Artigo da AEB: Como Lançar um Satélite Para o Espaço
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo um curioso artigo publicado
ontem (19/04) e atualizado hoje (20/04), pela ‘competente’ Coordenação
de Comunicação Social (CCS) no site da nossa ainda mais competente “Agência
Espacial de Brinquedo (AEB)”, tentando esclarecer para Sociedade Brasileira
a história dessa iniciativa que gerou o nanossatélite AlfaCrux desenvolvido pela
Universidade de Brasília (UnB), satélite este que foi lançado ao espaço exitosamente
no dia 01/04 passado, por um foguete Falcon da SpaceX. Vale a pena conferir!
Brazilian Space
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Como Lançar um Satélite Para o Espaço
O nanossatélite AlfaCrux foi lançado no dia 1º de abril
Por Coordenação
de Comunicação Social - CCS
Publicado em 19/04/2022 - 17h02
Atualizado em 20/04/2022 - 09h43
No dia 1º de abril, foi lançado o nanossatélite AlfaCrux,
pela SpaceX, em Cabo Canaveral, na Flórida/EUA. Trata-se de um projeto
realizado em conjunto entre a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
(FAPDF), a Agência Espacial Brasileira (AEB) – autarquia vinculada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) –, a Fundação de
Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e a Universidade de
Brasília (UnB).
“O AlfaCrux é a demonstração de que os investimentos,
sejam públicos ou privados, em setores inovadores de nossas universidades,
podem gerar não só conhecimentos, mas também produtos de alto valor agregado
com benefícios para a sociedade. O AlfaCrux parte de uma proposta acadêmica que
pode, sim, resultar em aplicações concretas em comunicação tática e outros
serviços de conectividade em áreas remotas”, afirmou o presidente da AEB,
Carlos Moura.
A expectativa é que, em órbita, o equipamento possa
demonstrar tecnologias via satélite para aperfeiçoar: sistema de coleta de
dados, comunicação tática (defesa nacional) em banda estreita, além de ofertar
uma experiência prática para alunos e professores no desenvolvimento e operação
de uma missão espacial.
“O projeto tem um grande potencial de impacto social ao
demonstrar soluções que podem contribuir para melhorar o monitoramento agrícola
e promover comunicação em zona de desastres. O AlfaCrux é muito estratégico,
pois permite coletar informações em larga escala sobre nossos ativos naturais,
parâmetros climáticos e, dessa forma, apoiar tomadas de decisão no contexto da
agricultura de precisão, planejamento social, entre outros benefícios”, afirma
o coordenador do AlfaCrux, Renato Borges.
A estação de comando e controle em solo, desenvolvida no
âmbito do projeto, é mais uma vantagem, pois viabilizará novos lançamentos sem
custos adicionais, além de cooperações em outras missões nacionais e
internacionais, garantindo o desenvolvimento científico contínuo. A equipe do
AlfaCrux é formada por aproximadamente 30 integrantes, sendo dez professores,
dois analistas na área de tecnologia da informação da UnB, dois engenheiros
oficiais da defesa e 24 estudantes dos diferentes cursos de engenharia da UnB.
“Estamos muito satisfeitos em apoiar o projeto AlfaCrux,
pois ele envolve alunos, na faixa etária de 20 a 24 anos, o que potencializa
esse despertar tão importante para a ciência. O nosso objetivo, hoje, é
transformar o Distrito Federal na terra da oportunidade e, por isso, resolvemos
financiar 100% esse projeto”, destaca o diretor-presidente da FAPDF, Marco
Antônio Costa Júnior.
O Projeto
O projeto nasceu do aumento de interesse dos alunos pelo
setor aeroespacial, e começou com o trabalho do professor Renato Borges, no
projeto LAICAnSat, da Universidade de Brasília, que trabalhava com lançamentos
de balões estratosféricos. “A UnB estava iniciando seu curso de Engenharia
Aeroespacial e fui convidado para participar das atividades”, disse Renato.
Apaixonado pelo setor, o convite foi algo que deixou o
pesquisador muito feliz. “O interesse pelo espaço surgiu muito antes da minha
entrada na Engenharia. Eu sempre fui muito apaixonado pelo setor. Isso fez
parte da minha adolescência, da minha infância”, disse.
Criado em 2013, o LAICAnSat é uma ação do Laboratório de
Aplicação e Inovação em Ciências Aeroespaciais (LAICA) com uma série de
atividades aplicadas às áreas de meteorologia, sensoriamento remoto, estudos
atmosféricos e sistemas de controle, navegação e recuperação de carga. Integram
a iniciativa professores e estudantes dos cursos das Engenharias Aeroespacial,
Eletrônica e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
Em um evento em Arequipa, no Peru, no final de 2018, para
apresentar os resultados do projeto, o professor Renato teve a percepção de que
o próximo estágio do projeto deveria ser a construção de um nanossatélite.
Surgiu, então, o projeto do AlfaCrux. “Começamos a esboçar os primeiros
conceitos de operação. A gente estava vendo como trazer uma ação educacional,
qual o aspecto científico a gente gostaria de lidar e o que era estratégico na
nossa visão“, falou Renato.
Já em 2019, foi assinado um Memorando de Entendimento
(MoU) entre FAPDF, AEB e a UnB para estabelecer cooperação técnica para o
desenvolvimento do projeto AlfaCrux.
O professor faz questão de realçar o trabalho de vários
parceiros na formulação e construção do projeto, como a Anatel e a Finatec.
“Queria destacar o profissionalismo e atenção de todos os nossos parceiros. Nós
somos extremamente gratos”, disse.
Com a chegada da pandemia de Covid-19, houve vários
desafios logísticos e financeiros para a efetivação do projeto. Apesar de
várias frentes de trabalho já estarem bem adiantadas, que englobavam vários
subsistemas do projeto, foi necessária uma série de ações de adaptação, como o
atraso do lançamento, por exemplo. “A Covid-19 colocou o mundo em outro modo de
operação“, disse.
A equipe de Renato fez contato para lançamento com a
empresa ExoLaunch, uma empresa que trabalha com os principais veículos
lançadores do mundo, e constataram que a melhor opção seria a empresa SpaceX e
seu modelo Falcon 9, com sua missão Transporter-4 dedicada a pequenos
satélites. “Para nós, foi fantástico pelo que a empresa representa e seus
projetos audaciosos. A gente estava bastante satisfeito com o encaminhamento
que foi dado”, disse Renato.
Com o sucesso do lançamento, o professor Renato espera
que o AlfaCrux sirva de inspiração para outras equipes e que jovens invistam no
setor. “A gente precisa de um número cada vez maior de pessoas atuando no
setor. Quando estou conversando com alunos e buscando novos membros para nossa
equipe, uma das questões que acho fundamentais é o brilho no olho, aquela
expectativa em relação ao trabalho. A competência técnica e o conhecimento, nós
estamos aqui para trabalhar. Nós temos um corpo docente competente nas mais
diferentes universidades brasileiras. O interesse e a persistência são algo que
precisamos muito dessa turma que está chegando”, falou Renato.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do
Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma
autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
(MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial
Brasileira.
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a
Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção
do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
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