O NETS-2013, o Projeto TERRA e o Editor do Defesanet
Olá leitor!
De 25 a 28/02 será realizado na cidade de Albuquerque, no
estado americano do Novo México, o NETS-2013 (Nuclear And Emerging Technologies
for Space), que é um evento que visa apresentar e discutir arquiteturas,
missões, conceitos e projetos relacionados à exploração do espaço através do
uso de tecnologias nucleares.
O evento que ocorrerá no Hotel Albuquerque Marriot muito
provavelmente deverá contar com a participação do grupo liderado pelo
pesquisador Dr. Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães, do Instituto de Estudo
Avançados (IEAv) do DCTA, e coordenador do Projeto TERRA (Tecnologia de
Reatores Rápidos Avançados).
O projeto em questão é classificado pelo Comando da
Aeronáutica (COMAER) como projeto estratégico e visa propiciar o
desenvolvimento no Brasil de tecnologias especiais que permitam a aplicação da
energia nuclear para a geração de energia elétrica e efeito propulsivo nos
dispositivos espaciais brasileiros, tais como: satélites e naves espaciais.
Em minha opinião o projeto do Dr. Lamartine não é só
pertinente como fantástico e demonstra mais uma vez como o COMAER está antenado
com o que deve ser feito (veja o caso das tecnologias de propulsão hipersônica
a ar aspirado e a laser em desenvolvimento no instituto), apesar da falta de
comando, compromisso, responsabilidade e de visão de diversos governos
subsequentes desde o governo do ex-presidente Fernando Collor, ou seja, desde o
início da década de 90 (quanta coisa poderia ter sido feita, uma pena mesmo).
Para completar, e aproveitando a oportunidade, o
tremendamente mal informado editor do site defesanet fez um comentário extremamente infeliz na matéria do jornal o Globo sobre o imbróglio da ACS (postada
no site) misturando tudo e dando entender nas entrelinhas que o acidente do
VLS-1 e toda essa confusão com a ACS fosse por culpa da Aeronáutica. Não sabendo
ele que o Comando da Aeronáutica sempre foi contrário a esse desastroso acordo com
a Ucrânia, e que o acidente do VLS-1 em 2003 aconteceu por culpa do boicote
contínuo de diversos governos desde o governo Fernando COLLOR, culminando com a
atitude irresponsável do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que no final
de seu governo, enviou ao Congresso um orçamento de 50 milhões para todo PEB,
orçamento esse que não foi retificado quando o humorista LULA assumiu no início
de 2003, culminando assim no acidente ocorrido em agosto daquele ano. Realmente
lamentável o comentário do editor desse prestigiado site brasileiro da área de
defesa.
Se o COMAER tem alguma culpa com a atual situação, essa
culpa a meu ver se restringe a falta de uma altitude mais agressiva e
inteligente junto ao MD (onde atualmente tem um banana no poder) e a Presidente
da República, como fez o Comandante da Marinha em 2008 (creio eu) com o
ex-presidente LULA com relação ao Programa Nuclear e ao PROANTAR. É preciso que o atual Comandante
da Aeronáutica, Juniti Saito, deixe de dizer ‘amém’ a esses energúmenos, e
cobre deles com veemência, o respeito, a responsabilidade, o compromisso e a seriedade
para com o verdadeiro Programa de Veículos Lançadores do PEB, este sim, sob responsabilidade
do COMAER.
É preciso que se entenda definitivamente que Programa Espacial
é caro, arriscado, perigoso e extremamente necessário e estratégico para
qualquer país do mundo, principalmente para um país com as dimensões territórios
do Brasil. O Brasil não será uma sociedade forte e desenvolvida no século 21 e nos
posteriores, com voz ativa nas decisões planetárias, se não dominarmos as tecnologias de acesso ao
espaço, já que o futuro não está na atmosfera terrestre como muitos imaginam e
sim no espaço.
Duda Falcão
Sobre esse assunto, já deixei bem clara minha opinião de que, na situação atual, enquanto não forem devidamente separados os esforços para os objetivos espaciais civis e militares, inclusive a nível de comando, a coisa não vai andar bem nem para um lado nem para o outro.
ResponderExcluirDe qualquer forma, como o tal editor menciona a Estratégia Nacional de Defesa (END) e a FAB, fui a cata do tal documento, e encontrei aqui:
"ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA"
E ele só reforça a minha opinião. Reparem que no sistema legalista que adotamos, ou foi adotado para nós, esta lei, no que diz respeito ao texto, é tudo de bom. Claro, se fosse minimamente cumprida. No entanto, o que se vê é praticamente o contrário do que lá se pode ler.
É interessante, que todos deem uma "passada de olhos" nesse documento de tirem suas próprias conclusões.
Att.