Ciclos Sazonais Podem Estar Por Trás da Paisagem da Lua Titã de Saturno
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (25/04) no
site “Canaltech”, destacando que ‘Ciclos Sazonais’ podem estar por
trás da paisagem da lua Titã de Saturno.
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Ciclos
Sazonais Podem Estar Por Trás da Paisagem de Titã, Lua de Saturno
Por Danielle Cassita
Editado por Rafael Rigues
25 de Abril de 2022 às 18h30
Fonte: Geophysical Research Letters; Via: Stanford University
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: NASA
A lua
Titã, de Saturno, pode ter as dunas e outras formações de sua paisagem esculpidas
através de processos que criam substâncias baseadas em hidrocarbonetos,
formando areia ou rochas; depois, ciclos sazonais ajudam a mover grãos desse
material pela superfície da lua. A conclusão vem de um estudo liderado por
Mathieu Lapôtre junto de colegas, que criaram um modelo para explicar os
processos dos ciclos e o movimento dos grãos.
Além de mares e lagos de metano, Titã tem ventos de
nitrogênio que ajudam a esculpir dunas de areia de hidrocarbonetos. Esta lua é
um dos alvos favoritos para a exploração espacial em função de sua possível
habitabilidade, sendo também o único outro corpo conhecido no Sistema
Solar com um ciclo sazonal de transporte de líquidos — exatamente o foco do
modelo desenvolvido pela equipe, que mostra o funcionamento dos ciclos e pode
ajudar os cientistas a entender como os ambientes sedimentares da lua funcionam
em conjunto.
(Imagem: Reprodução/NASA)
Só que, antes de criar o modelo para simular a formação
das paisagens de Titã, a equipe precisou responder uma grande pergunta: como os
compostos orgânicos, considerados muito mais frágeis que os inorgânicos, podem
se transformar em grãos capazes de formar estruturas? Talvez a explicação disso
esteja em nosso próprio planeta já que, por aqui, as rochas e minerais de
silicatos na superfície se transformam em grãos ao longo do tempo por processos
erosivos.
Quando isso ocorre, estes grãos se movem com a ajuda dos
ventos e rios para serem depositados em camadas de sedimentos que, um dia, vão
dar origem a rochas. Pode ser que algo do tipo ocorra em Titã, com a diferença
que os sedimentos por lá são feitos de compostos
orgânicos — o que vinha intrigando os cientistas, que não sabiam como
demonstrar que estes compostos podiam se tornar grãos capazes de serem
transportados.
Ao que tudo indica, a resposta por trás disso está nos
oóides, pequenos grãos esféricos que se formam através da precipitação química
que permite que cresçam, enquanto a erosão desacelera sua expansão. Estes dois
mecanismos se equilibram, e os pesquisadores acreditam que estejam ocorrendo em
Titã. “Nós propomos que a sinterização — que envolve grãos vizinhos se fundindo
em uma única peça — possa contrabalançar o desgaste quando os ventos
transportam os grãos”, disse Lapôtre.
(Imagem: Reprodução/NASA / JPL / University of Arizona)
Com esta hipótese em mãos, Lapôtre e seus colegas
trabalharam com dados sobre o clima e direção do transporte de grãos pelo vento
para explicar a formação das dunas no equador de Titã, das planícies em
latitudes médias e de terrenos labirínticos próximos dos polos. No fim, a
modelagem dos dados mostrou que os ventos são comuns perto do equador, dando
apoio à ideia de que grãos de areia,
componentes críticos das dunas, podem ser formados lá.
Os autores preveem uma pausa no transporte nos dois lados
do equador, onde a sinterização pode criar grãos cada vez mais firmes até que,
eventualmente, os transforma em rochas das planícies
de Titã. Os grãos também podem ser os responsáveis pela formação dos
terrenos labirínticos próximos dos polos da lua. Assim, os autores concluem
que, em Titã, há ciclos sedimentares ativos, que podem explicar a distribuição
latitudinal de paisagens causadas por ciclos sazonais.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na
revista Geophysical Research Letters.
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