Brasil Amplia Participação no Observatório Gemini
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (27/02) no site do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que a Comunidade
Astronômica Brasileira passou a ter mais tempo de atuação no Observatório
Gemini.
Duda Falcão
Brasil Amplia Participação
no Observatório Gemini
Denise Coelho
Ascom do MCTI,
Com informações complementares do LNA
27/02/2013 - 16:08
Foto: Gemini Observatory/Aura
O Gemini Norte e o seu sistema de guiagem por laser. |
A comunidade
astronômica brasileira passou a ter mais tempo de atuação no Observatório Gemini.
Em quatro anos, a cota de participação do Brasil quase triplicou. O último
acréscimo, de 5% para 6,53%, ocorreu a partir de janeiro deste ano, com a saída
do Reino Unido do consórcio. Isso representa aproximadamente duas a três noites
a mais por semestre de tempo de ciência nos dois telescópios que, idênticos e
com um espelho principal de 8 metros de diâmetro, permitem, juntos, a
observação do céu inteiro.
O Gemini Norte, localizado no Havaí, e o Gemini Sul, no
Chile, são considerados telescópios de última geração e estão entre os maiores
do mundo. O seu programa de instrumentos permite aos usuários desenvolver
pesquisas astronômicas de ponta. Por meio da incorporação de tecnologias – tais
como o sistema de guiagem por laser, a óptica adaptativa e espectrógrafos multiobjetos
– os astrônomos têm acesso a ferramentas de última geração para explorar o
universo.
A estrutura é operada atualmente por um consórcio de seis
países: Estados Unidos, Canadá, Chile, Austrália, Brasil e Argentina. Qualquer
astrônomo desses países membros pode submeter projetos para locação de tempo de
uso no Gemini, que é partilhado entre os membros de acordo com o apoio
financeiro provido por cada país.
Por participar com 2,5% do orçamento para operações, o
Brasil teve direito, inicialmente, a 2,31% do tempo de telescópio. Em 2009, o
Reino Unido ofereceu a venda de parte do seu tempo para os demais parceiros e o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) viu a possibilidade de
oferecer mais tempo desses telescópios para a comunidade científica brasileira.
Com a compra das 70 horas por semestre do Reino Unido, a cota aumentou para 5%.
“Com a saída definitiva do Reino Unido do consórcio, em
2012, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação [MCTI] autorizou o Brasil a
manter o tempo comprado anteriormente do Reino Unido e o tempo restante foi
redistribuído sem custos adicionais, o que aumentou a participação brasileira
para 6,53%”, explica o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA),
Bruno Castilho.
Escritório no País
O LNA, unidade de pesquisa do ministério, é o escritório
brasileiro do Gemini. O instituto gerencia o tempo destinado ao Brasil,
funcionando como elo entre o astrônomo e os telescópios. A instituição mantém
uma equipe de pesquisadores para auxiliar os colegas brasileiros que submetem
propostas de alocação de tempo no observatório internacional, especialmente com
a revisão do detalhamento dos projetos observacionais.
A instituição também oferece treinamento e suporte a
novos observadores e mantém a comunidade astronômica brasileira informada sobre
as possibilidades e novidades do observatório. “Nossa função é fazer com que
essa importante ferramenta para a astronomia nacional seja utilizada da melhor
forma possível”, ressalta Castilho.
Na avaliação do diretor do laboratório, antes da
ampliação, apesar de a utilização sempre ter sido boa e produtiva, os projetos
acabavam sendo limitados pelo tempo disponível. Para ele, o maior tempo
destinado à comunidade científica brasileira é fundamental para o
desenvolvimento da ciência de alto padrão e para a criação, no país, de meios
para realizar observação astronômica compatível com a dos países mais
avançados.
“Os telescópios são tanto uma ferramenta de ciência de
ponta quanto de aprendizado”, justifica. “A partir dessa plataforma, os
astrônomos brasileiros podem trabalhar em pé de igualdade com os países
desenvolvidos, e, com a competência demonstrada, já foram abertas novas
possibilidades de colaboração.”
Produção Científica
Segundo Bruno Castilho, a participação brasileira no Observatório
Gemini tem sido muito bem sucedida, tanto no que se refere à quantidade (número
de publicações) quanto à qualidade (número de citações) da produção científica
dos astrônomos com base em dados obtidos nos telescópios do Gemini. Desde 2001,
os pesquisadores do país publicaram 109 artigos científicos e 25 teses a partir
do trabalho realizado naquela estrutura.
A ampliação também atende a uma demanda cada vez mais
crescente. Um dos métodos de avaliar o interesse por um determinado equipamento
é o fator de pressão, ou seja, o número de horas de observação que é solicitado
em função do número de horas disponíveis. Esse valor para o Gemini é
historicamente próximo de dois.
“Quando o tempo brasileiro praticamente dobrou,
esperávamos que esse índice diminuísse um pouco, mas não foi o que aconteceu”,
conta Castilho. “O número de pedidos e sua duração mantiveram o índice na mesma
faixa, mostrando que há ainda uma demanda reprimida por tempo nesses
telescópios.”
A expectativa do Brasil é de ter um papel ainda mais
relevante no consórcio. Essa possibilidade surgiu novamente com o recente
anúncio da Austrália, um dos parceiros, da sua possível saída do grupo. “O LNA,
por meio de um grupo de trabalho com representantes de vários institutos e
universidades, está levando essa questão à comunidade astronômica e ao MCTI
para discutir se podemos e devemos ampliar nossa participação e obter
resultados ainda melhores para a ciência brasileira”, comenta o diretor.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
Comentário: Bom, muito bom mesmo, e é mais um gol da
Comunidade Astronômica Brasileira. Todos vocês estão de parabéns.
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