Brasil Inicia Obras do Novo Acelerador de Elétrons Esse Ano
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (17/01) no site da
“Agência FAPESP” destacando que o Brasil iniciará as obras do Acelerador de
Elétrons de Terceira Geração este ano.
Duda Falcão
Especiais
Brasil Iniciará Obras do Acelerador de
Elétrons de
Terceira Geração Este Ano
Por Karina Toledo
28/01/2013
Projeto Sirius tem custo previsto
de R$ 650 milhões e prazo de
conclusão para 2016. Expectativa
é que laboratório atraia
pesquisadores de
destaque
no cenário internacional
(Ilustração:LNLS)
|
Agência
FAPESP – Deve
começar ainda este ano, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em
Campinas, a construção do novo acelerador de elétrons de terceira geração,
batizado de Sirius.
Capaz de
emitir radiação com maior brilho e gerar imagens com mais resolução que o
atual, de segunda geração, o equipamento poderá atrair para o país cientistas
de destaque no cenário internacional, como a israelense Ada Yonath – vencedora
do Nobel de Química em 2009 por seu trabalho sobre a estrutura e a função dos
ribossomos – ou o americano Brian Kobilka – premiado em 2012 pela descoberta de
um novo receptor celular –, afirmou Antonio José Roque da Silva, diretor do
LNLS.
“Será uma
facilidade aberta que atenderá às mais diversas áreas da ciência, desde
medicina, biofísica, biotecnologia, biologia molecular e estrutural, até
paleontologia, ciências dos materiais, agricultura e nanotecnologia. Se o
equipamento estiver realmente no estado da arte, vai atrair pesquisadores de
ponta de todo o mundo”, disse.
Desde 1997,
no LNLS, está aberto para uso em pesquisas externas um acelerador de elétrons
de segunda geração. Atualmente, o laboratório está subordinado ao Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e conta com 16 estações
experimentais, também chamadas linhas de luz, que atendem em torno de 500
grupos de pesquisa por ano.
Uma parte
dos equipamentos das estações experimentais foi adquirida durante projetos
apoiados pela FAPESP, como a linha de luz para biologia molecular estrutural (MX2) e
equipamentos para a linha do wiggler supercondutor.
Único na
América Latina, o síncrotron é capaz de emitir radiação de alto brilho em
diversas frequências, desde infravermelho até raios X. Isso permite estudar a
estrutura atômica que compõe os mais diversos materiais e descobrir como se
distribuem espacialmente e como estão interligados.
“Para
entender a diferença entre os raios X emitidos por uma máquina comum usada na
medicina e a radiação emitida pelo síncrotron, podemos comparar o feixe de luz
de uma lanterna com o de uma ponteira a laser, que tem divergência muito
menor”, explicou Roque da Silva.
De acordo
com o diretor do LNLS, a mesma analogia pode ser usada para comparar o feixe de
fótons emitido por um acelerador de segunda e um de terceira geração.
A energia
final dos elétrons será mais do que o dobro da atual, que é de 1,37 GeV
(gigaelétron-volt). Além de gerar mais intensidade de luz, o Sirius também
ampliará sua faixa de alcance para os raios X duros (o penúltimo no espectro
eletromagnético, atrás dos raios gama). Isso permitirá penetrar estruturas mais
espessas.
“Hoje, ao
estudar as propriedades do aço, por exemplo, só é possível penetrar na camada
mais superficial do material. Com o novo acelerador conseguiríamos atingir de
fato o volume e aprender como os átomos estão organizados”, contou Roque da
Silva.
A menor divergência
do feixe de fótons, por sua vez, aumentará a resolução das imagens,
possibilitando a realização de medidas de microscopia com precisão nanométrica.
“Será possível gerar imagens tridimensionais de uma célula e de suas
organelas”, contou.
Na Fronteira
Segundo o
diretor do LNLS, em julho ficará pronto o projeto executivo do novo acelerador,
que contém todas as informações de arquitetura e infraestrutura necessárias
para o início das obras. Estão previstas a construção de até 40 estações
experimentais – quase o triplo da capacidade atual.
“O projeto
conceitual está concluído. Originalmente ele já era competitivo em relação aos
outros síncrotrons de terceira geração, mas o comitê internacional de
avaliadores nos desafiou a fazer um projeto ainda mais arrojado. Agora ele traz
uma série de inovações que o colocam, de fato, na fronteira tecnológica”,
afirmou Roque da Silva.
Enquanto os
demais equipamentos do tipo usam o sistema de eletroímãs, o Sirius será
inteiramente baseado no sistema de ímãs permanentes, o que reduz a necessidade
de cabos de alimentação.
“Também
fizemos mudanças drásticas na rede magnética e na câmara de vácuo. O feixe de
luz do Sirius estará entre os de maior brilho no mundo”, afirmou Roque da
Silva.
O custo
previsto do projeto, estimado para terminar em 2016, é de R$ 650 milhões. Até o
momento, segundo Roque da Silva, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI) já investiu cerca de R$ 55 milhões.
“O MCTI
considera o Sirius como um dos projetos prioritários para o país e o apoio tem
sido crescente. Mas também estamos buscando outros parceiros”, contou Roque da
Silva.
O projeto
também conta com apoio do governo do Estado de São Paulo, que se comprometeu a
fazer a desapropriação do terreno de 150 mil metros quadrados onde será construído
o acelerador – ao lado das atuais instalações do LNLS.
“A
construção do Sirius será, sem dúvida, uma das ações mais importantes do ponto
de vista da internacionalização da ciência. O poder de nucleação de um
laboratório desse porte é enorme”, avaliou Roque da Silva.
Fonte: Site da Agência FAPESP
Comentário: Grande notícia se a mesma for verdadeira, e
não mais uma propaganda política desse governo populista e desastroso. O
Projeto Sirius é realmente fantástico para todas as áreas das ciências, ai incluído também o nosso Programa Espacial, sendo difícil de acreditar que sairá realmente
do papel em 2016, mas enfim.... vamos aguardar. Note leitor que segundo essa
notícia o governo investirá nesse projeto até 2016 R$ 650 milhões, já no PEB o
orçamento desse ano da AEB enviado ao Congresso não chegou nem a R$ 200 milhões. No governo Chucky é isso que eles chamam de Projeto Estratégico.
Uma ótima notícia! Mas também tenho minhas dúvidas. É ótimo termos uma facilidade dessas no nosso país, e pergunto-me se aquela visitinha dos funcionários do CERN não teria alguma coisa relacionada com isso. Entretando eles não nos deram mais notícias.
ResponderExcluirEste projeto foi anunciado em 2010. Na época, previram que custaria 200 milhões de reais (voces sabem como é o Brasil).
ResponderExcluirNa verdade, o LNLS é orgulho nacional a décadas por ter os maiores aceleradores do tipo no hemisfério sul. A esposa de um professor meu trabalha lá, e ele sente-se privilegiado por isso.
Há muitas expectativas com relacão a esse empreendimento, e espera-se que pouco atrasos acontecam, mesmo porque eles não tem sido uma marca do LNLS.
Agora é hora de comecarmos a projetar um acelerador de partículas que as colida, assim como o LHC do CERN faz.
E meu problemático teclado me obriga a escrever esse texto sem usar cedilha...