Para Ter Receita Própria, Estatal Criada Por Bolsonaro Prestará Serviço Para EUA na Base de Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (17/01) no site do
“Jornal Folha de São Paulo”, destacando que para ter receita própria, a estatal
criada pelo Presidente Bolsonaro prestará serviço para EUA na Base de Alcântara.
Duda Falcão
MERCADO
Para Ter Receita Própria, Estatal Criada
Por Bolsonaro Prestará Serviço Para EUA na Base de Alcântara
Decisão de criar a NAV Brasil vai na contramão das
diretrizes de enxugamento da máquina
Por Julio Wiziack
Folha de São Paulo
17 de Janeiro de 2020 às 13h52
Brasília - Para ter receita própria, a primeira
estatal criada no governo Jair Bolsonaro –a NAV Brasil– prestará serviços aos
Estados Unidos na Base
de Alcântara. A empresa concentrará toda a atividade de navegação aérea do
país.
A operação ampliada da NAV Brasil, que inclui a base de lançamentos no
Maranhão, é a justificativa de Bolsonaro para o país ganhar mais uma empresa
pública e ainda permitir a contratação de funcionários.
Hoje, os militares dividem com funcionários da Infraero a
atividade de navegação.
Na área dos aeroportos, cabe à torre de comando e aos
equipamentos em solo fornecer informações necessárias para pouso e decolagem,
como direção e velocidade do vento e condições meteorológicas.
Já no espaço aéreo, quem faz a comunicação com as aeronaves
são os militares avisando sobre melhores rotas, por exemplo, e direcionando-as
para evitar acidentes.
A
decisão de Bolsonaro de criar a NAV
vai na contramão das diretrizes liberais da atual equipe comandada por Paulo
Guedes.
O Ministério da Economia defende privatizações e
enxugamento da máquina pública.
O presidente, porém, cedeu às pressões do Comando da
Aeronáutica. Desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os militares
pleiteavam a
criação da estatal.
Base de Alcântara
Foto: Pedro Ladeira / Folhapress
Estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão,
em 2018.
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Um decreto de Bolsonaro para regulamentar as atividades
da nova empresa deverá ser publicado nas próximas semanas.
O surgimento de mais uma empresa eventualmente dependente
do Orçamento da União fez a equipe econômica resistir à proposta.
Segundo o Boletim das Estatais do Ministério da Economia,
do terceiro trimestre de 2019, eram 18 companhias nessa condição, cujas
receitas próprias são insuficientes para seu funcionamento.
Isso faz com que elas dependam de recursos do Tesouro
Nacional –o caixa do governo– para fechar as contas.
O Brasil tem 203 empresas públicas. Desse total, 46 são
de controle direto da União. Entre as dependentes estão CBTU (Companhia
Brasileira de Trens Urbanos) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária).
Para driblar os entraves impostos pelo time de Guedes, a
Aeronáutica buscou diversificar a atuação da nova empresa. Com isso,
justificam-se não somente a existência da NAV como as futuras contratações.
O Comando da Aeronáutica garante que as receitas virão da
navegação aeroportuária. Hoje, essa prestação de serviço responde, segundo os
militares, por 12% de toda a atividade do setor, que é desempenhada por órgãos
da Aeronáutica e é remunerada.
São as empresas de aviação que pagam pelo serviço, tanto
para a Infraero (12% da atividade de navegação) quanto para a Aeronáutica
(88%).
O caixa será reforçado ainda com a base de lançamento.
"No planejamento estratégico da NAV, foi desenhado
um plano para que ela tenha diversas outras receitas. Deverá, por exemplo,
cuidar da navegação na base de Alcântara", afirma Tarcísio de Freitas,
ministro da Infraestrutura.
Segundo ele, a empresa ficará responsável por Alcântara
para atender às
exigências do AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas) assinado com os EUA.
De acordo com Tarcísio, a base fará lançamentos de
foguetes e satélites com algum tipo de equipamento desenvolvido pelos
americanos.
No caso dos aparelhos dos EUA, haverá um tratamento
especial. Os americanos
irão trabalhar na base com o apoio de brasileiros.
Já no caso de outros países, serão funcionários
brasileiros à frente das operação. Eles terão, porém, a missão de proteger a
tecnologia americana embarcada nos foguetes estrangeiros a serem lançados no
Brasil.
Como cerca de 80% dos equipamentos espaciais no mundo
contêm tecnologia americana, em 20 anos o governo estima faturar cerca de R$ 15
bilhões (em valores atuais). O país deverá concentrar 5% dos lançamentos do
mundo.
Parte dessa receita será direcionada para a NAV, que será
prestadora de serviços.
Com esse cenário, a criação de empregos ganha
fundamentação. O decreto de Bolsonaro definirá as regras para as contratações
de novos funcionários.
A expectativa é que a empresa tenha ao menos 13.500
funcionários.
Desse total, ao menos 1.800 serão incorporados da
Infraero, a estatal que administra aeroportos no país. Somente poderão ser
transferidos para a NAV, empregados da Infraero que já atuem com navegação
aérea.
Aeroportos do Brasil
Foto Infraero
Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de
Curitiba (PR).
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A ideia inicial da Aeronáutica é alocar militares
temporariamente na NAV. No entanto, assim que a área econômica autorizar, a
empresa pretende abrir concurso para a contratação de funcionários que
substituirão os militares cedidos.
O decreto de Bolsonaro ainda deverá estabelecer os
critérios para o acerto de contas entre a União e a Infraero para a
transferência de ativos –torres e equipamentos, como radares e sensores
meteorológicos.
A Infraero reclama que, no passado, foram feitos
investimentos solicitados pelos militares para reforçar a rede de proteção de
voo no país. Isso, de acordo com a empresa, ajudou a prejudicar as contas da
estatal dos aeroportos.
O valor do ressarcimento vai depender também do conteúdo
do decreto, ainda não disponível. A Infraero quer que os investimentos, fora do
escopo da Infraero, entrem no acordo de criação da NAV.
Fonte: Site do jornal Folha de São Paulo - https://www1.folha.uol.com.br
Comentário: Pois é leitor, levando-se em conta de que as informações aqui divulgadas por esta matéria da 'Folha de São Paulo' estejam integralmente corretas, em minha opinião uma empresa
enxuta fruto de uma parceria publica/privada sob gestão competente seria certamente a opção
mais correta, mas infelizmente o PEB é uma fantasia e continua seguindo pelo mesmo
caminho de outrora. Lamentável. Estou com a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, esta opção é um desatino.
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