20 Anos de Pesquisa Espacial em Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (17/02) no site “O Imparcial”
de São Luís (MA) destacando os 20 Anos de
pesquisa espacial em Alcântara.
Duda Falcão
Duda Falcão
URBANO
OPERAÇÃO
20 Anos de Pesquisa Espacial em Alcântara
Ismael Araújo
O Imparcial
17/02/2013 - 09:00
O Maranhão há 20 anos faz parte do projeto espacial
brasileiro. A cidade histórica de Alcântara é base para uma das estações
de recepção e processamento dos dados emitidos pelo primeiro satélite do
Brasil, identificado como SCD-1 ou Satélite de Coleta de Dados. Este satélite,
que foi projetado, construído e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), por volta das 14h42 do último dia 9, completou a sua 105.577
volta em torno da Terra. Quando foi lançado pelo foguete norte-americano
Pegasus, em 1993, a expectativa era de apenas um ano de vida útil.
Quando se fala de tecnologia em Alcântara, as pessoas
acabam associando ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), coordenado pela
Aeronáutica. É neste centro que está localizada a estação, enquanto, a outra
fica na capital do Mato Grosso, Cuiabá. A assessoria de comunicação do CLA informou que todos os serviços
feitos nessa estação são realizados pelos funcionários do INPE, pois, a base
serve apenas de suporte para esses profissionais. Tanto essa atividade, como os
trabalhos feitos dentro da base, sob a responsabilidade da Aeronáutica, fazem
parte do projeto espacial brasileiro.
A assessoria
de comunicação do INPE, localizada em São José dos Campos, São Paulo, informou
que o satélite tem a função de retransmitir informações úteis para a previsão
do tempo, monitoramento do nível de água dos rios e dentre outras aplicações. O
SCD-1 contribui também para a cooperação de outros países. É o caso para em que
serve como instrumento para o desenvolvimento de programas espaciais na
Argentina, ajudando a calibrar a Estação Terrena de Córdoba; enquanto, na
China, calibrou a Estação de Nanning.
Em se tratando do
sistema de funcionamento do satélite, a assessoria disse que o Sistema
Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais baseia-se em satélites de órbita baixa
que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de
um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs).
As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores
eletrônicos que tem a função de medir parâmetros ambientais, como o nível de
água em rios e represas, a qualidade da água, a quantidade de chuvas, a pressão
atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar e outros.
O satélite
capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia
para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá e em Alcântara.
Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora e a estação recebe diversas vezes
ao dia os dados transmitidos por cada PCD.
Das
estações, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para o INPE
Nordeste, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde se localiza o Sistema Nacional
de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas
informações aos usuários.
As estações
de rastreio e controle são o elo entre o Centro de Controle de Satélites e os
satélites. São constituídas de uma antena parabólica e equipamentos de rádio
frequência para transmitir aos satélites os telecomandos gerados pelo Centro de
Controle de Satélites e receber as telemetrias e enviá-las para o Centro de
Controle de Satélites. A interligação entre as estações de rastreio e controle
de Cuiabá e Alcântara ao Centro de Controle de Satélites em São José dos Campos
é feita através de uma rede de comunicação de dados privados.
Memória em Órbita
Em 1979,
coube ao INPE a responsabilidade pelo desenvolvimento dos satélites, sendo dois
de coleta de dados e dois de sensoriamento remoto. O primeiro satélite, o
SCD-1, é um satélite de coleta de dados com 115 kg e já a operação de
lançamento foi comandada a partir do Centro de Controle de Wallops, no estado
de Virgínia, costa leste dos Estados Unidos.
No dia 9 de
fevereiro de 1993, uma hora e 15 minutos depois da decolagem, a 83 km da costa
da Flórida e a 13 km de altitude, o foguete Pegasus foi liberado da asa de um
avião B52 da NASA. Como havia sido previsto, o foguete cai em queda livre por
cinco segundos antes de acionar seus motores em direção ao espaço. Poucos
minutos depois, às 11h41 (hora de Brasília), o SCD-1 é colocado em órbita da
Terra, a uma altitude de 750 km e os primeiros sinais foram captados pela
Estação Terrena, em Alcântara.
Fonte: Site do jornal “O Imparcial” - 17/02/2013
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