Operação MUTITI

DESCRIÇÃO DA CAMPANHA

Data do início da campanha: 19/11/2018
Operação: Operação MUTITI (primeira etapa)
Foguete: VS-30 V14
Numero do vôo do foguete: Não divulgado 
Data de lançamento: 27/11/2018 
Horário: 14h30 pelo horário local 
Local: Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) 
Apogeu do vôo: 52 Km 
Distância: 82 quilômetros de distância até a área de impacto 
Tempo de vôo: 3min36s 
Objetivo: Teve como objetivo servir como teste das equipes de operações e meios disponíveis em Alcântara visando o lançamento do foguete VS-30 V14 previsto para ocorrer na segunda etapa da operação. 
Resultado: Operação bem sucedida

Experimentos Embarcados:

- Não houve

Operação:  Operação MUTITI (segunda etapa) 
Foguete:  VS-30 V14 
Numero do vôo do foguete:  14
Data de lançamento: 09/12/2018 
Horário: 13h43 pelo horário de Brasília 
Local: Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) 
Apogeu do vôo: Superior de 120 km 
Distância: 154Km 
Tempo de vôo: 8min21s. 
Objetivo: Levar ao espaço a carga útil ‘PSR-1’ com 5 experimentos brasileiros científicos e tecnológicos multidisciplinares de instituições de pesquisa do país, para assim serem testados em Ambiente de Microgravidade por aproximadamente 6 minutos.
Resultado: Operação bem sucedida

Experimentos Embarcados:

- Sonda Lagmuir de Densidade e Temperatura Eletrônica (INPE)

- CTFS - Comportamento Térmico de um Forno de Solidificação de Ligas (INPE)

-  AOM - Sensores Ópticos para Medidas de Aceleração (IEAv)

- PSM - MQ - Sistema Ioiô e de Separação (IAE)

- SMA - Sensor Mecânico Acelerométrico (IAE)

OBS: A carga útil desse foguete foi chamada de ‘PSR1’, e foi composta pelos cinco experimentos científicos e tecnológicos acima que serão descritos no final deste relatório.

Instituições Envolvidas:

AEB - Agência Espacial Brasileira 
DCTA - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial 
IAE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 
IFI - Instituto de Fomento e Coordenação Industrial
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 
IEAv - Instituto de Estudos Avançados 
CLA - Centro de Lançamento de Alcântara - Alcântara-MA 
CLBI - Centro de Lançamento da Barreira do Inferno - Natal-RN 
DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo
MB - Marinha do Brasil 
Esquadrão Harpia (7º/8º GAV) - para eventual evacuação aeromédica (EVAM)
Esquadrão Netuno (3°/7º GAV) 

Primeira Etapa - Foguete FTI

Foi realizado no dia 27/11/2018 (terça-feira) do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) o lançamento de um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), como parte das atividades previstas para a Operação MUTITI, que tem por objetivo lançar e rastrear o Veículo de Sondagem VS-30 V14, com a carga útil PSR-01.

A atividade que foi iniciada em 19/11, teve por objetivo testar todos os meios e preparar as equipes envolvidas na campanha de lançamento do foguete VS-30 V14 (segunda etapa) desta “Operação MUTITI”.

O lançamento do FTI que ocorreu com sucesso às 14h30m (horário local), e teve uma duração total de voo de 3min36s, com o veículo atingindo 52 quilômetros de altitude máxima (apogeu), em 1min45s de voo. Se considerado em linha reta, o foguete percorreu 82 quilômetros de distância até a área de impacto, junto ao litoral maranhense.

“O lançamento realizado confirmou a plena disponibilidade dos meios de solo do Centro e o alto grau de profissionalismo de todas as equipes envolvidas com a Operação MUTITI. Esperamos, com o resultado atingido, realizar, mais uma vez, com sucesso, o lançamento do VS-30, a partir da próxima semana”, afirmou o Diretor do CLA, Brigadeiro Engenheiro Luciano Valentim Rechiuti.

Vale dizer que, o FTI é um veículo nacional fabricado pela Avibras voltado ao treinamento operacional e ao aprimoramento da capacidade instalada do efetivo do Centro de Lançamento de Alcântara. Possui 5,5 metros de comprimento e meia tonelada de massa, utilizando propelente sólido. É lançado a partir de trilhos, sendo estabilizado aerodinamicamente por quatro empenas retas fixas. O veículo é composto de: motor-foguete, terminação de voo e carga-útil (módulo para experimentos).

Este foi o 493º veículo lançado do CLA em um total de 104 operações já realizadas em Alcântara, tendo sido a 15ª vez de um FTI no CLA. Além da equipe do CLA e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), participaram da operação de lançamento o Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), para eventual evacuação aeromédica (EVAM), e o Esquadrão Netuno (3°/7º GAV), para verificação de área marítima momentos antes do lançamento. A atividade também contou com o apoio da Marinha do Brasil (MB) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), os quais atuaram na interdição do tráfego marítimo e aéreo na região, respectivamente.

Vídeos da Operação Mutiti - Primeira Etapa

Lançamento do FTI - 27/11/2018

Reportagem do Programa "ReporterMA" da TV Brasil.


Foto da Operação Mutiti – Primeira Etapa


Segunda Etapa - Foguete VS-30 V14

O foguete suborbital VS-30 V14 foi lançado com sucesso dia (09/12/2018) do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), como parte integrante das atividades da Operação MUTITI, operação esta iniciada no dia 19 de novembro pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), sob coordenação do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), contando com o envolvimento de mais de 700 pessoas, direta ou indiretamente.

O VS-30 foi lançado às 13h43, pelo horário de Brasília, tendo atingido a altura máxima (apogeu) superior a 120km, bem como um alcance de 154Km. O foguete sub-orbital conduziu cinco experimentos científicos e tecnológicos em sua carga útil ‘Plataforma Suborbital de Reentrada 01 (PSR-01)’, sendo dois do Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE, dois do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e um experimento (laboratório completo de medidas) do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), em um total de tempo de voo 8min21s.

Essa foi a 14ª vez que um veículo do tipo VS-30 foi lançado, tendo sido a terceira vez a partir do CLA. Durante a Operação MUTITI, foi ainda lançado um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), na tarde do dia 27 de novembro, o qual buscou a validação de todos os meios de infraestrutura de solo e operacionais, treinamento da equipe e consolidação da doutrina de lançamento, como preparação para o lançamento do VS-30.

“Com o encerramento da Operação MUTITI e com a realização do lançamento do Veículo VS-30, podemos constatar o pleno sucesso da mesma, mostrando, dessa forma, que o CLA está, mais do que nunca, pronto e operante para quaisquer veículos suborbitais. Apesar das condições climáticas não favoráveis dos últimos dias, as quais nos fizeram adiar por três vezes o lançamento, a equipe se mostrou profissional, comprometida e envolvida com a missão, trabalhando de forma íntegra e coesa para que, durante a janela de oportunidade ocorrida hoje, realizássemos o lançamento, e obtivéssemos pleno sucesso na missão”, disse o Coronel Aviador Marco Antonio Carnevale Coelho, Diretor do CLA.

Para o Coronel Aviador Lester de Abreu Faria, Coordenador-Geral da Operação MUTITI, “o lançamento realizado corou de sucessos um planejamento de mais de um ano, envolvendo mais de 200 pessoas, e que coloca o Brasil mais uma vez em um patamar diferenciado para o Programa Espacial Brasileiro. Todos os 4 requisitos de sucesso da Operação foram plenamente atingidos, bem como todos os pontos da missão atribuída e da missão deduzida, o que nos deixa convictos da qualidade e profissionalismo dessa equipe que participou da Operação e de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, auxiliaram no seu sucesso.

"Descrição dos Experimentos do vôo do foguete VS-30 V14 da “Operação Mutiti”.

1. Sonda Lagmuir de Densidade e Temperatura Eletrônica: Trata-se de uma Sonda Lagmuir de Densidade e Temperatura Electrónica, conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A sonda é usada para medir a variação de correntes electrónica e iónica ao longo da trajetória do foguetão-sonda, em altitudes superiores a 60 km. O estudo desenvolvido pelo INPE é de vital importância para a área tecnológica, uma vez que permite compreender a dinâmica da atmosfera terrestre, especialmente da ionosfera onde as irregularidades encontradas nesta região interferem decisivamente nos processos de comunicação por ondas eletromagnéticas, aí incluídas as transmissões por meio de satélites, bem como os sistemas de navegação com Global Navigation Satellite System (GNSS), a exemplo do GPS;

2. (CTFS) - Comportamento Térmico de um Forno de Solidificação de Ligas: Também de responsabilidade do INPE, estuda o Comportamento Térmico de um Forno de Solidificação de Ligas (CFTS). O estudo avalia o funcionamento de um forno eléctrico com capacidade de fundir materiais com temperatura de fusão entre 100°C e 300°C, de forma a permitir seu aperfeiçoamento e qualificação para aplicação noutros voos. Exemplificando, pode-se pensar numa amostra de diferentes substâncias que, em condição terrestre ambiente, não se misturam ao serem fundidas e posteriormente solidificadas entretanto, ao serem submetidas a esse mesmo processo de fusão e posterior solidificação num ambiente de microgravidade, poderiam-se misturar formando um composto homogéneo. Isso possibilita novas aplicações em engenharia no desenvolvimento de produtos, sobretudo em pesquisas relacionadas à resistência de materiais;

3. (AOM) - Sensores Ópticos para Medidas de Aceleração: Da autoria do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), é composto por três sensores ópticos para medidas de aceleração, sendo um nos três eixos e dois num eixo, aplicando diferentes técnicas de medidas e de processamentos de sinais. A análise do comportamento dos sensores em voo constitui importante contribuição para a independência nacional na área de navegação inercial e de sensores a fibra óptica em geral, sendo diretamente aplicáveis em aeronaves tradicionais, remotamente pilotadas (VANTs) e veículos lançadores, por exemplo. Além das experiências em si, o laboratório completo de medidas que o IEAv embarcou no VS-30 inclui um gerador de luz e uma placa de processamento de sinais, todos eles desenvolvidos por pesquisadores brasileiros e com tecnologia nacional;

4. (PSM - MQ) - Sistema Ioiô e de Separação: Apresenta-se como dois sistemas em desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), os quais permitem, inicialmente, a redução da velocidade de rotação após o fim da queima do motor foguete (sistema io-iô) e, posteriormente, uma separação segura entre a carga útil e o veículo (sistema de separação). O objetivo do experimento é testar o modelo de qualificação do Sistema Ioiô e do Sistema de Separação que serão utilizados no Modelo de Qualificação (MQ) da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), a plataforma de microgravidade nacional; e

5. (SMA) - Sensor Mecânico Acelerométrico: Também de responsabilidade do IAE. realiza seu quarto voo e trata-se de um dispositivo de segurança para veículos espaciais. Esse dispositivo só permite a ignição de motores do segundo estágio, ou estágios superiores, quando o foguete apresenta uma aceleração de quatro vezes a aceleração da gravidade (4g), o que ocorre apenas com o veículo já em voo. Desenvolvido e aperfeiçoado a partir da experiência acumulada nos lançamentos do foguetão-sonda suborbital VSB-30, o sensor traz maior segurança aos veículos ainda em solo na plataforma de lançamento, ao passo em que impede o acionamento do sistema de pirotecnia responsável pela ignição se, por algum motivo inesperado, o sistema electrónico embarcado entender que o foguete encontra-se em voo.

Vídeos da Operação Mutiti - Segunda Etapa. 


 Reportagem do Programa "ReporterMA" da TV Brasil.

Fotos da Operação Mutiti – Segunda Etapa 



Fonte: Diversas

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