Órbita Quase Caótica de Plutão Fica Um Pouco Mais Próxima de Ser Compreendida
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (25/04) no
site “Canaltech”, destacando que segundo
os pesquisadores Dra. Renu Malhotra e pelo Dr. Takashi Ito a Órbita quase caótica de
Plutão ficou um pouco mais próxima de ser compreendida.
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Órbita Quase Caótica de Plutão Fica Um Pouco Mais Próxima de Ser Compreendida
Por Daniele Cavalcante
Editado por Rafael Rigues
25 de Abril de 2022 às 09h15
Fonte: Universe Today
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA
A órbita de Plutão está sujeita a instabilidades e mudanças, ao menos
em escalas de tempo curtas. Essa foi a descoberta de uma nova pesquisa,
conduzida pela Dra. Renu Malhotra e por Takashi Ito, que trará implicações para
estudos futuros do Sistema Solar externo.
Desde a descoberta
de Plutão em 1930, os astrônomos ficam inquietos por causa de sua órbita
fora do comum. Embora o planeta anão esteja, em média, mais distante do Sol que
Netuno, isso não ocorre o tempo todo: durante cada período de 248 anos, ele
passa 20 anos mais perto do Sol do que Netuno.
Se é assim, como Plutão não se choca com Netuno? Graças a um fenômeno
conhecido como ressonância de movimento médio. Ele garante que, ao ficar quase
na mesma distância que Netuno em relação ao Sol, Plutão tenha sua longitude a
quase 90 graus de distância do planeta vizinho.
Além disso, algo chamado oscilação vZLK coloca Plutão em um local bem
acima do plano da órbita de Netuno durante o periélio (o ponto de máxima
aproximação do Sol). Mas isso não é tudo — a órbita de Plutão é caótica, com
pequenos desvios em escalas de tempo curtas que atrapalham as previsões para
alguns milhões de anos no passado ou futuro.
Para resolver essa terceira e misteriosa propriedade, a dupla de
cientistas realizou simulações numéricas da órbita de Plutão por até cinco
bilhões de anos no futuro do Sistema Solar. Eles começaram investigando o papel
dos outros planetas gigantes (Júpiter, Saturno e Urano) na órbita de Plutão
(Imagem: Reprodução/Astronomy)
Essa abordagem e importante, porque todos os objetos do Sistema Solar
influenciam as órbitas uns dos outros. Em muitos casos, essa influência é
mínima, quase irrelevante, e não precisa ser considerada nos cálculos. Mas, no
caso do planeta anão, o campo gravitacional dos três gigantes pode ter papel
fundamental.
Para representar esses campos gravitacionais em uma simulação tão
robusta, seriam necessários os ajustes de 21 parâmetros diferentes. Para
simplificar, eles distribuíram a massa de cada planeta ao longo da trajetória
que eles “desenham” em suas órbitas ao redor do Sol.
A estratégia deu bons resultados. Malhotraa explicou que “um arranjo
fortuito” das massas e órbitas dos planetas gigantes possibilita a oscilação
vZLK de Plutão em “uma espécie de 'zona de Cachinhos Dourados'”. Isso ajuda a
explicar como Plutão — e os demais objetos vizinhos de seu tamanho — adquiriram
a oscilação vZLK”.
Segundo o estudo, é provável que essa inclinação de Plutão tenha se
originado durante o período de migração planetária, uma época na qual os
planetas gigantes do Sistema Solar se deslocaram para uma órbita mais afastada
do Sol (exceto Júpiter, que foi ligeiramente deslocado para uma órbita mais
próxima).
Além de potencialmente ajudar os pesquisadores nos próximos estudos
sobre a dinâmica do Sistema Solar, em especial dos objetos trans-netunianos
(como Plutão e seus pequenos vizinhos), o novo estudo também valida a abordagem
para um problema complicado: reduzir 21 parâmetros em apenas um, distribuindo a
massa dos planetas em “anéis orbitais”.
O artigo foi publicado no Proceedings of the National Academy of
Sciences.
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