Você Quer Mesmo Ser Cientista?

Caro leitor!

Não é a cara dela?
Não é de agora que eu venho manifestando a minha insatisfação com a situação do Programa Espacial Brasileiro (PEB) e todos os leitores que nos acompanham diariamente no blog sabem dessa minha insatisfação.

O problema é extremamente grave, e não só se limita ao programa espacial do país, já que o setor de Ciência e Tecnologia como um todo está sendo profundamente prejudicado por essa presidente com cara de CHUCKY e seus energúmenos de plantão.

Não é por acaso, que um tempo atrás a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, mulher de valor, veio a publico e sentou a madeira nesse governo desastroso.

Dias atrás recebi um interessante e-mail de um jovem estudante de Engenharia Aeronáutica (não vou dizer o nome dele por não ter sido autorizado e pelo possível risco de prejudicá-lo) que é leitor do nosso blog e que vendo a nossa grande preocupação com os poucos recursos destinados à área tecnológica brasileira, principalmente a área aeroespacial, nos enviou o artigo que intitula essa minha nota, artigo esse escrito pela Pós-Doutora em NeurociênciaSuzana Carvalho Herculano Houzel (uma bonita e corajosa jovem por sinal), onde segundo ele, o mesmo vem sendo discutido entre seus colegas que estão pensando ou já pensaram em entrar pro ramo acadêmico.

Ainda segundo o estudante, o artigo apesar de ser escrito por uma neurocientista, se adéqua a nossa realidade, pois o mesmo trata do tema se vale a pena ser um cientista hoje no Brasil. Afinal, como sabemos, as dificuldades são enormes, a começar pela baixa remuneração e a falta de reconhecimento do governo (eu diria de vergonha na cara) de que a pesquisa é um campo importantíssimo para o desenvolvimento de uma nação.

O estudante completa dizendo que ele tem visto entre alunos que cursam Engenharia Aeroespacial um grande número de colegas migrando para o ramo aeronáutico, devido às incertezas do setor espacial e pela grande falta de investimentos nessa área.

Convido então você leitor a ler pelo links abaixo o interessante artigo da Pós-Doutora em NeurociênciaSuzana Carvalho Herculano Houzel que foi divido em duas partes:

Parte -1:


Parte - 2:


Bom continuando leitor, eu não vejo saída, a não ser que a sociedade de mobilize em prol do futuro desse país e faça uma passeata até Brasília, uma espécie de DIRETAS JÁ, ou FUTURO JÁ, ou MORALIZÃO JÁ, ou coisa parecida, formada por estudantes, professores, pesquisadores, militares, e cidadãos brasileiros representantes de todas as classes, para fazer com que esses energúmenos tomem as providências necessárias, nem que seja na 'base do chicote', rsrsrsrs.

Mas a verdade leitor é que nem mesmo eu acredito nessa possibilidade. Já que grande parcela de nosso povo está mais interessado em Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Carnaval e eventos dessa natureza.

Assim sendo, esses energúmenos continuarão ainda por muito tempo pitando e bordando e defendendo os seus interesses e benefícios propiciados pelo poder se aproveitando da perpétua ignorância do povo brasileiro. Lamentável!.

Duda Falcão

Comentários

  1. Caro Duda,

    a situação está terrível nesse país. O "problema somos nozes"!

    O povo brasileiro é muito pacífico, não liga pra nada! Leva a vidinha dele é os outros que se fo...!

    Não pensam no futuro do país! Eu venho tentando de maneira indireta publicar matérias "legais" sobre o programa espacial no mundo, para ver se com isso tenho um grande público interessado no assunto e posteriormente, começo a falar da realidade do programa espacial Brasileiro.

    A partir de agora todo post que eu realizar no meu blog, irei colocar um reverência ao seu na última linha do post, para atrair mais visitantes ao seu blog, para eles verem a verdadeira realidade que o país está nessa área.

    Então não desista Duda você não está sozinho nessa luta.

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  2. Caro Mensageiro Espacial!

    Em primeiro lugar parabéns pelo crescimento do seu blog, você vem fazendo um excelente trabalho. Tenho acompanhado e vejo que em breve você deverá superar o blog "BRAZILIAN SPACE" em número de visitas, o que será um grande feito.

    Obrigado amigo pela sua intenção em ajudar, mas o problema é que eu não acredito mais no PEB. Para que fique claro, quando eu digo que não acredito no PEB, não estou dizendo que não acredito nos profissionais envolvidos com o mesmo, longe disso, essa gente merece todo meu elogio.

    Entretanto, é preciso que se entenda que o Programa Espacial Brasileiro é um programa governamental, sustentado por recursos do governo e gerenciado pelo mesmo. A questão aqui não é se o VLM-1 sairá do papel ou não (eu até acredito que sim por razões especiais que fogem do contexto), mas para que? Qual é realmente o compromisso que o governo brasileiro tem com esse foguete? E os outros projetos em curso no IAE e no INPE?

    Mensageiro, não existe por parte do governo qualquer interesse, política ou compromisso que crie a sustentabilidade financeira, humana, industrial, e tecnológica necessária para que haja avanços significativos no PEB. Um grande exemplo disso é o projeto do satélite Amazônia-1, uma verdeira insanidade, o tal satélite já tem mais de 30 anos em desenvolvimento (fico até sem palavras para descrever essa situação) e assim vale para o VLS e outros projetos em curso.

    A verdade amigo Mensageiro é que a Sociedade Brasileira não quer um programa espacial por ignorância (vejo isso até em minha própria casa) e o governo não tem interesse pois o PEB não gera voto.

    Sabe Mensageiro, estou cansado de viver dentro dessa ciranda de décadas a fio sem ver qualquer resultado. Cara, o ultimo satélite realmente brasileiro lançado ao espaço e assim mesmo por um foguete chinês foi o SACI-1 em 14/10/1999 e para completar o drama, não funcionou. Essa é uma clara demonstração que está tudo errado.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Bom,

    Sobre o artigo, primeiro, realmente é a cara dela.

    Sobre as verdades que a neurocientista expõe e tenta sugerir soluções, o que dizer? Ela está cem por cento certa.

    Só gostaria de ressaltar, que essas mazelas, não são um "privilégio" da categoria dos cientistas.

    Eu por exemplo, fui meio que obrigado por questões práticas de sustentação, a abandonar uma faculdade pública, onde eu tinha em vários dias da semana, uma aula pela manhã e uma à tarde ou noite. Na minha época sequer existiam cursos superiores na área que eu gostava, e por esforço próprio vim a conseguir trabalhar (na época informática, hoje conhecida como Tecnologia da Informação, TI).

    Meu primeiro estágio? Que era por tempo determinado de 6 meses, era um jeito de os empregadores conseguirem mão de obra gratuita. Fiz dois “estágios” desse tipo. Depois de trabalhar anos a fio, sempre me especializando com estudos e cursos que eu mesmo financiava, sendo que alguns desses anos forçado a trabalhar como "empresa", me descubro hoje tentando sobreviver num mercado muito concorrido e saturado, sem sequer poder me aposentar.

    Então, essa "novela do tipo dramalhão", se repete em todas as áreas, seja de pesquisa, seja no funcionalismo público, no setor privado, militar, ou qualquer outro.

    Vivemos um conjunto de crises uma por cima da outra: moral, institucional e sei lá o que mais.

    Mas uma coisa é certa. Estamos TODOS no mesmo barco.

    É preciso mudar muita coisa, mas podemos e devemos continuar tentando mudar para melhor.

    Porque diferente do que diz o palhaço, pode SIM, ficar pior do que já está.

    Lembrem-se da clássica frase: “para que o mal prevaleça, basta que os homens de bem, nada façam”.

    Abs.

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  4. Caro Duda,

    obrigado pelos elogios. Estou conseguindo esse número de visitas porque divulgo meu blog em www.ocioso.com.br, ou seja, se não você isso teria muitas poucas visitas.

    Duda tenta fazer isso e divulgar os post polêmicos lá nesse site, talvez assim conseguimos atrair a atenção da população brasileira.

    Abs.

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  5. Olá Mensageiro!

    Vou tentar, já cadastrei o blog e agora estou aguardando sua liberação para postar notícias. Se for liberado vamos ver se as coisas melhoram.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Não sei se alguém já ouviu falar da revolução silenciosa da Islândia, ou diria antes 'silenciada' (pela imprenssa mundial).

    É preciso definir-se os pontos claros a serem mudados e fazer como os professores fizeram a alguns meses atrás, só que em larga escala. Creio que só assim se conseguiria algo.

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    1. Oi Israel,

      Não sei se você se lembra, mas na mesma época, os funcionários da PF, também fizeram uma greve que se estendeu por meses.

      O único problema, é que o mais comum no Brasil, é que o pessoal dessas categorias façam greve apenas por questões salariais.

      Será necessário um nível de conscientização e união muito maior para que o pessoal envolvido no PEB consiga colocar as coisas nos eixos.

      Sobre isso, estamos aqui para ajudar, cobrar, denunciar...

      Enquanto puder, vou fazer isso.

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  7. Sou 100% a favor da ideia de os dois colaborarem com postagens em um blog sobre astronáutica nacional e internacional.

    Sobre o artigo:
    Eu demorei bastante tempo para descobrir em qual área eu queria me formar. Nunca tive interesse em nada e só após completar 18 anos de idade eu resolvi que queria Engenharia Aeroespacial.
    Pelo que vejo o caminho é árduo, cheio de espinhos. Eu não estou com um pé atrás em relação a esta área, muito pelo contrário.
    Fico pensando se um dia o governo se interessará pela Astronáutica ou se um dia aparecerá uma SpaceX da vida no Brasil (é impressionante os feitos dessa SpaceX. Quem diria que uma empresa superaria uma nação?).

    Eu não sei o que farei se não for Engenharia Aeroespacial.

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  8. Prezados

    O caminho traçado pela Dra. Suzana é real e cruel, mas não é o único. Na minha opinião nem mesmo é o mais aconselhável. A carreira que começa com graduação, mestrado e doutorado em sequencia acaba dando um demasiado vínculo acadêmico, com os problemas bem descritos pela Dra.

    Também sou cientista e tive uma carreira diferente. Fiz meu mestrado e doutorado em tempo parcial enquanto trabalhava em instituto de pesquisa. Os institutos de pesquisa e os departamentos de pesquisa de empresas privadas, contratam engenheiros para depois encaminhá-los ao mestrado e doutorado. Os pesquisadores assim formados passam a ter uma visão muito mais ligada à realidade da tecnologia/ciência que desenvolvem.

    Além disso a Dra não mencionou uma outra realidade. Uma parte considerável de mestrandos estão fazendo o mestrado porque não conseguiram emprego. Muitos assim que conseguem uma oportunidade abandonam o curso. As bolsas de mestrado e doutorado são de fato baixas para não competirem com o mercado profissional. Quando determinado instituto precisa de formação específica dentro de um projeto importante oferece bolsas com valores muito superiores (no caso do projeto SIA atualmente o mestrado paga R$3200) para alunos de comprovado competência e vocação. Talvez aí esteja a palavra chave da questão. Ser cientista não é uma profissão mas antes de tudo uma vocação (não apenas uma questão de inteligência e formação).

    Para quem possa interessar o DCTA vai soltar um edital em fevereiro para concurso público para pesquisadores/tecnologistas juniores (onde só é exigido graduação)

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    1. Mandou bem Waldemar,

      Esse é o tipo de orientação de carreira para cientistas que deveria ser adotado como padrão.

      Apesar da minha completa ignorância no assunto, acredito que muitos centros da Europa, principalmente na Alemanha, valorizam muito mais o envolvimento da ciência acadêmica com a prática.

      Esse modelo é muito legal!

      Abs.

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  9. O problema do governo brasileiro é que ele prefere adquirir a tecnologia de outros países(tecnologia obsoleta), ao inves de desenvolver aqui, mas como sempre existe dificuldades voce tem que supera-las para chegar ao seu objetivo, se for ficar pensando nisso nunca será feito nada.

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