
agora, os cientistas não conseguiram demonstrar que Einstein estava errado,
Roberto Nespolo e seus colegas das universidades Austral e Católica do Chile
decidiram investigar se os humanos poderiam hibernar como os ursos,
permitindo-nos cochilar durante as viagens pelo espaço que deverão durar mais
do que uma vida.
Infelizmente,
a conclusão é que é improvável que a técnica de hibernação funcione para os
humanos porque não economizaríamos energia suficiente durante a hibernação.
Por que Humanos Não Hibernam?
A equipe
analisou o metabolismo durante a hibernação em uma série de mamíferos, de
morcegos a ursos, e descobriu que um grama (1g) de tecido em um morcego tem um
metabolismo semelhante a 1g de tecido em um urso, ambos durante a hibernação,
apesar de um urso ser cerca de 20.000 vezes maior
[Imagem: Roberto
F. Nespolo et al. - 10.1098/rspb.2022.0456]
Estimando o
provável metabolismo de um ser humano hibernando, com base em nossa própria
massa, eles constataram que economizamos mais energia dormindo do que
economizaríamos se estivéssemos hibernando.
Em seu
estudo, a equipe utilizou dois conceitos fundamentais: A taxa metabólica basal
(BMR: Basal Metabolic Rate), que é a quantidade calórica que o corpo
necessita, em vinte e quatro horas, para manter-se nutrido, e o gasto
energético diário de hibernação (DEEH: daily energy expenditure of
hibernation), este extrapolado dos animais que hibernam para os seres
humanos.
"Dado
que a taxa metabólica dos animais ativos escala alometricamente [de acordo com
o tamanho do corpo], o ponto onde essas curvas de escala se cruzam com o DEEH
representa a massa onde a economia de energia por hibernação é zero. Para a
BMR, essa economia zero é alcançada para um relativamente pequeno urso
(aproximadamente 75 kg).
"Calculado
por célula, o poder metabólico celular de hibernação foi estimado em 1,3 x 10-12
± 2,6 x 10-13 W/célula, que é inferior ao metabolismo mínimo de
células isoladas de mamíferos, o que corrobora a ideia da existência de um
metabolismo mínimo que permite às células sobreviver sob uma combinação de frio
e hipóxia," concluiu a equipe.
Mas, se lhe
serve de consolo, a Agência Espacial Europeia tem bancado estudos sobre a hibernação de astronautas.
Bibliografia:
Artigo: Why
bears hibernate? Redefining the scaling energetics of hibernation
Autores: Roberto F. Nespolo, Carlos
Mejias, Francisco Bozinovic
Revista: Proceedings of the Royal Society
B
Vol.: 289, Issue 1973
DOI: 10.1098/rspb.2022.0456
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