Agência Espacial Discute Como Amenizar os Problemas Causados Pelos Detritos Espaciais
Olá leitor!
Segue abaixo a nota postada ontem (05/06) no site da
Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que a Agência discutiu como amenizar
os problemas causados pelos Detritos Espaciais.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Agência Espacial Discute Como Amenizar os Problemas
Causados Pelos Detritos Espaciais
Coordenação de Comunicação Social – CCS
Publicado em: 05/06/2019 - 19h16
Última modificação: 06/06/2019 - 09h19
Um encontro com especialistas e pesquisadores de
instituições conceituadas na área espacial foi realizado na última
segunda-feira (03.06), pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Com o tema
Direito Espacial: Aspectos Técnicos dos Detritos Espaciais foram discutidos o
panorama atual do Direito Espacial, atuação do Brasil no setor e também como
compreender e melhorar a problemática causada por esses detritos.
As regras e procedimentos internacionais que tratam da
responsabilidade de danos causados por objetos espaciais no mundo, como também
pesquisas sobre os temas foram abordadas por professores e estudiosos da área
espacial no Brasil.
Segundo o diretor de Política Espacial e Investimentos
Estratégicos da AEB, Cristiano Augusto Trein, a palestra faz parte de uma
iniciativa da AEB, que pretende criar um Grupo de Trabalho para trabalhar e
consolidar um entendimento maior sobre o Direito Espacial, alinhado ao setor
espacial brasileiro.
No primeiro painel, o professor de Direito Internacional,
Olavo Bittencourt, da Universidade Católica de Santos (UniSantos) abordou os
aspectos da Convenção sobre Responsabilidade Internacional dos Danos Causados
por Objetos Espaciais, de 1972. O documento reconhece o interesse comum de toda
a humanidade em incentivar a exploração e o uso do espaço cósmico para fins
pacíficos.
Professor explica Convenção que incentiva a exploração e
uso do espaço para fins pacíficos.
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Com um conjunto de regras, a Convenção trouxe também uma
linguagem comum para resolver problemas relacionados a danos ligados às
atividades espaciais. “Cada país tem uma cultura, uma visão específica sobre
questões de responsabilidade civil, a Convenção conseguiu trazer um panorama
mais amplo e multilateral que acabou sendo incorporado pelos países nas suas
leis internas”, explicou Bittencourt.
A doutora em Direito Internacional com ênfase em Direito
Espacial, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Márcia
Alvarenga, explicou sua tese no segundo painel, que trata de detritos espaciais
e suas ameaças. Ela defendeu o Regime Internacional Aplicável a Pequenos
Satélites de Baixa Complexidade: Propostas para Salvaguardar Atores Espaciais e
Mitigar Impactos Ambientais no Espaço Exterior. O estudo visa contribuir para o
uso pacifico do espaço , além de descrever os impactos ambientais causados
pelos pequenos satélites de baixa complexidade (PSBCs).
“Para amenizar e prevenir os possíveis danos causados
pelos PSBCs foram desenvolvidos em minha tese 12 propostas de regulamentação,
com base nos princípios do Direito Ambiental e Internacional. No estudo destaco
a primeira proposta, pois recomenda a regulamentação nacional e internacional
para os PSBCs”, concluiu a pesquisadora.
Pesquisadora apresentou em sua tese 12 propostas para
regulamentar pequenos satélites.
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Desafios e Possibilidades
No terceiro painel, o coordenador de Infraestrutura e
Normalização, Carlos Eduardo Quintanilha, exibiu dados técnicos e informações,
como tipos, números de objetos espaciais em órbita da Terra, riscos associados
à colisão e exemplos de observação de objetos espaciais.
Para exemplificar os assuntos tratados na palestra foram
relatados exemplos de observações óticas e situações reais de colisões de
satélites causadas por detritos espaciais. De acordo com Quintanilha, o Brasil
precisa investir mais em mecanismos que observem o espaço, pois atualmente
existem cerca de 30 mil objetos em órbita. A observação desses objetos é
importante, pois permite prevenir colisões, danos ou destruição de satélites
operacionais.
O professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp),
Othon Winter destacou as iniciativas do Brasil para observação e monitoramento
de objetos e detritos espaciais. Segundo ele, existem diversas redes de
monitoramento de amadores, responsáveis em desenvolver trabalhos que contribuem
com a observação espacial. “As iniciativas utilizam equipamentos simples como
câmeras, filmadoras instaladas em telhados para captar imagens de objetos
naturais, como meteoro, além de detectar detritos espaciais que caem na Terra”,
ressaltou.
De acordo com Winter, o sistema utilizado é simples e
funciona, porém precisa de aperfeiçoamento para melhorar o trabalho de
observação em todo o País. “Para potencializar esse trabalho é preciso investir
em pequenas iniciativas, como disponibilizar maior capacidade de armazenamento
de dados, já que o material consiste em vídeos pesados e longos,
desenvolvimento de software para captar dados com mais qualidade e precisão,
além de investimentos em projetos de pesquisas para realizar estudos mais
profundos sobre o tema”, destacou.
Tecnologias Sensíveis
Ao finalizar o painel, o diretor do Instituto de Estudos
Avançados (IEAv), o coronel aviador Lester de Abreu, apresentou as atividades
do IEAv, que se concentram em aplicações voltadas para as diversas
tecnologias sensíveis e estratégicas que envolvem o equilíbrio
geopolítico mundial, assim como o setor espacial.
“Para obter segurança das operações espaciais são
necessários mais do que sistemas óticos e radar, é preciso investir para
detectar objetos pequenos, pois as tecnologias identificam objetos maiores que
30 cm na órbita de satélites de grande porte, como é o caso do Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC)”, afirmou Lester.
Diretor do IEAv apresenta projeto que identifica lixo
espacial e pequenos satélites em órbita.
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Segundo o diretor Lester, o IEAv já possui um projeto que
permitirá identificar, classificar e mapear lixo espacial e de satélites de
pequeno porte. Para que esse projeto se concretize é necessário investimento em
recursos computacionais avançados e modelos de otimização para coordenação de
órbitas que poderão ser integrados ao Ambiente de Simulação Aeroespacial (ASA)
já em desenvolvimento no IEAv, usufruindo de sua estrutura de dados e técnicas
de implementação computacional”, concluiu o diretor.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
Comentário: Pois é leitor, será que finalmente a AEB está atingindo a sua
maioridade e a seriedade necessária?
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