Índia Confirma Que Tentará Novamente Pousar na Lua com a Missão Chandrayaan-3

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Segue abaixo uma interessante notícia postada dia (02/01) no site “Canaltech”, destacando que a Índia confirmou que irá tentar novamente pousar na Lua com uma nova missão denominada Chandrayaan-3.

Duda Falcão

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Índia Confirma Que Tentará Novamente Pousar na Lua com a Missão Chandrayaan-3

Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: Space News
02 de Janeiro de 2020 às 19h20

A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) tem uma grande prioridade para 2020: a missão lunar Chandrayaan-3, que tentará pousar na Lua após o fracasso no pouso do lander Vikram, que levaria a Chandrayaan-2 à superfície lunar. A nova missão foi comunicada oficialmente na última quarta-feira (1º) pelo presidente da agência espacial indiana, Kailasavadivoo Sivan.

Além disso, a Índia vai se dedicar à sua nave espacial Gaganyaan, que é parte fundamental dos planos de enviar a primeira missão tripulada do país à órbita da Terra até o ano de 2022. Embora ambos os projetos não tenham uma data de lançamento confirmada, o ano de 2020 "será o ano da Chandrayaan-3 e da Gaganyaan", disse Sivan.

Durante o comunicado à imprensa, Sivan também deu alguns detalhes sobre o acidente que causou a queda do Vikram, cujos destroços foram encontrados pela NASA no início de dezembro, e sobre outros projetos do programa espacial indiano. 

Chandryaan-3 

(Foto: PTI)
Lançamento da missão Chamdrayaan-2.

"Um grande anúncio que eu queria fazer aqui, oficialmente, é que a Chandryaan-3 foi aprovado pelo governo", comunicou o presidente da ISRO, que também informou que “as atividades para a Chandrayaan-3 estão indo muito bem”.

Essa nova missão deve ser um pouco mais econômica, pois ela não vai precisar de um orbitador, uma vez que esse instrumento foi enviado pela Chandrayaan-2 e está funcionando muito bem, com estimativa para durar sete anos na órbita lunar. Assim, a Chandrayaan-3 só precisa enviar o equipamento que se perdeu na tentativa de pouso do Vikram, ou seja, um módulo de pouso e um rover explorador, além de um módulo de propulsão.

Assim, Sivan estima que a missão Chandrayaan-3 custará 6,15 bilhões de rúpias (equivalente a US$ 86,4 milhões), incluindo o custo do lançamento. Para comparação, a Chandrayaan-2 custou 9,7 bilhões de rúpias.

Sivan não deu uma resposta definitiva sobre a data de lançamento da Chandrayaan-3, embora outros funcionários do governo tenham dito anteriormente que a missão poderia ser lançada em novembro de 2020. No entanto, Sivan disse mais tarde que poderia levar de 14 a 16 meses para concluir a espaçonave, adiando o lançamento para 2021. 

Gaganyaan e Astronautas Indianos na Órbita da Terra 

O programa de voos espaciais Gaganyaan é um projeto anunciado formalmente pelo primeiro-ministro indiano Narendra Modi em agosto de 2018. O objetivo é lançar astronautas indianos à órbita terrestre até agosto de 2022, o 75º aniversário da independência da Índia do Reino Unido.

Durante o ano de 2019, a ISRO teve “um bom progresso” com o programa Gaganyaan, de acordo com Sivan. Ele revelou que a organização selecionou quatro astronautas para começar o treinamento para voos espaciais no final de janeiro, mas não revelou seus nomes. De qualquer forma, enquanto os astronautas se preparam, a ISRO trabalhará no design da espaçonave e nos testes de seus sistemas.

Assim como no caso da Chandrayaan-3, Sivan não divulgou uma data específica para a primeira missão tripulada Gaganyaan, dizendo apenas um "muito em breve". Relatórios anteriores indicavam que a ISRO pretendia lançar o primeiro voo tripulado no final de 2021, depois de um voo de teste no final de 2020. 

Respostas Sobre a Chandrayaan-2 

(Imagem: ISRO)
Simulação do módulo de pouso Vikram na superfície lunar.
 
Por muito tempo após a tentativa de pouso do Vikram, em setembro do ano passado, a Índia manteve silêncio sobre o que causou a perda da comunicação com a nave. Foi no final de novembro que Jitendra Singh, ministro de Estado do Departamento de Espaço, publicou uma resposta às perguntas da câmara do Parlamento indiano sobre o que aconteceu durante a missão. Agora, Sivan forneceu novos detalhes sobre o que causou o acidente.

No comunicado do dia 1º de janeiro, Sivan confirmou que o problema aconteceu durante a segunda fase da descida para a alunissagem. “A primeira fase correu muito bem. Na segunda fase, a redução de velocidade foi maior que o esperado” e as fases posteriores não puderam compensar o erro. "O sistema de controle e orientação não foi projetado para esse grande desvio".

Outros funcionários da ISRO completaram dizendo que um relatório sobre a investigação da falha foi enviado ao governo, mas o conteúdo ainda não foi divulgado. 

Novos Veículos Espaciais e Novo Espaçoporto 

Os indianos têm outros planos para seu programa espacial nesta década, incluindo o primeiro voo de seu novo Small Satellite Launch Vehicle (SSLV), um foguete de combustível sólido projetado para enviar cargas de até 500 kg à baixa órbita terrestre. Também está nos planos o primeiro voo do Geosynchronous Satellite Launch Vehicle (GSLV), com sua nova carenagem de quatro metros diâmetro.

Por fim, Sivan, confirmou que o governo adquiriu 2.300 acres no estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, para construir um novo espaçoporto. O local foi selecionado especificamente para os lançamentos do SSLV em trajetórias específicas para alcançar a órbita heliossíncrona, entre outras.


Fonte: Site Canaltech -  https://canaltech.com.br 

Comentário: Pois é leitor, após o que ocorreu com o pouso da Vikram eu não tinha a menor duvida quanto a isso, afinal a Índia é um desses países que tem compromisso com o seu Programa Espacial, como até o próprio leitor pode notar pela matéria acima. Quiçá a partir de agora isso sirva de exemplo para o Brasil, e quem sabe diante da proximidade política gerada pelo Grupo BRICS, possa daí surgir alguns projetos conjuntos de relevância entre os dois países. Entretanto leitor creio que isso dependerá mais do Brasil do que dos indianos e demandará atitude, visão e vontade política do Governo Bolsonaro.

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