'Missão Ax-1' Irá Testar Material Para Construção de 'Telescópios Espaciais' Bem Maiores Que os Atuais
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (11/04) no
site ‘Olhar Digital’ destacando que os
astronautas privados da histórica 'Missão Ax-1', que atualmente já se encontram abordo da ‘Estação Espacial
Internacional (ISS), irão testar material para construção de telescópios
espaciais bem maiores que os atuais.
Brazilian Space
Ciência e Espaço
Missão Ax-1 Vai Testar Material Para Construção de Telescópios Espaciais Bem Maiores Que os Atuais
Por Flavia Correia
11/04/2022 - 17h28
Fonte: Site Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Entre os muitos experimentos
que serão conduzidos pelos tripulantes da missão Ax-1, o primeiro voo
totalmente privado à Estação Espacial Internacional (ISS), está um que pode vir
a ajudar a NASA a construir telescópios espaciais maiores do que
nunca.
Chamado Fluidic Telescope
Experiment (FLUTE), o programa foi projetado para investigar o uso de líquidos
no desenvolvimento de lentes de telescópio, que poderiam ser feitas no próprio
espaço com o lançamento do material.
Se a técnica se provar possível, telescópios espaciais
podem se tornar muito maiores do que são atualmente — algo importantíssimo para
a astronomia, já que quanto maior um telescópio, mais
poderoso ele é.
Imagem: Studio Ella Maru
Coordenada pela Axiom Space, empresa com sede em Houston,
nos EUA, a missão Ax-1 foi lançada na última sexta-feira (8), atracando com
sucesso na ISS no dia seguinte. Dela, fazem parte Michael López-Alegría,
ex-astronauta da NASA e atual funcionário da Axiom Space,
o magnata imobiliário e piloto acrobático Larry Connor, além do empresário de
música e sustentabilidade Mark Pathy e do investidor e ex-piloto da Força Aérea
de Israel Eytan Stibbe, como especialistas em missão.
E é a cargo de Stibbe que
ficará o experimento que visa demonstrar a tecnologia em questão, criando uma
lente a partir de polímeros líquidos e a enrijecendo com luz ultravioleta, na temperatura necessária.
Segundo a Axiom, mesmo que pareça improvável, o processo
é relativamente simples, semelhante à criação de unhas acrílicas em um salão de
beleza, e o uso da microgravidade será fundamental para ajudar na modelagem da
lente.
“Na microgravidade, os líquidos assumem formas úteis para
fazer lentes e espelhos, por isso, se os fizermos no espaço, eles podem ser
usados para construir telescópios extremamente maiores do que se pensava ser
possível”, disse Edward Balaban, pesquisador do Centro de Pesquisa Ames, da
NASA, e principal pesquisador do FLUTE.
Imagem: Axiom Space/Divulgação
Da esquerda para a direita: Larry Connor, Michael López-Alegria, Mark Pathy e Eytan Stibbe, os tripulantes da missão Ax-1, da Axiom Space. Stibbe está responsável pelo experimento de vidro líquido. |
Os idealizadores destacam que essa técnica líquida
poderia até ser mais fácil do que os processos atuais de produção de lentes.
“Esse método nos permite pular completamente qualquer processo mecânico, como
moagem ou polimento”, disse Moran Bercovici, professor associado de Engenharia
Mecânica da Technion, um dos autores do projeto. “A física natural dos fluidos
simplesmente faz todo o trabalho para nós”.
A equipe de pesquisa, composta por cientistas do Centro
de Pesquisa Ames e do Centro de Voo Espacial Goddard, da NASA, em parceria com
pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), já demonstrou a
tecnologia mais perto de casa: primeiro, em microgravidade simulada na água na
Terra, depois, em voos parabólicos zero-G, que ofereceram aos pesquisadores
períodos de microgravidade de 15 a 20 segundos.
“Com certeza, em poucos segundos fomos capazes de criar
uma lente líquida independente – até que o avião levantou voo, a gravidade
agiu, e os óleos saíram”, disse Bercovici. “A nossa experiência na estação
espacial acrescentará um passo para curar os fluidos para que mantenham a sua
forma”.
Balaban destaca que, se o experimento for bem sucedido,
será a primeira vez que um componente óptico é feito no espaço. “É um pouco
como fazer história”.
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