O INPE e Instituições Potiguares Se Unem Para o Desenvolvimento de Uma Constelação de Nanossatélites de Coleta de Dados Ambientais. Enquanto Isso, o Projeto CONASAT Desaparece Silenciosamente
Prezados leitores e leitoras do BS!
No dia 10/06, o site do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) postou uma nota divulgando que instituições potiguares e o Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) se uniram em prol da pesquisa espacial com o 'Projeto Golds: Constelação Potiguar', uma constelação de 12 nanossatélites de coleta de dados ambientais, visando promover o desenvolvimento sustentável e a pesquisa científica avançada neste estado nordestino.
Entusiastas do BS, o Rio Grande do Norte resolveu seguiu os passos de Santa Catarina embarcando na ideia da criação de sua própria constelação de nanossatélites para coleta de dados. No entanto, surge a questão: o que aconteceu com o Projeto CONASAT (Constelação de Nanossatélites Ambientais)? Este projeto, originado de um estudo aprovado pelo Edital AEB/MCT/CNPq Nº 033/2010, tinha como principal motivação o fato de o Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE ser responsável pela operação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA). Conduzido por pelo menos uma década em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Projeto CONASAT foi tema de discussão várias vezes aqui no BS, inclusive com uma entrevista realizada com o gerente do projeto (reveja aqui).
Pois é amigos e amigas, essa situação levanta mais uma vez questionamentos sobre a falta de transparência e de responsabilidade na gestão de projetos do setor público no Brasil. Projetos como esse surgem, ganham destaque e, de repente, desaparecem sem a menor explicação para a Sociedade Brasileira. Recursos financeiros, esforço dedicado de profissionais e expectativas criadas simplesmente descem pelo vaso sanitário. Em resumo, esse é o verdadeiro "BRAZIL ZIL ZIL ZIL". E o mais engraçado disso tudo e que gringos continuam me perguntando o porquê do Brasil nunca ter se transformado numa nação de verdade. Ôooo gringo da poltrona, será realmente necessário explicar o motivo?
Pois então, de acordo com a nota do site potiguar, na sexta-feira, dia 7 de junho, representantes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) estiveram na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para apresentar para uma discussão de estratégias de operacionalização e apresentação do "Projeto Golds: Constelação Potiguar".
O encontro destacou as estratégias de cooperação entre o IFRN, a UFRN, o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), marcando um momento de reflexão e planejamento para o desenvolvimento de novas tecnologias e avanços na pesquisa científica e na tecnologia espacial.
Pelo IFRN, marcaram presença o reitor do Instituto, professor José Arnóbio; o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Avelino Neto; a pró-reitora de Extensão, Samira Delgado; e os professores Moisés Souto e Paula Santos. Pela UFRN, estiveram presentes o reitor Daniel Diniz; o vice-reitor, Henio Miranda; e os professores Ângela Paiva, Douglas do Nascimento, José Henrique e Francisco Vidal. Também participaram o diretor-presidente do PAX, Olavo Oliveira; a coordenadora técnica de projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação do PAX, Synara Cavalcanti; e o coronel Maurício Alcântara, ex-comandante do Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno da Força Aérea Brasileira.
De acordo com o professor Moisés Souto, o Constelação Potiguar surgiu da experiência do INPE, em parceria com o IFRN, na coleta de dados meteorológicos por satélite. O projeto evoluiu para a proposta de lançamento de 12 nanossatélites, cuja coleta de dados a partir de bases terrestres (fixas ou móveis) possui aplicações que vão desde o monitoramento ambiental até outras áreas de interesse socioeconômico, como o controle da desertificação e a pesca oceânica.
"Estamos unindo forças com instituições como IFRN, UFRN, INPE e PAX para criar a primeira constelação de CubeSats potiguares, com o objetivo de transformar Natal em um polo de inovação espacial. Baseado no sistema de coleta de dados ambientais do Inpe e em uma década de desenvolvimento tecnológico conjunto com o IFRN, fortalecido pela cooperação internacional discutida no UN/Brazil Symposium de 2018, o projeto 'Golds: Constelação Potiguar' não é apenas uma missão tecnológica, mas um movimento colaborativo. Estamos propondo as fundações para o desenvolvimento de um ecossistema robusto de pesquisa, desenvolvimento e formação de mão de obra qualificada, posicionando o Rio Grande do Norte na vanguarda da ciência e tecnologia espacial", explicou Moisés.
O reitor do IFRN, professor José Arnóbio, enfatizou a importância dessa parceria, afirmando que a cooperação entre as instituições é crucial para maximizar os benefícios das tecnologias emergentes: "A partir dessa discussão, ficou evidente que estamos no caminho certo e temos a oportunidade de dar passos gigantescos rumo à concretização desse projeto como uma referência na área aeroespacial. É uma grande satisfação testemunhar a apresentação do projeto 'Golds: Constelação Potiguar', que representa um marco na pesquisa científica e tecnológica no Brasil. A cooperação entre IFRN, UFRN, PAX e Inpe é crucial para o desenvolvimento sustentável e a geração de dados via satélite, essenciais para compreendermos melhor nosso planeta", disse.
Projeto Golds
O projeto Golds (Global Open CoLlecting Data System) é uma constelação colaborativa baseada em CubeSats, focada no monitoramento ambiental. A iniciativa surgiu da expertise do Inpe na coleta de dados meteorológicos por satélite e da dedicação do IFRN no desenvolvimento de tecnologias avançadas nos segmentos solo, usuário e espacial, incluindo os sistemas Samanaú.PCD, Samanaú.TX, Samanaú.WEB e a modernização da Estação Multimissão de Natal do Inpe.
Nos últimos anos, o IFRN, em colaboração com a UFRN, PAX e outras instituições potiguares, tem trabalhado para transformar essa visão em realidade. A proposta envolve a construção de uma constelação internacional de CubeSats, plataformas de coleta de dados e estações terrestres, que operarão de forma colaborativa para garantir um fluxo contínuo de dados ambientais básicos para diversas nações.
"A construção da Constelação Potiguar é um esforço coletivo que requer a união e colaboração de diversas instituições. Através dessa sinergia, será possível não apenas avançar na pesquisa e inovação tecnológica, mas também formar mão de obra altamente qualificada e fomentar o desenvolvimento socioeconômico da região", finalizou o professor Moisés Souto.
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