Essas Missões Espaciais Farão de 2020 Um Ano Muito Importante Para a Ciência
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante artigo postado dia (03/01)
no site “Canaltech”, destacando que missões espaciais farão de 2020 um ano
muito importante para a ciência.
Duda Falcão
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Essas Missões Espaciais Farão de
2020 Um Ano Muito Importante Para a Ciência
Por Patrícia Gnipper
Canaltech
Fonte: Space.com, MIT, Sky and Telescope, Inverse
03 de Janeiro de 2020 às 18h40
Este ano que acaba de começar promete muitos momentos
históricos na exploração espacial. Agências espaciais de vários países têm
missões audaciosas no cronograma, e empresas privadas não estão de brincadeira
quando o assunto é se aventurar no espaço — o que inclui o turismo espacial.
Nesta matéria, listamos as principais missões espaciais
que acontecerão em 2020, ano este que será muito importante para a ciência.
SpaceX e Boeing Levando Astronautas dos EUA à ISS
(Imagem: NASA)
Com quase
três anos de atraso, enfim parece que o Commercial Crew Program está
caminhando para se concretizar. SpaceX e sua nave Crew Dragon, bem como Boeing e sua nave Starliner, são as duas
empresas privadas escolhidas e financiadas pela NASA para começarem a levar
astronautas norte-americanos à Estação Espacial Internacional (ISS) — desde
2011, esse transporte é feito pelos russos, após o fim do programa dos ônibus
espaciais dos EUA.
Em março de 2019, a SpaceX já fez um voo
não tripulado com a Crew Dragon à ISS, e tudo deu certo. Porém, depois
disso a nave explodiu durante testes, e isso gerou mais um atraso no cronograma
— já era para a empresa ter feito pelo menos um voo tripulado ainda em caráter
de testes, o que não pôde acontecer por conta do incidente. Já a Boeing fez seu
primeiro
voo não tripulado com a Starliner em dezembro, mas uma anomalia durante o
voo impediu que a nave chegasse à ISS, voltando
à Terra mais cedo. Ainda assim, a empresa e a NASA garantem que o voo
serviu para testar vários dos quesitos planejados, e o próximo passo é o teste
com um voo tripulado.
Então tudo indica que "agora vai", embora as
novas datas para esses lançamentos não tenham sido anunciadas ainda. Mas ambas
as empresas estão trabalhando duro para fazer isso acontecer já no primeiro
trimestre de 2020. De qualquer maneira, a NASA precisa que as duas naves
estejam prontas para enviar astronautas à ISS em 2020, pois é neste
ano que se encerra o contrato com os russos — e ninguém quer que os EUA
fiquem sem nenhum tripulante próprio na estação orbital sabe-se lá por quanto
tempo.
Sonda Solar Orbiter Rumo ao Sol em Fevereiro
Fruto de uma parceria entre a ESA (a agência espacial
europeia) e a NASA, a sonda Solar Orbiter será lançada no dia 5 de fevereiro
para estudar o Sol de pertinho, assim como já vem fazendo a Parker Solar Probe,
da agência espacial dos EUA. A missão deve durar pelo menos sete anos.
Quem também está de olho na estrela do Sistema Solar é a
Índia. Sua agência espacial estatal (ISRO) pretende lançar em meados de 2020 a
missão Aditya 1, que posicionará uma sonda no Ponto de Lagrange L1 (onde a ação
de forças gravitacionais faz com que o objeto fique em uma posição relativa
fixa). Esse ponto, por sinal, é o mais propício para a observação solar, pois a
partir dali a visão do astro é ininterrupta.
Quatro lançamentos ao Planeta Vermelho em julho
(Foto: NASA)
Julho de 2020 é o mês em que Marte estará em um ponto
estratégico em sua órbita ao redor do Sol, mais próximo da Terra. Por esse
motivo, este mês será ideal para lançamentos ao Planeta Vermelho — e Estados
Unidos, Europa, Rússia, Emirados Árabes Unidos e provavelmente a China
aproveitarão muito bem a oportunidade.
Os EUA lançarão a missão
Mars 2020, que levará um rover à superfície marciana com a missão principal
de procurar bioassinaturas — ou seja, sinais de vida marciana em um passado
muito distante. Já a agência espacial europeia (ESA), em parceria com a
Roscosmos da Rússia, lançará a missão
ExoMars com o rover
Rosalind Franklin, também com o objetivo de explorar locais de
habitabilidade antiga.
Por sua vez, os Emirados Árabes Unidos lançarão no mesmo
mês sua primeira missão marciana, chamada
Hope Mars, com lançamento acontecendo em território japonês e enviando uma
sonda orbital para estudar a química atmosférica do planeta. Quanto à China, o
país asiático chegou a dizer que enviaria um pequeno veículo para Marte, mas
ainda não está confirmado que isso aconteça mesmo em 2020 — ainda que os planos
iniciais sejam esses.
SpaceX: Starlink e Starship
(Imagem: SpaceX)
A empresa espacial de Elon Musk teve um 2019 conturbado,
lidando com contratempos e fazendo alguns avanços importantes também, e tudo
caminha para um 2020 ainda mais agitado. Seu projeto Starlink, por exemplo, já
lançou 120 satélites à órbita da Terra, rumo à constelação total que pode
chegar a até 42 mil unidades. A ideia da empresa é fazer lançamentos com 60
unidades em cada, então este ano será repleto de voos rumo a este objetivo.
Mas, antes, a companhia precisa resolver a questão da
reflexividade dos satélites, pois as 120 unidades já lançadas já estão atrapalhando
observações astronômicas feitas a partir de telescópios terrestres — e essa
é uma questão urgente para ser resolvida antes da continuidade do projeto. A
SpaceX chegou a dizer que testaria um revestimento escuro nos satélites para o
próximo lançamento, a fim de reduzir
sua reflexividade, mas ainda não é certeza que essa será mesmo uma solução
definitiva.
Quanto ao Starship, o novo e poderosíssimo foguete em
desenvolvimento, 2020 promete mais um batalhão
de testes e "saltos" com protótipos que vêm sendo aprimorados a
cada teste realizado, entre
alguns trancos e barrancos. Este foguete, em sua versão final, poderá levar
até 100 pessoas em viagens para a Lua ou Marte, e é essencial para o futuro da
companhia. Elon Musk espera que o Starship comece a voar de verdade nos
primeiros testes ainda neste ano, tentando um primeiro voo orbital no segundo trimestre
de 2021.
Outras Constelações de Satélites
(Imagem: OneWeb)
Além do projeto Starlink citado acima, outras empresas
além da SpaceX estão com projetos similares, tudo com o intuito de oferecer
internet de alta velocidade, via satélite, a qualquer lugar do mundo. Uma delas
é a OneWeb, que deve iniciar lançamentos mensais agora em janeiro depois de lançar
seis unidades de teste, esperando formar a constelação de mais de 600
satélites funcionais até o final do ano.
Quem também tem planos parecidos é a Amazon, com o projeto
Kuiper, que ainda não tem data marcada para o início dos lançamentos, mas
2020 é um ano chave para o início dos desenvolvimentos.
Missão Chinesa Trazendo Amostras da Lua Para a Terra
(Imagem: CNSA)
O programa chinês Chang'e de missões lunares segue firme
e forte em 2020, com a Chang'e 4 continuando a explorar
o lado afastado da Lua — aquele que nunca podemos ver daqui da Terra. Em
algum momento lá para o final de 2020, a China pretende lançar a Chang'e 5 com
o objetivo de colher cerca de 1,5 kg de amostras do solo e de rochas da Lua e
trazê-las para análises aqui na Terra. Se tudo der certo, esta será a primeira
missão a trazer amostras lunares desde a Apollo 17 em 1972.
Turismo Espacial Com a Blue Origin
(Foto: Blue Origin)
A espaçonave New Shepard, da Blue Origin (de Jeff Bezos), já passou por dezenas de
testes e realizou três voos também em caráter de testes, tudo com sucesso, rumo
ao início de suas atividades envolvendo o turismo espacial na órbita da Terra.
A ideia da empresa é inaugurar esta empreitada já em
2020, uma vez que isso
não pôde acontecer em 2019 conforme o planejado. Ainda serão necessários
pelo menos mais dois voos para os testes finais antes que os primeiros turistas
espaciais possam fazer esse passeio fantástico — até seis pessoas viajarão
juntas a cada viagem ao redor do planeta, onde terão a oportunidade de
experimentar a sensação de "gravidade zero" por alguns minutos.
Turismo Espacial Com a Virgin Galactic
(Imagem: Virgin Galactic)
Outra empresa privada que vem apostando
forte no turismo espacial ao redor da Terra é a Virgin Galactic. No ano
passado, voos com a versão SpaceShipTwo da nave VSS Unity foram feitos com
tripulantes a bordo, em caráter de testes, e tudo deu certo. A ideia é
começar a levar turistas à órbita também em 2020 — provavelmente lá pelo meio
do ano. Cada ticket custa US$ 250 mil e a nave acomoda até oito pessoas (dois
pilotos e seis passageiros).
Artemis 1, da NASA, Pavimentando o Retorno à Lua
A NASA levará novos astronautas (e
as primeiras mulheres) de volta à superfície da Lua em 2024, com o programa
Artemis. Só que, para isso ser possível, é preciso haver missões anteriores
de testes — e a primeira delas é a Artemis 1, que pode ser lançada entre
novembro de 2020 e o início de 2021.
Uma primeira versão do foguete Space Launch System (SLS),
menos potente, será testada com esta primeira missão do programa Artemis,
enviando a nave Orion para dar voltas ao redor da Lua, onde passará três
semanas sendo testada arduamente. Depois disso, a Artemis 2 será tripulada, mas
sem pouso na superfície lunar, e acontecerá entre 2022 e 2023, enquanto a
Artemis 3, esta sim que marcará o retorno de astronautas ao solo da Lua,
entrará para a história em 2024.
JAXA e NASA Colhendo Amostras de Asteroides
(Imagem: JAXA)
A agência espacial japonesa (JAXA) lançou a missão
Hayabusa2 em 2014 rumo ao asteroide Ryugu, e a sonda já disparou um projétil no
objeto para liberar
materiais abaixo de sua superfície e, assim, coletar amostras ainda mais
especiais. A sonda já está quase no fim de sua missão, pois retornará à Terra,
trazendo o que colheu do asteroide, em dezembro deste ano.
Já a NASA está com a missão OSIRIS-REx no asteroide
Bennu. O lançamento aconteceu em 2016 e a nave chegou a seu destino em 2018. A
ideia, agora, é que a sonda comece
a coletar amostras da superfície do objeto em julho ou agosto de 2020,
iniciando seu retorno à Terra em 2021 e chegando qui em setembro de 2023.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
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