Importar Mão de Obra Resolve?
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado dia (18/02) no site
“Diário da Rússia” dando destaque a importação de mão de obra estrangeira pelo Brasil.
Duda Falcão
Importar Mão de Obra Resolve?
Até quando pensaremos de forma pequena, considerando que
o Brasil é um país continental e uma potência em franca
expansão?
Fábio Pereira
Ribeiro
18/02/2013 - 10h12
As
diversas iniciativas e investidas do governo brasileiro para regularizar e facilitar
a entrada de profissionais estrangeiros em território nacional ganharam maior
peso. E a justificativa do governo está no aceite passivo e na concordância de
que no Brasil não existe mão de obra qualificada (e falo bem qualificada) para
atender a grande demanda nacional e também das empresas estrangeiras que se
instalam no Brasil e não conseguem suprir seus quadros. Com tantos eventos de
porte internacional, o Brasil literalmente ainda sofre as consequências dos
erros do passado, principalmente quando falamos em investimentos em educação,
em todos os seus níveis.
Pré-Sal,
Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas, crescimento econômico e
outros eventos, independentemente do gênero, no Brasil sofreram impactos
trágicos pela falta de profissionais qualificados. E, o mais engraçado, o
Brasil continua com os erros do passado, como, por exemplo, abrir faculdades e
universidades a torto e à direita, sem qualidade alguma, investir em projetos
de pesquisas que estão longe de serem projetos inovadores para serem aplicados
na sociedade e atrasar o investimento em educação a distância. Deve-se notar
que somente 12 universidades têm cursos de referência. Hoje investimento em
educação já tem uma leve melhora, mas da forma que ele é aplicado nada refresca
o dia a dia brasileiro.
O
governo brasileiro e o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) fazem uma grande
força para facilitar a entrada de profissionais de primeira linha em território
nacional. Nada contra o esforço, mas eu me pergunto diariamente: e os 6 milhões
de alunos matriculados anualmente no ensino superior? E os diversos
profissionais já formados por todas as universidades brasileiras nos últimos
dez anos? E a quantidade de universidades e faculdades de baixa qualidade
abertas nos últimos anos? Nós formamos o quê, e para quê?
O
Brasil é o país do jeitinho. Quando enxerga um problema não analisa o
contexto, tenta resolver da forma mais rápida. É mais fácil escancarar as
fronteiras do que cobrar qualidade e aproveitamento da mão de obra já formada.
Com
a atitude que está sendo tomada, o governo brasileiro confirma que as
universidades brasileiras (públicas e privadas) não formam mão de obra
qualificada para a demanda atual, e o que presta está na mão de obra
estrangeira, principalmente de países que estão em crise, como no caso de
Portugal.
E
é pífio demais aceitar o argumento de que o Brasil no início do século XX
recebeu muitos estrangeiros. É lógico que, depois de 400 anos de colonização
malfadada e sem desenvolvimento educacional, a única saída para desenvolver um
país continental como o nosso seria a contribuição de países como Itália,
Espanha, Alemanha e também Portugal para o crescimento do país no século, e até
mesmo para o nascimento do articulista que vos escreve. Só uma lembrança:
nossos avós, quando chegaram ao Brasil, aceitavam qualquer tipo de função, e
hoje os profissionais portugueses e espanhóis, por exemplo, só querem cargos de
diretores e presidentes. Engraçado, ninguém quer ser padeiro ou açougueiro.
Quando o Brasil irá aceitar sua posição de grande país? E não de país grande.
Muitos dos profissionais estrangeiros só são qualificados porque falam outra
língua. Já convivi com muitos expatriados na África (Angola, Moçambique,
Namíbia) e percebi que eles são bem inferiores aos brasileiros, principalmente
portugueses e italianos.
O
Conselho Nacional de Imigração, antes de se posicionar ou comparar o momento
atual com o início do século XX, precisa avaliar melhor a quantidade de
profissionais já formados, e também a quantidade de estudantes nos bancos
escolares hoje. São mais de 6 milhões de matriculados nas universidades
brasileiras, sem contar a turma do programa Ciências Sem Fronteiras, os quais,
por sinal, na maioria não falam inglês.
Os
profissionais do CNIg afirmam que as áreas de Turismo e Hotelaria são as que
mais demandam profissionais. Fico imaginando que durante anos muitas
universidades tentaram formar profissionais para nada. Hoje a grande maioria
dos egressos desses cursos trabalha como recepcionistas ou em outras áreas
totalmente distintas, pois nunca houve um incentivo ou atitude para qualificar
com firmeza tais profissionais. E agora é hora de trazer gente de fora? É bom
lembrar que muitas universidades fecharam os cursos de Turismo e Hotelaria,
pois a demanda dos profissionais é zero!
De
acordo com o governo brasileiro, o espaço ocupado por estrangeiros nos postos
de trabalho se reduziu. Em uma análise fria, isso é ótimo, pois o brasileiro
ganhou mais espaço, mas a minha cobrança é pelos mais de 15 milhões de egressos
nos últimos anos e que até agora não encontraram suas posições de trabalho
pelas carreiras escolhidas.
Não
culpo o governo atual, mas sim uma política contínua de descaso com a formação
técnica e superior. É um erro contínuo, e principalmente com falhas
estratégicas para o desenvolvimento do país.
Até quando
pensaremos de forma pequena, considerando que há mais de 500 anos o Brasil é um
país continental e uma potência em franca expansão?
P.
S.: É engraçado a Presidente Dilma falar da França no caso do Mali, enquanto Portugal
e outros países da Europa tentam fazer prevalecer no Brasil as suas posições
colonizadoras.
Fonte: Site Diário da Rússia - 18/02/2013
Comentário: Esse mesmo autor já havia publicado em janeiro
um artigo relacionado com esse assunto que postamos aqui no blog (veja a nota: “Mão de Obra Estrangeira no Brasil: Isso é Bom ou Ruim?”) e nossa opinião é de que, desde que o processo de importação seja
feito com seriedade e direcionado para áreas onde exista deficiência profissional,
não tem problema algum, sendo até desejável. O que não pode é trazer gente de fora sem
critério e sem planejamento, como quase tudo que é normalmente feito pelos
nossos desastrosos e irresponsáveis governantes. Agora, respondendo a pergunta do autor do
artigo: “Quando o Brasil irá aceitar sua posição de grande país? E não
de país grande.” É muito simples, ou seja, quando o seu povo tiver um maior entendimento e consciência do que seja CIDADANIA. Antes disso, continuaremos sendo um país grande e
se afastando cada vez mais da possibilidade de um dia sermos um grande país.
Enquanto o Brasil continuar preferindo o conforto de comprar pronto ao invés de desenvolver, isso não vai mudar. Contratam pessoal especialista porque não investem na formação de recurso humano. É ridículo um país querer desenvolver um setor aeroespacial contratando "tecnólogos" ao invés de "engenheiros" apenas para não ficar dependente do "piso" da categoria de engenheiro. Para mim "tecnólogo" que precisa ter formação de engenheiro, muitas vezes até mestrado ou doutorado na área, exercer funções de engenheiro e assumir responsabilidades de engenheiro é um engenheiro. Acho absurdo o Brasil se preocupar com piso salarial em uma área de desenvolvimento tão crítica como essa. (Vide últimos editais para INPE, IAE e DCTA). Enquanto isso continuar, as grandes promessas de engenharia continuaram migrando para os bancos, o Brasil continuará sem formar pessoal capacitado (com experiência) na área e continuará precisando chamar especialistas de fora para prestar consultoria.
ResponderExcluirA primeira meta do governo é investir na verdadeira seleção, que são nossos jovens, avídos na busca do conhecimento e na
ResponderExcluireducação real e participativa....é criar condições, revita -
lizar com novas tecnológias os laboratórios das universida
des, como fazem os países desenvolvidos, com está atitude
prepararemos homens que sejam capazes de fazer descobertas
importantes para o nosso PEB....homens que sejam criadores ,
inventores...e principalmente instrutores da nova geração.