Brasil Não Possui Sist. de Monitoramento de Corpos Celestes
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada dia (15/02) no site “Gazeta
Online” do “Jornal A Gazeta do Espírito Santo”, destacando que o Brasil não
possui Sistema de Monitoramento de Corpos Celestes.
Duda Falcão
Notícias > Cidades
Meteoro: Brasil Não Possui Sistema
de Monitoramento de Corpos Celestes
Para os cientistas, foi um azar o meteoro ter atingindo
uma
área habitada da Rússia. Meteoros já foram observados no
Estado
Fiorella Gomes
A Gazeta Online
15/02/2013 - 20h11 –
Atualizado em 15/02/2013 - 23h56
Foto: ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem do rastro deixado no céu por um meteoro em Chelyabinsk, Rússia |
Caso um meteoro
de proporções semelhantes ao que atingiu
Chelyabinsk e arredores, nos Montes Urais, na Rússia,
na manhã desta sexta-feira (15), esteja a caminho do Brasil, só será possível
saber por meio de agências espaciais internacionais ou quando ele se chocar com
a atmosfera terrestre. Isso porque o país não possui um sistema de monitoramento
de corpos celestes.
Apesar de ser
possível observar frequentes contatos de meteoros com a superfície atmosférica
no céu do país, o governo brasileiro não financia nenhum projeto nacional de
monitoramento de meteoros, de acordo com o professor do departamento de Física,
da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Sérgio Bisch.
"Eu
desconheço qualquer projeto no país. Em outros locais existem, por exemplo a
própria NASA, nos EUA, que tem (o Monitoramento de Objetos Próximos à Terra), a
Agência Espacial Europeia, a Rússia também possui. Porque é uma questão de
segurança, é bom alertar para que haja mais investimento na área",
afirmou.
Vários meteoros
colidem com a Terra todos os dias e várias toneladas desse material entram no
planeta por causa de pequenas colisões, mas a grande maioria das partículas são
pequenas, podendo acontecer de cair partículas maiores, como o que atingiu
Chelyabinsk e arredores.
Segundo o
professor, qualquer região do planeta pode ser atingida por um meteoro. Não há
um lugar que tenha maior ou menor incidência de queda de corpo celeste.
"As pessoas
encontram mais meteoritos na Antártica, mas porque lá eles são conservados.
Caem no gelo, depois o gelo se move e acaba abrindo a superfície. Por causa das
condições locais fica mais fácil de recolher os meteoritos depois. Mas a
probabilidade é a mesma em toda a superfície terrestre", explica.
As partículas de
meteoro que não se desintegram ao interagir com a atmosfera do planeta, e
atingem o solo terrestre, são denominados meteoritos.
"Os
meteoros que têm o núcleo muito duro, de ferro e de níquel, às vezes sobrevivem
e batem no chão, como o Bendegó, que está em exposição no Museu Nacional.
Algumas pessoas têm chamado o fenômeno da Rússia de meteorito, mas lá, foi um
meteoro", diz Bisch.
Mil Feridos na Rússia
É a primeira vez
que cientista astronômicos registram o evento observado nesta sexta-feira (15)
nos Montes Urais, na Rússia, de acordo com o professor de física Sérgio Bisch.
Para ele, foi um azar o meteoro ter atingindo uma área habitada do planeta. Ele
explica o que aconteceu em Chelyabinsk e em uma série de cidades da região, deixando
cerca de mil feridos.
"A pedra
entrou com tanta velocidade e com tanta energia que só em interagir com a
atmosfera, por não ter consistência e ser constituído de material volátil,
explodiu. Não é provável que aconteça de ferir pessoas. Que eu saiba, uma única
vez uma senhora, na Inglaterra, acredito, foi atingida por um meteorito. Mas de
estilhaçar vidros, é a primeira vez", informa.
Segundo ele, o
que ocasionou o estilhaço dos vidros e a queda de telhados nos imóveis da
cidade russa, foi a onda provocada pela queda do corpo celeste.
"Houve uma
explosão atmosférica, e a onda de choque gerou os danos. Ele vem com velocidade
muito alta, muita energia. Então é um som violentíssimo. O som nada mais é do
que uma onda de pressão no ar. Se a massa do meteoro for grande, é como se
fosse uma bomba atômica", afirma.
De acordo com o
professor, há como prevenir que episódios como esse da Rússia aconteça
novamente. Caso um meteoro como o que atingiu o país nesta sexta-feira, seja
percebido antes de atingir a Terra é possível interceptá-lo. Entretanto,
meteoros de estrutura média são mais difíceis de ser detectados.
"Pode
mandar uma sonda que encoste no meteoro e dê um pequeno impulso nele,
desviando-o com antecedência", explica.
Casos no Espírito Santo
A passagem de
meteoros também já foi observada no Estado nos anos de 2003 e 2012. Um meteoro
pesando provavelmente mais de uma tonelada atravessou, na madrugada do dia 26
de abril de 2003, a atmosfera da Terra abrindo um clarão avermelhado nos céus
do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O fenômeno raro
foi confirmado pelo físico e astrônomo do Museu de Astronomia e Ciências Afins
do Rio de Janeiro, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, na época.
De acordo com o
cientista, o meteoro passou a 200 quilômetros de distância da superfície da
Terra e retornou para o sistema interplanetário numa velocidade de 20 a 30
quilômetros por segundo. O atrito ao entrar na atmosfera terrestre, por volta
das 2h40, provocou três explosões e, consequentemente, o clarão no céu.
Bolas de fogo
Na época, o
Aeroporto de Vitória registrou ligações de pessoas que afirmaram ter visto duas
bolas de fogo cruzando o céu em Vitória, Serra, Aracruz e Guarapari. O
rádio-amador e presidente do PX Clube Grupo de Amigos da Serra (GAS), Ademias
Francisco de Oliveira, afirmou ter observado o fenômeno, por volta das 3 horas
do domingo, no bairro Barcelona, na Serra.
“Avistei um
bloco de luz vermelha. Pensei que fosse um avião, mas, depois o bloco começou a
se separar lentamente até desaparecer ”. O comandante Antônio de Almeida estava
em uma casa de praia, em Carapebus, na Serra, quando viu o clarão aberto no céu
por uma bola de fogo. “Parecia um avião. Pensei nas vidas que estavam lá e pedi
a Deus por elas. Depois houve a explosão e o clarão riscando os céus”.
Amigos e
parentes também presenciaram o fenômeno. O Destacamento de Controle de Tráfego
Aéreo, em Santa Teresa, não detectou a ocorrência do meteoro.
Meteoro com 3 mil graus de temperatura
Na noite do dia
20 de abril do ano passado, um meteoro também foi visto pelo céu do Espírito
Santo. O fenômeno foi confirmado pelo professor de Física da Universidade Federal
do Espírito Santo (UFES), Marcos Tadeu Orlando, que explicou que o corpo
celeste se fragmentou em vários objetos.
O fenômeno foi
visto por diversos capixabas que comentaram sobre o ocorrido em redes sociais.
Na época, a estudante Camila Dan ficou na dúvida sobre o que viu. “Parecia
fogo, uma bola de fogo. Era meio azulado e parecia que estava caindo”, disse.
O professor
Orlando afirmou que o meteoro devia ter cerca de 3 mil graus. “É um meteoro que
se fragmentou em vários pedaços. Fiz uma estimativa de algo em torno de 10 a 12
metros de altura para cada pedaço. Ele deve ter percorrido o céu a cerca de
14.000km/h”, explicou.
Bendegó - O Meteorito Brasileiro
Constituído por
uma massa compacta de ferro e níquel, é o maior meteorito brasileiro e um dos
maiores do mundo. Foi encontrado em 1784 por um menino, Domingos da Motta
Botelho, que pastoreava o gado em uma fazenda próxima à cidade de Monte Santo,
no sertão da Bahia. A primeira tentativa de transportar o pesadíssimo bloco
para a capital fracassou quando a carreta de madeira que o carregava
desgovernou-se e caiu no riacho Bendegó. Desde 1888, encontra-se em exposição
no Museu Nacional graças ao empenho do Imperador D. Pedro II, que tomando
conhecimento de sua existência e importância científica, providenciou sua
remoção para o Rio de Janeiro. (Fonte: Museu
Nacional)
Outros Casos Famosos
A "Cratera
de Barringer", com um pouco mais de 1km de diâmetro e 200 metros de
profundidade, localizada perto de Winslow, no Arizona, Estados Unidos está
entre os casos mais famosos de meteoros que atingiram a atmosfera terrestre.
Também conhecida como "Cratera do Meteoro", cientistas acreditam que
ela tenha sido formada, há aproximadamente 50 mil anos, por um meteorito, de
aproximadamente 50 m a 40 mil km/h com a força de uma bomba de hidrogênio.
Outro episódio
que se tornou conhecido, foi o "Evento de Tunguska". Meteoritos
atingiram a região da Sibéria, próximo ao rio Podkamennaya Tunguska, em 30 de
junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, que derrubou cerca de 80
milhões de árvores em uma área e 2150 quilômetros quadrados. De acordo com
estudos recentes, a destruição teria sido causada por uma onda de choque
subsequente a explosão de um meteoroide, devido ao atrito da reentrada na
atmosfera terrestre. Estima-se que a energia da explosão tenha sido de
aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda
guerra mundial e aproximadamente um terço da Tsar Bomba, a mais poderosa arma
nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande
área metropolitana.
Saiba Mais
Asteroide - é uma pedra com um maior tamanho de diâmetro
Metoróide - trata-se de uma pedra vagando no espaço
Meteoro - é quando a pedra colide com a Terra, deixando um rastro de fumaça. É
um fenômeno que acontece na atmosfera terrestre. A nomenclatura também tem
relação com a palavra metereologia
Meteorito - é quando a pedra tem um núcleo duro, que resiste à colisão com a
atmosfera e atingindo o solo terrestre
Fonte: Site Gazeta Online do “Jornal A Gazeta” - http://gazetaonline.globo.com/
Comentário: Na
realidade leitor existe sim um programa do Grupo de Ciências Planetárias do Observatório
Nacional (ON) chamado “Programa Impacton”,
que deveria estar funcionando em Nova Itacuruba, estado de Pernambuco, desde o
final de 2009 (Veja as notas “Observatório Nacional Vai Monitorar Asteróides e Cometas”,“O Observatório Nacional e o Programa Impacton” que visa o
monitoramento de asteroides e
cometas que possam estar em rota de colisão com a Terra, mas não tendo eu a
informação se o programa prevê também o monitoramento de meteoros. Entretanto, não sabemos informar se o mesmo já se encontra
operacional, ou se também foi prejudicado pela visão desastrosa da Presidente Chucky e
seus energúmenos. Visite o site e conheça o Impacton - http://www.on.br/impacton/
Olá Duda,
ResponderExcluirBem lembrado do "elefante branco " do agreste ( o telescópio fica no município de Itacuruba/PE). Que tenho conhecimento, o grupo do projeto Impacton só produziu um único "paper". Seria interessante saber o "status" atual do projeto com alguém do O.N.
Olá Ildefonso!
ExcluirVou tentar um contato para saber maiores informações sobre esse programa e sua situação atual, mas acredito que se ele hoje é um 'elefante branco' como disseste, muito provavelmente é por falta de dinheiro que nesse governo desastroso lamentavelmente tem sido uma máxima em quase todas áreas da ciência e tecnologia.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Provavelmente um sistema de satélites de pesquisa neste sentido ampliaria as hipoteses de deteção. Sei que esse grupo se preocupa especificamente na deteção de meteoritos, mas a impressão que tenho é que até um amador, com um bom telescópio consegue faze-lo (como podem ver aqui),ou ainda astronomos que se peocupam com outras áreas, mas que se podem deparar com meteoritos ou cometas. Mas sem dúvida quem participa com foco nisso tem mais possibilidade e só por isso a atividade desse grupo é importante. Eugène Joseph Delporte foi um astronomo que se dedicou a procura desses objetos, e foi bem sucedido.
ResponderExcluirDesculpem, mas só para a precisão da informação, o que cai na Terra, são meteoritos (pequenos pedaços de meteoros), como disse o Israel ai em cima, e não conforme a opinião da autora do artigo.
ResponderExcluirO dia em que um meteoro inteiro cair na Terra, não vai mais haver necessidade de se discutir sobre esse fato, e provavelmente, nem haverá ninguém mais para discutir...