Objetos Que Ninguém Sabe o Que São Orbitam Buraco Negro da Via Láctea
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante nota postada ontem (21/01)
no site “Canaltech”, destacando que foram descobertos Seis Objetos que ninguém
sabe o que são orbitando o 'Sagittarius A*', o Buraco Negro Supermassivo da Via
Láctea.
Duda Falcão
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Objetos Que Ninguém Sabe o Que São Orbitam Buraco Negro
da Via Láctea
Por Daniele Cavalcante
Canaltech
Fonte: Science Alert
21 de Janeiro de 2020 às 11h56
Astrônomos encontraram seis objetos orbitando o Sagittarius
A*, o buraco negro
supermassivo localizado no centro da Via Láctea. Mas não são objetos comuns,
não. Eles são diferentes de tudo na galáxia, tão peculiares que foi necessário
criar uma nova classificação para eles: eles são chamados de objetos “G” e cada
um recebe um número. Assim, são chamados de G1, G2 e assim por diante.
Os dois primeiros, encontrados há quase duas décadas,
chamaram a atenção dos astrônomos quando eles notaram as órbitas estranhas
desses objetos através dos dados coletados ao longo dos anos. Eles se pareciam
com nuvens gigantes de gás, medindo 100 unidades astronômicas de diâmetro (Uma
Unidade Astronômica é a distância média entre a Terra e o Sol). Em 2014, os
astrônomos observaram o G2 seguindo direto para o Sgr A*, e a previsão era que
essas “nuvens” fossem facilmente engolidas pelo buraco negro. Porém, não foi
isso que aconteceu.
Ou seja, esses objetos não estavam se comportando como
nuvens de gás.
Andrea Ghez, física e astrônoma da Universidade da
Califórnia, em Los Angeles, explica que "esses objetos parecem gás, mas se
comportam como estrelas". Junto de seus colegas, Ghez estuda o centro
galáctico há mais de 20 anos. Seus dados serviram como base para o novo estudo
de uma equipe liderada pela astrônoma da UCLA, Anna Ciurlo, que identificou
mais quatro desses objetos: o G3, G4, G5 e G6.
Esses novos objetos estão em órbitas muito diferentes do
G1 e G2. Juntos, os objetos G têm períodos orbitais que variam de 170 a 1.600
anos. Ainda não se sabe exatamente o que eles são, mas Ghez diz que há uma
grande pista: o ponto em que G2 esteve mais próximo do buraco negro, em 2014.
"No momento da maior aproximação, o G2 tinha uma assinatura realmente
estranha", disse ela. “O G2 sobreviveu e continua feliz em sua órbita. Uma
nuvem de gás não faria isso”, afirmou Ghez.
(Imagem: Anna Ciurlo/Tuan Do/UCLA Galactic Center Group)
Cada um dos objetos "G" tem uma órbita
distinta, completamente diferente dos demais
|
Embora algo assim já tenha sido visto antes pelos
astrônomos, dessa vez foi mais peculiar, pois o G2 chegou perto do buraco negro
e se alongou, e muito do seu gás foi dilacerado. Se ele fosse uma nuvem de gás
hidrogênio, como os astrônomos pensavam anteriormente, teria sido absorvido
pelo Sgr A*, produzindo algumas emissões luminosas. Isso nunca aconteceu, fato
que ficou conhecido mais tarde como um "fracasso cósmico". Agora, o
G2 está ficando mais compacto novamente.
Pouco depois, o G1 também se aproximou do buraco negro o
suficiente para ser absorvido, caso fosse uma nuvem de gás. Mas também
sobreviveu. Na época, a cientista deduziu que os dois objetos seriam o produto
de estrelas binárias fundidas, resultando em uma única estrela massiva. Outra
equipe disse que o G2 poderia ser uma nuvem, porém como parte de um fluxo maior
de gás que também incorporava o G1, formando uma “serpentina de gás”.
Porém, essa hipótese veio considerando a existência de
apenas dois objetos. Agora que mais quatro foram descobertos, o mistério
aumenta. Uma das possíveis explicações é que eles também podem ser fusões de
estrelas binárias. "Fusões de estrelas podem estar acontecendo no Universo
mais frequentemente do que pensávamos, e provavelmente são bastante
comuns", disse Ghez. Com sua força gravitacional, os buracos negros podem
desestabilizar a órbita de estrelas binárias, levando-as a colidirem entre si.
Stefan Gillessen, astrônomo que propôs a hipótese da
“serpentina de gás”, diz que é improvável que todos os seis objetos tenham se
formado em fusões de estrelas binárias. Ele sugere que os objetos “G” podem ser
uma série de fenômenos cósmicos diferentes, estranhos e ainda desconhecidos.
Seja como for, parece que os “Gs” têm muito em comum, e o
aumento do conjunto de dados pode fornecer ainda mais informações para
completar o quebra-cabeça. Os objetos G3, G4, G5 e G6 vão passar pelo buraco
negro supermassivo nos próximos anos e os astrônomos os acompanharão para obter
mais informações sobre eles.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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