A Espaçonave Starliner Permanecerá na ISS Para Mais Testes de Propulsores, Informaram a NASA e a Boeing

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Credito: NASA TV

A cápsula CST-100 Starliner da Boeing se aproxima da ISS na missão de Teste de Voo da Tripulação em 6 de junho.

 

Ontem, em 28 de junho, o portal SpaceNews divulgou que a NASA e a Boeing têm planos de estender a permanência da Espaçonave CST-100 Starliner na Estação Espacial Internacional (ISS) até o final de julho. Esta extensão visa realizar testes adicionais e destaca que os dois tripulantes a bordo não estão "presos" no espaço.

 

De acordo com a nota do portal, em uma coletiva de imprensa em 28 de junho, sobre a missão de Teste de Voo da Tripulação (CFT), a primeira em 10 dias, oficiais da agência e da empresa afirmaram que não estabeleceriam uma data de retorno para o Starliner, trazendo de volta os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams, até completar testes adicionais para entender melhor as falhas nos propulsores e vazamentos de hélio que a espaçonave enfrentou.

 

"Mas Butch e Suni não estão perdidos no espaço", disse Steve Stich, gerente do programa comercial de tripulação da NASA. "Nosso plano é continuar trazendo-os de volta no Starliner e retorná-los para casa no momento certo. Temos mais um pouco de trabalho a fazer para chegar lá para o retorno final."

 

Esse trabalho adicional agora inclui testes de propulsores que a NASA planeja realizar em suas instalações de teste em White Sands. Stich disse que a NASA vai pegar um propulsor de sistema de controle de reação, semelhante aos do Starliner, e submetê-lo ao mesmo perfil de queima usado durante a aproximação do Starliner à ISS. O objetivo é ver se conseguem replicar os problemas que levaram a espaçonave a "desativar" esses propulsores e realizar inspeções detalhadas que não são possíveis durante a órbita.

 

Esses testes estão programados para começar não antes de 2 de julho e durarão algumas semanas, disse ele. "Esta será a verdadeira oportunidade para examinar o propulsor como fizemos no espaço, mas agora em solo, com inspeções detalhadas."

 

Somente após a conclusão desses testes e revisão dos resultados, a NASA definirá uma data de pouso para o Starliner, o que empurraria para não antes da segunda metade de julho. Esse processo incluirá também uma revisão em nível de agência da espaçonave para confirmar que têm todos os dados necessários para entender a causa dos problemas e que a espaçonave está segura para retornar para casa.

 

Embora os planos originais indicassem que o Starliner deveria permanecer acoplado à ISS por apenas oito dias, os oficiais afirmaram que não há pressa para retornar enquanto ainda podem coletar dados, especialmente da seção do módulo de serviço que é descartada e não recuperada ao final da missão. "Temos o luxo do tempo", disse Ken Bowersox, administrador associado da NASA para operações espaciais.

 

"Entendemos esses problemas para um retorno seguro", disse Mark Nappi, vice-presidente da Boeing e gerente do programa comercial de tripulação. "Mas ainda não os entendemos o suficiente para corrigi-los permanentemente."

 

Ele disse que os resultados dos testes de propulsores em solo poderiam levar os controladores a realizar testes adicionais com os propulsores do Starliner enquanto acoplados à estação, razão pela qual os testes em solo serão realizados antes do retorno do Starliner, não depois.

 

Originalmente, a NASA havia estabelecido um limite de 45 dias para a duração da missão CFT com base nas baterias do módulo da tripulação. No entanto, Stich disse que isso pode ser estendido devido ao desempenho das baterias até agora na missão, sem mudança no risco para a missão.

 

A duração estendida da missão, juntamente com os problemas nos propulsores e vazamentos de hélio, representará desafios para certificar a nave para missões de rotação da tripulação. A NASA esperava ter o Starliner certificado até novembro, a tempo de uma missão de rotação da tripulação chamada Starliner-1 em fevereiro.

 

"Entendemos que vai levar um pouco mais de tempo", disse Stich sobre a certificação. Ele disse que a NASA está trabalhando nas preparações tanto para a Starliner-1 quanto para a Crew-10, uma missão da Dragon programada para lançamento no final do verão do próximo ano, em paralelo, permitindo à NASA adiar uma decisão sobre se antecipar a Crew-10 para fevereiro.

 

"Podemos levar nosso tempo e concluir o Teste de Voo da Tripulação e trazer a nave de volta com Butch e Suni, e então podemos tomar decisões depois", disse ele. "Ainda temos tempo."

 

Durante a coletiva de imprensa, Nappi expressou frustração com o que considerava uma cobertura negativa da mídia sobre a missão CFT. "Como representante da Boeing e do programa Starliner, é bastante doloroso ler as coisas que estão por aí", disse ele. "Tivemos um voo de teste realmente bom até agora e está sendo visto de maneira bastante negativa."

 

No entanto, muitos repórteres na ligação reclamaram da falta de atualizações sobre a missão, bem como detalhes sobre por que o cronograma de retorno do Starliner continuava sendo adiado. "Acho que provavelmente precisamos interagir um pouco mais frequentemente com a mídia para mantê-los atualizados", reconheceu Stich.

 

Atualizações Sobre Caminhadas Espaciais

 

A NASA também usou a coletiva de imprensa, que durou pouco mais de uma hora, para discutir tanto a caminhada espacial cancelada na estação em 24 de junho quanto a concessão de um contrato à SpaceX em 26 de junho para o Veículo de Desorbitação dos EUA (USDV).

 

A caminhada espacial de 24 de junho foi adiada quando água vazou para a câmara de ar depois que o astronauta Tracy Dyson desconectou um umbilical do traje espacial logo no início da caminhada espacial. Segundo Bill Spetch, gerente de integração de operações para o programa ISS da NASA, os astronautas não conseguiram reproduzir o vazamento, e a causa ainda está sob estudo.

 

Emily Nelson, diretora de voo principal, disse que vazamentos de conectores de fluidos não são incomuns, mas eles não tinham visto este vazamento específico antes. "Precisamos entender este em particular em mais detalhes antes de podermos programar a tripulação para tentar novamente."

 

A NASA havia planejado uma caminhada espacial para 2 de julho, mas isso foi adiado para o final de julho, disse Spetch. Essa caminhada espacial terá um conjunto diferente de tarefas em relação à caminhada espacial de 24 de junho, combinando tarefas que haviam sido projetadas para uma série de três caminhadas espaciais. Esse trabalho incluirá a realocação de uma antena, trabalhos preparatórios para futuros reparos no Espectrômetro Magnético Alpha, substituição de uma montagem de giroscópio de taxa e limpeza de partes exteriores da estação para estudar quaisquer microrganismos que possam viver ali.

 

Quando a NASA anunciou a seleção da SpaceX como desenvolvedora do USDV, nem a empresa nem a agência divulgaram detalhes sobre o design da espaçonave, que será usada para realizar as manobras finais para desorbitar a estação no final de sua vida.

 

"Isso é baseado em um design derivado do Dragon", disse Spetch, com modificações na seção do tronco. Ele não entrou em detalhes sobre o design e se recusou a discutir o que o diferenciava de outras propostas, observando que a NASA ainda não havia emitido uma declaração de seleção de fonte para aquisição.

 

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