A Década de 2020 Terá Como Destaque a Exploração de Marte
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (03/01) no site “Canaltech” destacando que a Década
de 2020 terá como destaque a Exploração de Marte.
Duda Falcão
HOME - CIÊNCIA - ESPAÇO
A Década de 2020 Terá Como Destaque a Exploração de Marte
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: Space.com
03 de Janeiro de 2020 às 21h30
Nesta última década, a ciência conquistou grandes avanços
em estudos sobre Marte, muito disso graças à missão do rover Curiosity, da NASA.
E esta próxima década pode ser ainda mais emocionante, com a possível
descoberta de vida marciana e o pouso dos primeiros astronautas no Planeta
Vermelho.
Nas pesquisas, cientistas fizeram muitas descobertas
sobre a história e a evolução de Marte, incluindo o fato de que, há muito
tempo, pelo menos algumas partes do planeta já foram capazes de sustentar a
vida por longos períodos. O próximo passo é descobrir se, de fato, já existiu
alguma forma de vida por lá. Para isso, a NASA lançará em julho deste ano o rover Mars 2020 e a ESA lançará como parte da missão ExoMars o rover Rosalind
Franklin, em parceria com a Rússia.
Além disso, se os planos da SpaceX derem certo, a espaçonave Starship
poderá levar humanos para pisar no Planeta Vermelho já nos próximos 10 anos —
ainda que esse cronograma seja visto com desconfiança por muitos, já que a
própria NASA não deverá fazer o mesmo antes de 2030.
Em Busca de Sinais de Vida
(Imagem: NASA)
A exploração de Marte começou nos anos 1970 com o pouso
das sondas Viking 1 e Viking 2, da NASA. Cada uma realizou quatro experimentos biológicos,
mas os resultados foram, no mínimo, ambíguos. As missões Viking "nos
mostraram que a vida é muito difícil de encontrar", disse o cientista do
Curiosity, Ashwin Vasavada. Era preciso repensar a estratégia.
Assim, a NASA criou um programa estratégico de exploração
projetado para determinar melhor as características de Marte, e lançou uma
série de missões. Este trabalho aumentou na década de 2010, com o rover
Curiosity que seguiu os passos dos veículos Spirit e Opportunity, além da sonda
estacionaria InSight e das sondas orbitais Mars Odyssey, Mars Reconnaissance
Orbiter (MRO) e o Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN). E, além da
NASA, a Índia lançou a Mars Orbiter Mission (MOM), em 2013, com a Europa
lançando a Trace Gas Orbiter (TGO) em 2016.
Todo esse trabalho levou a comunidade científica a uma
melhor compreensão sobre o planeta, e preparou o caminho para as missões Mars
2020 e ExoMars. Uma das descobertas mais valiosas foi feita com a ajuda da
MAVEN, por sinal: Marte provavelmente perdeu a maior parte de sua atmosfera
cerca de 3,7 bilhões de anos atrás. "Acho que as evidências são
convincentes de que Marte cumpriu, no passado, todos os requisitos para a
ocorrência da vida ou sua origem", disse Bruce Jakosky, pesquisador principal
da MAVEN.
Por isso há grandes expectativas para o início da próxima
década, com as missões Mars 2020 e ExoMars. Os novos rovers usarão instrumentos
científicos ainda mais modernos para procurar por sinais químicos da antiga
vida que, talvez, existiu em Marte.
O rover Rosalind Franklin, da missão marciana conjunta
entre Europa e Rússia, está programado para pousar em solo marciano em março de
2021, provavelmente na região Oxia Planum, uma planície no hemisfério norte que
apresenta muitas evidências de antiga atividade aquática. É lá que o veículo,
movido a energia solar, usará suas câmeras e instrumentos científicos para
procurar por bioassinaturas. O rover está equipado com uma broca que pode
perfurar 2 metros abaixo da superfície do Planeta Vermelho para buscar por
esses vestígios.
Rover Rosalind Frankin, da missão ExoMars, da ESA em
parceria com a Roscosmos, da Rússia.
|
Por sua vez, o rover Mars 2020 (que em breve receberá um
apelido por meio de um concurso), fará um trabalho semelhante em outra região,
a Cratera Jezero, que tem 45 km de largura. Os cientistas acreditam que Jezero
era o lar de um lago e o delta de um antigo rio. Por isso este é um bom lugar
para procurar por vestígios de vida, já que os deltas de rios aqui na Terra são
bons em preservar bioassinaturas.
Embora as abordagens sejam parecidas, o Mars 2020 não
será capaz de perfurar tão profundamente quanto o Rosalind Franklin. Mas o
rover da NASA não vai se limitar a perfurar e analisar os materiais coletados,
pois ele trará várias amostras de volta à Terra, onde cientistas poderão
analisá-las em detalhes nos melhores laboratórios do mundo.
Por fim, há outros países atrás de mais informações sobre
Marte. A China, por exemplo, pretende lançar um veículo espacial ao Planeta
Vermelho em julho deste ano, no mesmo período que a NASA e a ESA lançarão suas
missões. É que nessa data a Terra e Marte se alinham adequadamente para enviar
espaçonaves, uma janela que acontece apenas uma vez a cada 26 meses.
Os Emirados Árabes Unidos também planejam uma missão no
Planeta Vermelho, com o orbitador chamado Hope Mars. Ainda, Japão está
trabalhando para enviar uma sonda para lá em 2022, e a Índia planeja lançar um
módulo de pouso, um veículo exploratório e um orbitador também.
Missões Tripuladas
(Foto: The Verge)
Protótipo da Starship, da SpaceX.
|
Apesar de ainda parecer distante o pouso de astronautas
em solo marciano, a humanidade está ansiosa para deixar no Planeta Vermelho a
marca de seus próprios pés. A NASA está trabalhando para pousar por lá em algum
momento da década de 2030, com muita ajuda de outras agências internacionais e
empresas do setor privado.
Já a SpaceX é muito mais ambiciosa. A empresa de Elon Musk já está preparando a
Starship, uma espaçonave gigante e reutilizável, para colonizar Marte. A ideia
de Musk é estabelecer uma cidade de milhões de pessoas no planeta vizinho nos
próximos 50 a 100 anos, mas as primeiras missões da Starship podem acontecer já
nos próximos anos — a SpaceX pretende lançar uma missão para a superfície lunar
em 2022, se conseguir seguir esse cronograma audacioso.
Elon Musk já afirmou que a SpaceX pode começar a construir base em Marte em 2028. Mas
as missões Mars 2020 e ExoMars podem apresentar um dilema ético. É que, se
alguma forma de vida for encontrada no planeta, a simples presença humana pode destruí-la. Essa é a opinião
de Samantha Rolfe, diretora técnica principal no Observatório de Bayfordbury —
e ela não está sozinha: Carl Sagan já nos alertou, na série Cosmos,
de 1980, que “se existe vida em Marte, eu acho que não deveríamos fazer nada
com este planeta, mesmo que os marcianos sejam apenas micróbios”.
Seja como for, a década de 2020 promete trazer muitas
novidades sobre Marte!
Fonte: Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Comentários
Postar um comentário