Área de Lançadores Deverá Ter Empresa Integradora
Olá leitor!
Segue uma interessante notícia postada ontem (27/02) no site da “Agência Gestão CT&I”
destacando que a área de lançadores no Brasil deverá ter empresa
integradora.
Duda Falcão
News – Latest
Área de Lançadores Deverá
Ter Empresa Integradora
Escrito por LEANDRO DUARTE
Qua, 27 de fevereiro de 2013
- 17:53
O Brasil deverá contar em
breve com uma empresa integradora para a área de lançadores. Ela será
constituída por meio de uma parceria público-privada (PPP) nos moldes da Visona
Tecnologia Espacial S.A, instituição que será responsável pela construção do
primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
A informação foi dada ontem (25), pelo presidente da Agência Espacial
Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, em entrevista exclusiva à Agência
Gestão CT&I de Notícias.
Legenda: Foguete nacional permitirá a entrada do Brasil em seleto grupo de países capazes de fazer de lançamentos comerciais de satélites. |
Com a criação da empresa, o país terá a capacidade para fazer
lançamentos comerciais de satélites. De acordo com Coelho, as conversas estão
adiantadas. No entanto, para não atrapalhar o processo de desenvolvimento da
nova instituição, ele não quis citar os nomes das empresas envolvidas nas
negociações. O presidente informou que organizações de grande porte estão à
frente das discussões para integrar a empresa de lançadores.
“A maioria das empresas grandes estão pensando nisso. Ao ver
que na área de satélites está começando a funcionar, é natural que na área de
lançadores também apareçam iniciativas como essa. Empresas grandes que desejam
se tornar empresas integradoras”, afirmou.
A nova empresa terá ações integradas com o Programa Espacial
Brasileiro (PEB). Ela deverá trabalhar com as iniciativas que já estão bem
caminhadas, em conjunto com a área executora do PEB que é o Departamento de
Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA) e a AEB. Segundo Coelho, os atos iniciais
da entidade estarão focados no término do Veículo Lançador de Satélites (VLS).
O presidente da AEB também destacou que a atuação do governo
brasileiro na nova empresa é fundamental. Ele destacou que a área espacial
ainda não desponta como um setor de negócios que dê grandes retornos para as
empresas. O auxilio governamental viria, em sua maioria, para a infraestrutura
tanto na parte física quanto na laboratorial.
Sobre a possibilidade de sucesso da empresa integradora, o
presidente da AEB é enfático. “Se o país conseguir elencar objetivos e escolher
prioridades importantes, em breve terá os primeiros lançamentos com
equipamentos brasileiros”, disse.
Benefícios
Além de possibilitar que o Brasil tenha autonomia no acesso
ao espaço, a capacidade de desenvolver foguetes permitirá que o país assegure
um lugar no seleto e bilionário mercado de lançamento de satélites.
O Brasil tem grandes possibilidades nesta área devido às
vantagens comerciais possibilitadas pela localização do Centro de Lançamento
Alcântara (CLA). Situado a 2,2 graus da linha do equador, cada lançamento feito
a partir do CLA pode valer até 30% menos que em outros centros instalados no
resto do mundo, especialmente por causa da economia de combustível
Fonte: Site da Agência Gestão
CT&I - http://www.agenciacti.com.br/
Comentário: Essa notícia é interessante e eu diária que
até já esperada, a partir do momento que ficou claro que a Visiona não se
envolveria com a área de veículos lançadores. Entretanto eu volto a insistir,
se não houver o compromisso governamental de criar a demanda que justifique a
criação dessa empresa, absolutamente nada mudará. O setor empresarial visa
obter essencialmente o lucro em cima do investimento feito, e sem a garantia que
haverá projetos contínuos que justifique o investimento na criação de uma
empresa como essa ninguém é louco para entrar numa fria, principalmente com o histórico
do governo brasileiro perante o PEB. Poxa, será que é tão difícil de entender
isso? O setor espacial americano cresceu e se desenvolveu em torno da demanda contínua
criada pelo governo dos EUA através dos projetos da NASA, assim foi no Japão
com a JAXA, na Europa com a ESA e está sendo na China e na Índia. Veja o caso
da própria Visiona, o negocio só saiu porque foram garantidos os recursos de R$
750 milhões para a construção do primeiro SGDC,
mas isso não é garantia de que a empresa continuará se o governo resolver de
uma hora para outra a brincar de fazer programa espacial com o pessoal da EMBRAER, não tenham duvida, eles cairão fora. Esse é o mesmo caso dessa nova desejada
empresa. Veja o que disse o presidente da AEB, o Sr. José Raimundo Coelho ao
autor dessa matéria: “O presidente da AEB também destacou que a atuação
do governo brasileiro na nova empresa é fundamental. Ele destacou que a área
espacial ainda não desponta como um setor de negócios que dê grandes retornos
para as empresas. O auxilio governamental viria, em sua maioria, para a
infraestrutura tanto na parte física quanto na laboratorial”. Note leitor
que o presidente da AEB fala da necessidade do apoio logístico do governo, mas
se esquece de falar do mais importante, da demanda de projetos que precisa ser
criada e apoiada continuamente, já que veículos lançadores só existem para
lançar cargas úteis no espaço (satélites, sondas espaciais, espaçonaves
tripuladas, etc) e se não existem esses projetos, perde-se a função desses
veículos. Na verdade leitor os projetos de satélites brasileiros já
efetivamente em curso (CBERS-3 e 4, Lattes-1, Amazônia-1, ITASAT-1, NanosatcBR-1,
na sua maioria grandes novelas intermináveis, não justificam a criação de uma empresa como essa, e os novos projetos previstos e apresentados no novo PNAE, não saíram
ainda do campo da ficção científica, principalmente se levarmos em conta o desempenho desastroso e descompromissado do governo DILMA ROUSSEFF no setor espacial. Gostaríamos de agradecer publicamente ao jornalista
Leandro Duarte, autor dessa matéria, pelo envio da mesma ao blog.
Vai ser dado um passo muito importante com a criação dessa empresa, seria a Nasa do Brasil?
ResponderExcluirConfesso que estou como um cego em meio a um tiroteio,pelo que entendi, essa empresa vai concorrer com a ACS?
ResponderExcluirAbraços!!
Olá Leo!
ExcluirNão acredito nisso. A ACS é uma empresa binacional que já nasceu sem chance nenhuma de sucesso Essa empresa pelo que entendi será exclusivamente formada por capital nacional para desenvolver e industrializar os projetos de veículos nacionais já em curso no IAE, ou seja, o VLS-1 e o VLM-1 e os planejados VLS Alfa e VLS Beta. Além disso o foguete da ACS atende outro nicho de mercado. Entretanto, é como eu disse, sem compromisso do governo, não há chance de sucesso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Prezados,
ResponderExcluirDesculpem, mas está havendo uma certa confusão...
Empresa integradora, é a responsável por conduzir um projeto e "integrar" suas partes constituintes. Existem exemplos em TODS as áreas, desde integradores de produção de frangos, que organizam o fornecimento de rações para cooperativas até a contratação de transportadoras especializadas nesse tipo de carga.
Bom, voltando ao nosso assunto, empresas integradoras no campo aeroespacial, foram e são amplamente utilizadas fora do Brasil à décadas. Um exemplo clássico, foi o foguete Vanguard, cujos estágios eram fabricados cada um por um fornecedor e todo o processo de coordenação da fabricação em etapas, coordenação das ações de todas as empresas e organismos governamentais envolvidos, integração física das partes, etc, etc, e muitos etc.
Naquela época da Guerra fria, os principais "integradores" eram as "Forças Armadas". Como sabemos, o Vanguard foi um projeto conduzido e integrado pela Marinha, enquanto o Redstone, que acabou por lançar o primeiro satélite americano, foi conduzido e integrado pelo Exército, e a Aeronáutica não ficou atrás.
Logo depois dessa fase, os "integradores" passaram a ser grandes empresas, como a Boeing, e até montadoras de automóveis como a Chrysler. O grande pré requisito era ter experiência em "fazer acontecer" projetos com partes constituintes das mais diversas origens.
Agora vem este Sr. presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), e manda essa: "Com a criação da empresa, o país terá a capacidade para fazer lançamentos comerciais de satélites". Que cara de pau! será que tem gente que "compra" essa ideia.
É como o Duda bem ressaltou. Não vai ser a Visona, que já não tinha razão de ser, nem mais essa que vão criar por decreto também, que vai gerar algum benefício. Na verdade, ao contrário, um país como o nosso, na situação atual, que manda pro espaço UM foguete de sondagem por ano, e um satélitezinho aqui outro ali, não tem demanda nem sequer parque industrial que justifique uma "empresa integradora", mesmo que por decreto como estas.
Basta constatar que a quase totalidade do parque tecnológico e industrial do qual os projetos aeroespaciais brasileiros dependem estão em São José dos Campos, então cabe a pergunta: integrar o que? Vizinhos de porta?
Pra mim, essas empresas que não se sustentam, só tem UMA justificativa para a sua existência, e é aquela nossa velha conhecida: mais uma forma de "eles" colocarem as mãos em mais grana dos nossos impostos.
Só não vê quem não quer.
Só uma duvida reza a lenda que o VLS-1 não tem nenhuma possibilidade de ser usado comercialmente ???
ResponderExcluirOlá André!
ExcluirNão creio que isso seja verdade, apesar de que para que ele fosse utilizado comercialmente realmente teria de sofrer algumas modificações. Entretanto, volto a insistir, na atual postura política o sucesso de algo assim não passa do campo da ficção científica.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Oi André,
ExcluirEm minha opinião, cada foguete tem a sua finalidade muito vinculada à época e o objetivo primário da sua criação. Salvo exceções que comprovam a regra, como o míssil R-7 que evoluiu para o lançador de maior sucesso de todos os tempos, o Soyuz, cada foguete teve a sua razão de ser na sua época.
O VLS, em meu ponto de vista, se enquadra neste caso. O seu objetivo, na época de sua criação, era provar que o Brasil tinha capacidade de lançar um pequeno satélite (300 a 400 kg) usando um foguete nacional.
Tecnicamente falando, um foguete movido a combustível sólido com essa capacidade de carga útil, não tem realmente chances no mercado internacional de lançamentos comerciais.
Existem muitas pessoas, com os conhecimentos técnicos necessários para uma avaliação correta, que são contrários ao prosseguimento desse projeto, principalmente considerando a sua complexidade desnecessária e a antiguidade do projeto original. É uma posição aliás, com a qual eu me alinho, preferindo que os poucos recursos que nos sobram, fossem aplicados exclusivamente no VLM, e depois dele no desenvolvimento de lançadores totalmente movidos a combustível líquido.
Especificamente para o mercado de microssatélites, podendo colocar vários deles em órbita num único lançamento, e se isso puder ser feito a partir de um centro próximo a linha do equador como é o caso do CLA, com custos muitos reduzidos, o VLM sim, teria boas chaces de se tornar um produto comercial muito viável.
Existe um documento, que aborda os sistemas de lançamento comerciais Russos, que pode dar uma idéia de o quanto esse mercado é competitivo, e o quanto o VLS está distante dele:
Smoke Trail Wind Shear Measurements.
Posso adiantar, que o menor lançador deles, o Cosmos-3M, tem capacidade de 1.500 kg (mais que o triplo do VLS), e o Cyclone-4 da ACS, se for concretizado, deve ter capacidade de mais de 5.000 kg, e mesmo assim, não é competitivo para os satélites de comunicação atuais, que são bem maiores que isso.
Ainda a título de referência, se o Brasil quisesse lançar um satélite do tipo do CBERS, precisaria ter um lançador capaz de colocar mais de 1.500 kg em órbita.
Em resumo, falta muito chão para ser competitivo nesse ramo, e não é com a tecnologia de combustíveis sólidos que o Brasil vai conseguir isso.
Att.
ACS, Visiona e agora essa. Está havendo uma confusão muito grande entre Programa Espacial (entenda-se busca de autonomia) e acesso/uso comercial do espaço. E mais: não é a criação de uma empresa que garante o sucesso na área, vide a ACS. E sobre a Visiona, reservo-me ao direito de duvidar de seu sucesso como integradora e fomentadora de projetos nacionais até prova em contrário. Sua criação é muito parecida com o que foi a ACS: um ministro de C&T vende a ideia, cria a empresa e depois vai "trabalhar" pra ela (alguém tem alguma dúvida do destino do Raupp ao sai do MCTI?).
ResponderExcluirDuda, isso tem cara, cheiro, e aparência de Lobby.
ResponderExcluirVenho dizendo isso ha alguns dias já, e parece q tudo caminha para esse lado.
Empresas já estao entrando em conversa? Empresas forçam o governo a conversar, é oq realmente imagino.
De resto, vejo essa empresa como a Emb nas atualizações de nossos caças -- oq é um grande barco furado. A tecnologia homem-maquina foi feita pela Ael [hoje elbit...], a revisao foi feita no PAMA, os radares ora sao italianos, ora da nossa querida mectron [odebrecth, tbm com ajuda dos italianos] e no fundo, a Emb so fez juntar tudo isso, dar uma pintura e ficar nos "trinques".
Se essa empresa sair, será nos moldes doq a Emb fez.
Se não sair -- que é o mais obvio -- vamos ver oq o Marcos falou: alguem comendo nosso suado dinheiro.
É brincadeira mesmo...continuo afirmando q nosso setor de cientistas Tem de sair do ostracismo e cobrar! Eu me lembro aq do grande Sergei Korolev q tinha Grandissima influencia no Kremilin, e foi oq de fato ajudou a desenvolver todos os seus lançadores e capsulas. Por acaso, após sua morte, a OKB q ele presidia perdeu importancia justo pq, o novo "diretor" dela nao tinha influencia politica. E acredite, caso ele ficasse vivo, veríamos o N-1 lançando uma capsula espacial ao menos depois do saturn-V com muito menos verba.
Repito, ou o setor cientifico brasileiro se move -- pq o povo nem sabe a importancia de um satelite, quiçá um foguetinho -- ou as empresas "publico-privadas" vão fazer "pressão". Agora, se essa pressão ajudar como "ajuda" nos EUA, hehe, eu ainda vou dar risada.
Abraços Duda, de um brasileiro realmente chateado em ver como no Brasil nada tem ordem, muito menos progresso. Nossos fundadores devem estar com se perguntando "como pode".
" Pergunta-se: Onde foi parar a ogiva integradora ,amarrotada de dinheiro? Na rota calculada pelos investidores desse intrigante empreendimento, que tem o objetivo de engordar o caixa dos pilíticos como nunca, mas o PEB, creio eu, não verá a cor dessa grande jogada, que evaporou na gestão atual.
ResponderExcluirO fato de mais uma parcela administrativa, não é exatamente uma novidade para nós, leitores do blog. De tempos em tempos, aparece essas anomalias, surgirão inúmeros holerites, que vem camuflados, vem a tona lembrar a falta de parcimônia com que órgãos públicos administram os recursos de nós contribuintes que, não custa lembrar , trabalham (+) de 150 horas por ano para custear os lobos de Brasíla e pagar impostos, mais impostos.
Agora, é brincadeira surgir empresas no ramo para dar apoio ao PEB, onde nunca se quer temos um programa que demande o mercado internacional de acesso e satelização.
O festival de distorções que veio à luz é só uma mostrar do que se descobrirá escondido nos escaninhos da burocracia, onde eles realmente fazem o que querem, sem critérios.
Até hoje, sempre que eclodiu um escândalo envovlvendo terceiros, a engrenagem do corporativismo entrou em ação para abafálo, mas não adianta o nosso blog estará sempre vivo!
Com a divulgação permanente das informações sobre qualquer assunto com o envolvimento do nosso PEB, o olhar de DUDA estará atento para sociedade, será mais difícil fazer o truque funcionar.