Parte da Cratera Gale de Marte, Parece Ter Sido Alterada Por Água Subterrânea
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (25/04) no
site “Canaltech”, destacando que segundo
análises feitas pelo ‘Rover Curiosity’ na superfície de Marte, parte da ‘Cratera Gale’ deste planeta ,
parece ter sido alterada por água subterrânea.
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Parte da Cratera Gale, em Marte, Parece Ter Sido
Alterada Por Água Subterrânea
Por Danielle Cassita
Editado por Rafael Rigues
25 de Abril de 2022 às 14h30
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA/JPL-Caltech/ESA/DLR/FU Berlin/MSSS
O leito rochoso da região de Glen Torridon, localizada na
cratera
Gale, em Marte, parece ter sido alterado pelo fluxo de água subterrânea
durante o passado do planeta. As descobertas vêm de análises feitas pelo rover
Curiosity, e trazem implicações importantes tanto para a compreensão da
habitabilidade no passado de Marte quanto para a possibilidade de descobrirmos
vida por lá.
O rover Curiosity pousou na cratera Gale em 2012 para investigar
se o Planeta Vermelho já teve as condições adequadas para abrigar
microorganismos. Em 2019, o rover começou estudos dos antigos leitos de
rocha em Glen Torridon, que duraram até janeiro de 2021. E durante esta
análise, o robô observou sinais de mudanças nas rochas, causadas por água
subterrânea.
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/MSSS)
As alterações pareciam ainda mais evidentes em elevações
mais altas ao longo do caminho do rover. Além disso, o Curiosity descobriu
também vários nódulos, veias e outras formações relacionadas às alterações nas
rochas causadas pela água. “O motivo primário pelo qual o rover foi enviado a
Marte era investigar esta região, para entendermos a transição de Marte
primordial, quente e úmido, para um planeta frio e seco”, disse Patrick Gasda,
autor principal do estudo.
Os autores trabalharam com dados do instrumento
ChemCam, registrando informações sobre a composição química e coletando
fotos das câmeras do Curiosity para procurar mudanças físicas e químicas nas
rochas. “Primeiro, vimos uma grande quantidade de ‘nódulos’ escuros e arredondados
nas rochas, e essas estruturas geralmente se formam em sedimentos macios,
encontrados em lagos ativos na Terra”, relatou Gasda. "Assim, foi
provavelmente deste modo que eles se formaram em Marte".
O rover encontrou também veias escuras com alta presença
de ferro e manganês, enquanto as mais claras eram ricas em flúor. “Acreditamos
que, nos estágios iniciais da cratera, quando o impacto inicial aqueceu as
rochas ao redor dela, a água subterrânea fluiu através das rochas e essa água
quente provavelmente extraiu elementos delas, como o flúor”, observou o autor.
(Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/MSSS/LANL/IRAP-CNES)
Rocha apelidada "Ben Hee", com vários nódulos escuros em sua estrutura; geralmente, os nódulos se formam em sedimentos macios, encontrados nos lagos na Terra. |
As altas concentrações de flúor costumam ser encontradas
somente nos sistemas hidrotérmicos na Terra, de modo que a equipe não esperava
encontrar estas composições em Glen
Torridon. Por outro lado, os sistemas hidrotérmicos podem ajudar os
pesquisadores a compreender melhor a habitabilidade em Marte: eles trariam
elementos à superfície, que poderiam ser usados por microrganismos para
produzir energia.
Já as rochas sob a cratera podem ter permanecido
aquecidas por mais tempo do que se pensava inicialmente, o que pode explicar a
alta concentração de elementos na água, como o flúor. “Esta região
provavelmente representa as últimas etapas da umidade em Marte, e queremos
entender os sedimentos do lago para termos uma referência sobre o que aconteceu
logo antes de o clima
do planeta mudar'', disse o autor. “No fim, este se mostrou um período
muito ativo no passado de Marte”.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na
revista Journal of Geophysical Research Planets.
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