Governo Atrasa Pagamento de Bolsistas do CsF em Londres
Olá leitor!
Segue uma matéria
publicada hoje (09/01) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que o
governo está atrasado com os pagamentos de bolsistas brasileiros do programa “Ciência
sem Fronteiras” locados em Londres (ING).
Duda Falcão
CIÊNCIA
Governo Atrasa Pagamento de
Bolsistas Brasileiros em Londres
FLÁVIA FOREQUE
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
09/01/2013 - 04h00
Atrasos no
pagamento de bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras levaram uma
universidade britânica a oferecer "empréstimo de emergência" a alunos
prejudicados pela demora no repasse do governo brasileiro.
Na semana
passada, a University of East London (UEL) encaminhou e-mail aos 35 bolsistas
brasileiros inscritos na universidade oferecendo uma ajuda de até 500 libras
(R$ 1.631), a ser devolvida até 31 de março, sem juros.
Criado no fim de
2011, o programa tem como meta enviar, até 2015, 101 mil universitários e
pesquisadores para intercâmbios em universidades estrangeiras.
Desde setembro,
no entanto, quando esses alunos iniciaram os estudos em Londres, o depósito de
uma parcela da bolsa correspondente a uma ajuda de custos de transporte e
alimentação não é feito. Hoje, a dívida da Capes com cada aluno chega a 2.000
libras (R$ 6.557).
A Folha
apurou que atrasos no pagamento de bolsas também já foram detectados na Itália,
Suécia e Alemanha.
"Chegou ao
nosso conhecimento que alguns estudantes do Ciência sem Fronteiras não
receberam todo o dinheiro que estavam esperando da Capes [Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] no Brasil", escreveu o chefe
do setor internacional da universidade britânica, James Curran, aos alunos
brasileiros, em e-mail obtido pela reportagem. No comunicado, ele oferece os
empréstimos como alternativa.
O processo de
financiamento é simplificado. Basta o aluno se dirigir ao setor internacional e
retirar um cheque com a quantia. Segundo a UEL, "vários" estudantes
já pegaram o empréstimo.
Caso a Capes não
deposite os pagamentos prometidos até março, os britânicos já admitem adiar a
data para quitação dos empréstimos efetuados aos bolsistas.
Além da verba
mensal de 416 libras, que vem sendo paga, os bolsistas em Londres deveriam
receber mais 400 libras (R$ 1.311) por mês, devido ao alto custo de vida na
capital britânica.
O envio da verba
extra para despesas com transporte, alimentação e material didático foi
comunicado pela Capes aos bolsistas em agosto passado, mas não foi realizado
até agora. Em Londres, um cartão mensal de metrô custa 136,80 libras (R$ 448).
CUSTO ALTO
Estudante de
arquitetura na UEL, Ingrid Soares, 22, afirma que tomou o empréstimo no dia
seguinte à oferta.
"Isso
queima muito o filme do programa aqui", disse. "Meus amigos falam que
passa propaganda [no Brasil] do Ciência sem Fronteiras como se fosse
xampu."
Para Giulia de
Almeida Masutti, 21, estudante de moda, as 416 libras mensais não são
suficientes. "Temos gastos normais, de universitários normais, sem grandes
luxos, vivendo em uma metrópole com alto custo de vida."
OUTRO LADO
A Capes, órgão
do Ministério da Educação responsável pela concessão de bolsas a estudantes do
programa Ciência sem Fronteiras, informou que o atraso no pagamento das ajudas
de custo deve-se a uma "adaptação de sistema".
Segundo afirmou o
órgão, os pagamentos serão normalizados em fevereiro, retroativamente.
"O atraso
se deve à adaptação do sistema à nova portaria que prevê esses pagamentos. Os
pagamentos serão regularizados em fevereiro, após fechamento do repasse daquele
mês, e serão retroativos", afirmou a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior), em nota.
A reportagem
formulou sete questões ao órgão, mas só três foram respondidas.
A Capes não
informou, por exemplo, se orientou os estudantes brasileiros a aceitar os
empréstimos da University of East London nem se já houve registro de problemas
para pagamentos dos benefícios para bolsistas do programa em outros países.
Editoria de
Arte/Folhapress
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 09/01/2013
Comentário:
Levando-se em conta que essa matéria do jornal Folha de São Paulo tenha fundamento, e creio
que tenha, já que esse é um dos maiores jornais do país, se não o maior, veja
você leitor que os pais dos jovens que participam desse programa “Ciência sem
Fronteiras” e são leitores do blog “BRAZILIAN SPACE” foram avisados que isso
poderia acontecer e que seria melhor que eles só enviassem seus filhos com uma
reserva financeira. Felizmente a sensibilidade dos ingleses da University of
East London (UEL) para com essa desconfortável e constrangedora situação dos jovens brasileiros solucionou momentaneamente o problema, mas isso não significa que será
sempre assim, mesmo na Inglaterra ou qualquer outro país do mundo. E ainda
temos de escutar o CAPES dizer: "O atraso se deve à adaptação do sistema à
nova portaria que prevê esses pagamentos. Os pagamentos serão regularizados em
fevereiro, após fechamento do repasse daquele mês, e serão retroativos".
Ora leitor, eu pergunto ao energúmeno do CAPES que disse isso o que então os
jovens do programa devem fazer até a regularização dessa situação, rodar a
bolsinha na zona de prostituição das cidades onde eles foram estudar?
Morei em Londres e confirmo que é uma cidade cara para viver. 400 libras é o mínimo dos mínimos para sobreviver (isso se o aluno já tiver garantido alojamento, porque o preço médio de um quarto em Londres fica entre 80-120 libras por semana - dependendo do bairro).
ResponderExcluirCreio também que a universidade londrina agiu, não somente por boa vontade, mas por saberem que não é prudente se darem ao luxo de tirar alunos no meio de uma crise financeira, valendo mais investir para que se mantenham. Conheço o sistema político, financeiro e educacional de lá, e eles não têm grandes dificuldades (mesmo a nível legal) de se adaptarem a situações como essa, e daí compreender a flexibilidade da universidade (que já conseguiu garantir um empréstimo para os estudantes).
Apesar desses precauços o programa CsF é importantissimo para o país, e cabe ao governo cumprir sua parte para não gerar desconfianças lá fora (principalmente com a atual visão que têm de que o Brasil é o país do futuro). Por outro lado temo pelo programa porque não pode acontecer lá fora o que acontece em varios setores aqui dentro do país, onde as coisas são resolvidas sem metas obrigatórias. Isso, no programa espacial, já fez com que os membros da Estação Espacial Internacional tirassem o Brasil do grupo por falta de compromisso. Espero que não aconteça o mesmo com o CsF, ainda porque seria prejudicial para as familias de quem está lá, visto que sustentar quem está lá em Londres transferindo reais para libras é uma carga enorme.
Bom, duas coisas me chamaram a atenção nessa matéria.
ResponderExcluirA primeira, nada surpreendente, e vergonhosa para o país de mais essa demonstração de falta de seriedade com compromissos assumidos. Realmente uma VER-GO-NHA.
Já por outro lado, fiquei surpreso com o fato de uma estudante de "MODA" estar estudando lá sob os auspícios desse programa, que em última análise é pago com o nosso dinheiro.
Nada contra a cadeira de MODA, mas eu, na minha ignorância, julgava que este seria um programa para aquelas cadeiras de altíssima complexidade, e que necessitam de laboratórios igualmente complexos, caros, e que não existam por aqui.
Se assim fosse, a quantidade de alunos seria bem menor, e mais seleta, e ao meu ver mais adequado ao propósito, e menos sujeita a esses problemas de falta de repasse, pois a verba poderia ser menor.
Eu realmente não entendo nada disso, mas até mesmo num curso de MODA, não seria mais correto enviar essa estudante para Paris ou Milão? Aprender Moda em Londres ??? Se fosse um curso de rock'n'roll, tudo bem, faria sentido.
Muito esquisito.
Marcos Ricardo,
ExcluirModa e um curso importante como qualquer outro. Estudar moda em Londres ou em qualquer outra cidade do mundo faz sentido sim. Moda lida com as aspiracoes e complexidades do ser humano e de como ele se comporta. Nao e menos ou mais importante que nenhuma outra disciplina. Esse tipo de questionamento e inutil para formar a opiniao das pessoas que estao lendo. Resuma-se a fatos importantes.
Falando em total falta de seriedade com compromissos assumidos...
ResponderExcluirAcabou de passar em rede nacional, nem essa "reforminha" superfaturada do Maracanã, que era pra custar R$ 600 milhões e já está na casa do Bilhão (só a parte que é divulgada) e que é de interesse político deles mesmos, eles conseguem manter.
A "entrega parcial", pois as obras de acesso vão ser "provisórias", foi adiada pela enésima vez.
E olha que isso não é nenhum "fundo de verbas invisível".
É o Maracanã, e está lá pra quem quiser ver...
O responsável pela obra dá uma entrevista no ano passado dizendo claramente que “entregaria as chaves do Maracanã para a FIFA em Fevereiro desse ano, e agora diz com a maior cara de pau que nunca disse isso!
Ele, é claro, só segue o exemplo que vem de cima.
Nada de novo.