Dilma Manda Pagar Bolsistas e Capes Diz que Falta Estrutura
Olá leitor!
Segue uma matéria
publicada hoje (10/01) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que a Presidente Chucky mandou pagar os bolsistas que estão em Londres e a CAPES
disse que falta estrutura.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Dilma Manda Pagar
Bolsistas e
Capes Diz que Falta Estrutura
FLÁVIA FOREQUE
Colaborou BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
10/01/2013 - 04h01
A presidente
Dilma Rousseff determinou que parcelas atrasadas das ajudas de custo para
estudantes brasileiros bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras sejam pagas
até a próxima semana.
O chefe da
Capes, órgão do Ministério da Educação responsável pelos repasses, reclamou,
por sua vez, da falta de estrutura para gerenciar os pagamentos no exterior.
Dilma, que tem o
programa como uma de suas bandeiras, ficou contrariada com o atraso nos
repasses a estudantes em intercâmbio na UEL (University of East London), no
Reino Unido, revelado ontem pela Folha.
A reportagem
mostrou que 35 bolsistas da UEL não recebem, desde setembro, uma ajuda de custo
mensal de 400 libras para alimentação, transporte e material. A universidade
britânica ofereceu empréstimos emergenciais de 500 libras (R$ 1.631).
Ontem, Jorge
Guimarães, presidente da Capes, afirmou que o benefício só foi
institucionalizado em dezembro. Um e-mail obtido pela Folha mostra,
contudo, que os pagamentos foram prometidos em agosto.
A portaria de
dezembro prevê inclusive pagamentos retroativos.
Guimarães
queixou-se de que a estrutura da Capes para lidar com o pagamento dos bolsistas
não acompanhou o aumento de demanda decorrente da criação do Ciência sem
Fronteiras em 2011.
Ele apontou um
crescimento de 4.000 para 12 mil bolsistas da Capes a partir da criação do
programa, sem, no entanto, mudança no órgão.
"O mesmo
pessoal, sem aumentar uma pessoa, sem aumentar um DAS [cargo comissionado], sem
aumentar nada", afirmou Guimarães.
Depois de ter
sido cobrado pelos atrasos pelo ministro Aloizio Mercadante (Educação), que,
por sua vez, foi cobrado por Dilma, Guimarães afirmou que foi um
"descuido" o prazo de fevereiro para quitação das dívidas,
apresentado em resposta oficial à Folha anteontem.
"Diante da
pressão, estamos fazendo um mutirão para ver o que está faltando, qual é o
bolsista que não está recebendo, se é o caso. Que é capaz de ter mais",
disse.
Guimarães
informou que o governo está modernizando o repasse da bolsa com a entrega de um
cartão do Banco do Brasil, para cada bolsista.
Mas se mostrou
cético com o novo método, elogiado publicamente por Mercadante. "Eu ainda
quero ver para crer se vai funcionar mesmo."
CAPES EXIGE
QUE ESTUDANTES ENVIEM CARTA
A Capes exigiu
que as duas estudantes citadas em reportagem da Folha ontem enviem um
e-mail para o governo brasileiro atestando que "não estão passando
necessidade nenhuma".
Relato nesse
sentido foi feito, por telefone, pelo presidente do órgão, Jorge Guimarães, ao
ministro Aloizio Mercadante (Educação), na presença da reportagem da Folha,
na tarde de ontem.
"Foi
perguntado enfaticamente: vocês querem voltar [ao Brasil]? Com muita calma, a
Denise [Neddermeyer, diretora de relações internacionais da Capes] foi bem
calma. E elas disseram que não querem voltar. Então, vocês vão mandar uma
carta, um e-mail, dizendo que não querem voltar. E que não estão passando
necessidade nenhuma", disse Guimarães a Mercadante.
Ele ressaltou
que não houve atraso da bolsa do Ciência sem Fronteiras, apesar de admitir
atraso no pagamento da ajuda de custo.
Os estudantes em
Londres recebiam 416 libras por mês e deveriam ter um adicional de 400 libras,
repassado aos bolsistas que residem em cidades "caras". A Folha
mostrou que houve atraso dessa parcela.
"Acho que elas exageraram no direito a essa expectativa e até em
gastos", disse Guimarães no telefone.
Ele afirmou que
"o mais grave" é que uma das estudantes citadas na reportagem é irmã
de uma repórter da Folha [na verdade, de uma funcionária do Grupo
Folha]. "Isso não é nem um pouquinho ético", disse.
A cobrança de
Dilma a Mercadante, e do ministro aos responsáveis pelo programa, decorre do
fato de que o Ciência sem Fronteiras é a "menina dos olhos" da
presidente, citado frequentemente como modelo de iniciativa federal.
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 10/01/2013
Comentário:
Esse país é uma piada e jamais construiremos uma verdadeira nação enquanto a
própria sociedade brasileira não entender que é preciso fazer uma revolução
cultural. Temos o governo que merecemos, incompetente, inoperante, com políticos
e servidores mal intencionados e mal preparados (existem exceções é claro, mais
são tão poucos em todas as esferas de governo que não fazem a menor diferença),
leis absurdas e extremamente burrocráticas e principalmente, uma índole extremamente
incompatível para com um país que quer fazer a diferença transformando-se numa
grande nação. Com essa cultura que temos em nossa sociedade de levar vantagem
em tudo (poxa Gerson que infelicidade a sua) jamais atingiremos esse objetivo e
sinceramente não acredito nessa possibilidade. Se você é jovem e realmente quer
mudar toda essa situação leve o assunto para ser debatido com seriedade para o
seu meio e convívio, para sua casa, para sua escola, universidade, entre seus
amigos e familiares e quem sabe num período de talvez um século essa mudança
cultural possa acontecer e ai sim o resultado disso estará também refletindo na
classe política. Enquanto isso não acontecer, continuaremos com o governo que
merecemos e produzindo cada vez mais canalhas que se aproveitarão do fácil
caminho do poder e do dinheiro proporcionado pela política brasileira. Senhora
Presidente Chucky, como se cria um programa dessa envergadura e importância sem
antes criar as condições necessárias para a sua operacionalização? Faça-me uma
garapa, a senhora é seus Blue Cats são um desastre.
Na verdade os itens que me chamam a atenção nessa situação, nem são aqueles que já seriam esperados, como o fato de o governo triplicar o número de bolsistas sem alterar a infraestrutura necessária.
ResponderExcluirApesar de eu ter plena certeza de que se todos os ocupantes dos "cargos comissionados" atuais trabalhassem como deveriam, talvez esse aumento de pessoal não fosse necessário, mas isso já é uma outra questão.
Como já me manifestei antes, fiquei surpreso quando li no artigo da denuncia original, que uma das estudantes que estava se queixando da situação, estava estudando MODA em LONDRES.
Eu, na minha ignorância, pensava que o CsF se destinava ao envio de estudantes com currículos excepcionais para Centros de Excelência estrangeiros vinculados às ciências complexas que necessitem de laboratórios que não existam por aqui.
Eu realmente não entendo nada disso, mas até mesmo num curso de MODA, não seria mais correto enviar essa estudante para Paris ou Milão? Aprender Moda em Londres ??? Se fosse um curso de rock'n'roll, tudo bem, faria sentido.
Já nessa segunda reportagem, me chamou a atenção o "tom ameaçador" da pergunta e da exigência da tal carta: "Foi perguntado enfaticamente: vocês querem voltar [ao Brasil]? Com muita calma, a Denise [Neddermeyer, diretora de relações internacionais da Capes] foi bem calma. E elas disseram que não querem voltar. Então, vocês vão mandar uma carta, um e-mail, dizendo que não querem voltar. E que não estão passando necessidade nenhuma".
Ora bolas, é claro, que nesse tom, um estudante dizer que quer voltar ao Brasil, é praticamente desistir da bolsa. Isso é uma chantagem explícita !!!
E eu ainda estou por entender os critérios desse CsF. Pra mim tá tudo muito estranho, e o nosso dinheiro está pagando por 12.000 bolsistas no exterior. Isso não me parece ser um grupo seleto e específico de bons estudantes. Tá mais parecido com um "Bolsa Família" pra calar a boca da classe média.
Att.
Bem, pensava que 10% do PIB iria para a educação (se bem que desconheço se já foi implementado o tal acordo). E uma coisa é certa, não sei quais são os termos do acordo com os bolsistas, mas deveriam exigir que voltassem e ficassem pelo menos 4 ou 5 anos no Brasil compensando os custos da bolsa (creio que alguém já deu essa idéia por aqui no blog).
ResponderExcluirRelativamente aos estudantes de moda estarem recebendo apoio do CsF também acho estranho. No entanto, embora Paris e Milão sejam os grandes focos europeus da moda, existem outras potencias (como Barcelona, Londres e uma ou duas cidades alemãs), que ficam logo atrás. Mas não se justifica darem essa bolsa de ciências para um curso de artes e design como a Moda. Neste aspeto divido minha surpresa com o Marcos.